quinta-feira, abril 30, 2009
a fonte 379
fonte à janela
Aquela maravilhosa criatura
a descer o carreiro do monte,
o cântaro apoiado na cintura,
meneava as ancas, até à fonte.
Era uma visão muito bela.
A rapariga era uma brasa.
Agora só se avista à janela.
Tem uma fonte lá em casa.
Um belo dia, de muito calor
só para a fazer voltar à rua
fechei a torneira do contador.
Ela saiu do banho, toda nua
e à janela disse: «Ó estapor!
Mas afinal qual é a tua?»
quarta-feira, abril 29, 2009
a ver navios 72
Ribeira vai cheia e o barco parado
Tenho o meu amor lá daquele lado
Lá daquele lado e eu cá nesta banda
Ribeira vai cheia e o barco não anda.
(A ribeira aqui é a do Gilão)
a fonte 378
Caldas de Óbidos (hoje, da Rainha) - lugar muito rico em águas de nascente.
Mais uma obra inserida no plano de D. João V, de abastecimento de águas livres ao reino de Portugal, à custa dos excedentes dos cofres do estado, que naquele tempo se encontravam bem recheados com os dinheiros dos lucros das riquezas provenientes da exploração mineira da "Terra de Vera-Cruz".
Erguida em 1749 e semi-derrubada seis anos depois pelo terramoto - restaram os tanques laterais e o corpo; o frontão cimeiro, caiu e nunca mais se viu; a bacia viria a ser "renovada" em 1910.
terça-feira, abril 28, 2009
o portador
Desde há alguns dias, que acordo (penso eu, que sim, que estou acordado..!) e tenho dificuldade em perceber qual é exactamnete o meu estado.
Não me refiro ao estado civil, nem ao estado físico, nem propriamente ao estado de saúde fisiológica ou mental, mas sim ao estado-de-sítio que é o conjunto amalgamado de todos estes estados que estão por dentro e por fora de mim, como o amontoado de frutos secos que enformam um Bolo Inglês.
Porque havia agora de me lembrar do bolo preferido do meu Pai. Aquele que ele comprava na "Pastelaria Casulo" para o nosso lanche, sempre que ía a Lisboa tratar de qualquer assunto relacionado com o seu (nosso) negócio na Porcalhota.
Pensando bem... encontro o motivo para esta remininscência: «está a fazer quarenta e três anos que ele (o Ti Jaquim) trouxe para o nosso lanche o último Bolo Inglês».
Não me refiro ao estado civil, nem ao estado físico, nem propriamente ao estado de saúde fisiológica ou mental, mas sim ao estado-de-sítio que é o conjunto amalgamado de todos estes estados que estão por dentro e por fora de mim, como o amontoado de frutos secos que enformam um Bolo Inglês.
Porque havia agora de me lembrar do bolo preferido do meu Pai. Aquele que ele comprava na "Pastelaria Casulo" para o nosso lanche, sempre que ía a Lisboa tratar de qualquer assunto relacionado com o seu (nosso) negócio na Porcalhota.
Pensando bem... encontro o motivo para esta remininscência: «está a fazer quarenta e três anos que ele (o Ti Jaquim) trouxe para o nosso lanche o último Bolo Inglês».
De repente, até a selecção de uma fotografia (e tinha tantas...) para este "post", se trasnformou num "bico-de-obra".Estou deitado ou sentado - tanto faz. Vou andando a pé ou de bicicleta - é igual. Olho para o ecran da televisão ou do computador - indiferente.
Estou transformado numa coisa que não me apetece - porque não quero - definir por palavras minhas, por isso recorro a uma explicação que Mia Couto, pôs na boca de um personagem de "Um Rio Chamado Tempo", que acho a mais adequada ao que eu queria dizer:
«Sou um portador assintomático de vida.»
Por fim, achei (em Tavira) - combinando duas coisas que nos prendem à terra - um Cemitério de Âncoras.
segunda-feira, abril 27, 2009
a fonte 377
Na zona histórica (antiga) da cidade das Caldas da Rainha, há diversas fontes/chafarizes. Algumas muito antigas, como a das "Cinco Bicas", monumental e bem conhecida de todos os visitantes, outras muito velhas e outras mais ou menos novas ou recentes e porventura menos merecedoras de destaque.
Não sei se é o caso desta, obra do escultor José Aurélio (2), que se encontra mais ou menos escondida (e seca) nas traseiras do Hospital Termal Rainha D. Leonor.
Não sei se é o caso desta, obra do escultor José Aurélio (2), que se encontra mais ou menos escondida (e seca) nas traseiras do Hospital Termal Rainha D. Leonor.
(2) Autor de uma escultura muito conhecida - aquela espécie de "mão/pomba" que desde há uns anos, prende a atenção dos automobilistas numa das rotundas de acesso ao Castelo de Óbidos.
Liberdade (duas)
LIBERDADE, LIBERDADE
QUEM A TEM CHAMA-LHE SUA
EU NÃO TENHO LIBERDADE
DE CIRCULAR POR ESTA RUA
QUEM A TEM CHAMA-LHE SUA
EU NÃO TENHO LIBERDADE
DE CIRCULAR POR ESTA RUA
E foi por causa de coisas destas que o Jean-Jacques Rousseau disse um dia:
"O homem livre só faz o que quer, isto é, pode seleccionar livremente o que mais lhe aprouver fazer... de entre o conjunto limitado das coisas que estão ao seu alcance."
domingo, abril 26, 2009
Catavento 3
..
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade.
..
(Zeca Afonso)
sábado, abril 25, 2009
Amanhecer CLXVII
sexta-feira, abril 24, 2009
Liberdade (uma)
LIBERDADE, ANTES CONFUSA QUE NENHUMA!
Ao avistar a cidade (Setúbal) lá em baixo, através desta porta de grades do Castelo de Palmela, volto a lembrar (coincidência) Machado de Assis, com esta sua frase, que se ajusta perfeitamente a este tempo que vivemos. Que, aliás, se ajusta completamente a todo e qualquer tempo que quisermos imaginar. Liberdade, é ou não é, tem ou não tem.
quinta-feira, abril 23, 2009
a fonte 376
A Fonte dos Bonecos,
em Alter do Chão (Portugal), paredes meias com a Praça de Touros.
Bonecos, já eram...
Água, já foi...
quarta-feira, abril 22, 2009
Lei das Janelas
«Descobri uma lei sublime, a lei da equivalência das janelas, e estabeleci que o modo de compensar uma janela fechada é abrir outra, a fim de que a moral possa arejar continuamente a consciência.»
(in "Memórias Póstumas de Brás Cubas" de Machado Assis)
(in "Memórias Póstumas de Brás Cubas" de Machado Assis)
terça-feira, abril 21, 2009
a fonte 375
FLOR DA ROSA
um apelo ao romantismo, à poesia, neste nome deveras interessante de uma terra Alentejana pouco conhecida do turista nacional.
"Migas de Batata"
um apelo à gastronomia, num prato típico Alentejano que saboreei pela primeira vez aqui, numa tasquinha da rua principal, pertinho do antigo Convento, convertido em Pousada.
Incentivo
segunda-feira, abril 20, 2009
o Sentido
«O sentido da vida é um sentido único.
Ou a vida é uma via de um só sentido.»
(alguém escreveu, talvez eu..?)
Todavia há outro sentido da vida, para os poetas e os filósofos.
Como Homero, que terá escrito na Ilíada, há 2900 anos:
«Insignificantes mortais
que como as folhas desabrocham e aquecem de vida, e se alimentam do que o chão
lhes dá, para logo murcharem a de seguida morrerem.»
Por seu turno, o Monge Budista Tibetano, Dalai Lama, hoje pensa que:
«O sentido da vida
está associado a sentimentos de harmonia e felicidade; sem felicidade a vida
perde sentido. A felicidade está no centro das nossas vidas e da nossa procura
de sentido para a vida.»
Por isso se pode inferir que o pensamento, está na origem da infelicidade:
«Ao tomarmos consciência
das nossas fraquezas, nos questionamos acerca da morte, do sofrimento, das desgraças, ficamos infelizes, e o sentido da vida (os sentimentos de harmonia, bem-estar, satisfação, felicidade) diminui ou perde-se.»
a fonte 374
Fonte do Páteo das Éguas.
A quem passar por Alter, ou pela região, não pode perder a visita à "Coudelaria Real". A herdade está aberta ao público, sem quaisquer reservas, durante a semana e a visita pode demorar o tempo que a gente quiser - sugiro, devagarinho - a passo, a trote ou a galope.
Alter-do-Chão, no Alto Alentejo (Portugal - para distinguir da cidade homónima no Brasil).
domingo, abril 19, 2009
Catavento 2
Não há machado que corte
A raiz ao pensamento
Não há morte para o vento
Não há morte.
Se ao morrer o coração
Morresse a luz que lhe é querida
Sem razão seria a vida
Sem razão.
(Escreveu Gedeão, um poeta de Lisboa, no último quarto do século XX)
Tudo o que é natural
Não é um sofrimento.
A noite não é negra
E nem a morte é triste.
A noite é puro engano,
A morte não existe
E a dor é uma ilusão do nosso sentimento.
(No primeiro quarto do século XX, Pascoaes, um poeta de Amarante, expressou ideia semelhante)
sábado, abril 18, 2009
Amanhecer CLXVI
Há sempre uma flor que me surpreende.
É o caso desta, que eu sei que não é, mas - por teimosia - insisto em classificar como Jacinto. Já me disseram o nome da flor, duas ou três vezes, mas esqueci-me, não há maneira.
Enfim, são fenómenos esquisitos que ocorrem na nossa memória - embirramos com uma coisa, uma ideia, uma palavra... e pronto.
Não importa, o que eu queria dizer é que estas flores, no meu quintal na Praia-das-Maçãs, crescem poucochinho e devagar mas com um cheirinho doce. As minhas, são umas florzecas, comparadas com estas (Algarvias) da fotografia, superdesenvolvidas mas sem aquele cheirinho. Coisas do clima ou maquinação genética?
sexta-feira, abril 17, 2009
a fonte 372
Na vila cujo castelo, ainda hoje, é propriedade da Casa de Bragança,
este belo e bem conhecido chafariz - a Fontinha - em mármore de Estremoz, que resiste à passagem do tempo e da água há mais de quatrocentos e cinquenta anos, foi obra de um dos Duques de Bragança.
Coisas de Janela
ALTER DO CHÃO
Passeando por Alter,
na volta de uma viela,
deparei com esta janela.
Não é uma janela qualquer.
Já que tinha a máquina à mão,
tirei-lhe uma fotografia.
Para quê? Isso não sabia.
Só para uma recordação...
Alguém disse, uma vez:
«Escrever um poema é abrir uma janela!»
E através dessa janela, pode o nosso espírito evadir-se da sua prisão corporal.
Ou contrariamente, ela pode servir de abertura para a entrada do mundo exterior na nossa alma.
O poema "Da Minha Janela" seria entrada ou saída, para a alma da Florbela?
quinta-feira, abril 16, 2009
a fonte 371
"En viaje por las rutas de Extremadura"
Ao passar a fronteira que já não existe fisicamente, percebemos que há agora uma fronteira bem mais visível, bem mais demarcada do que quando existia uma cancela e uma vedação a dividir a Península.
Hoje, a dividir Portugal e Espanha, temos uma pequena distância no espaço e um tão grande passo que nos distingue, nos afasta.
Basta olhar em volta:
como são diferentes as coisas por aqui... autopistas, autovias, estradas, ruas, praças, casas, costumes, nada, nada mesmo que se pareça com o que temos do lado de lá no nosso "bem-amado cantinho mal-amanhado" de portugueses.
Porém... quando no Monesterio (de Tentudía) para abastecer de gasóleo (82 cêntimos por litro) AHAHAH!!! DESCOBRI UMA COISA IGUAL - o letreirinho pregado na fonte, tem escrito "NO POTABLE"...
Catavento 1
Há coisas que não passam despercebidas a quem viaja (em passeio) pelo Alentejo.
De entre muitos pormenores interessantes destaco as chaminés e os cataventos.
Um excelente exemplo, no telhado da Coudelaria de Alter.
Político sabido, não diz o que pensa
ele possui na cabeça um catavento
e orienta o seu discurso à imprensa
consoante os interesses do momento
(pensamento ao sabor do vento)
quarta-feira, abril 15, 2009
a fonte 369
«Adeus fonte de Men Nunes,
Quem te dever que te pague,
Que eu dentro de ti achei
O valor de uma cidade.»
Quem te dever que te pague,
Que eu dentro de ti achei
O valor de uma cidade.»
Terá sido a quadra que um visitante lisboeta (antes de mim) deixou escrita nesta "Fonte de Menones", depois de nela ter desencantado, conforme lhe fora anunciado em sonhos, um valioso tesouro - ao que diz a lenda, a estátua de um menino, toda em ouro.
Depois, a visita da Maria dos "Alcatruzes da Roda", fez-me rebuscar no álbum de recordações, a minha passagem pelo lugar:
Se a memória não me "finta"
faz uns dez anos que parei
em Freixo de Espada à Cinta
nesta "fonte de mergulho" local
mas não foi aqui que mergulhei
foi mais abaixo na praia fluvial.
Depois, a visita da Maria dos "Alcatruzes da Roda", fez-me rebuscar no álbum de recordações, a minha passagem pelo lugar:
Se a memória não me "finta"
faz uns dez anos que parei
em Freixo de Espada à Cinta
nesta "fonte de mergulho" local
mas não foi aqui que mergulhei
foi mais abaixo na praia fluvial.
terça-feira, abril 14, 2009
a fonte 373
Parei em Campo-Maior
terra extrema do Alentejo,
só para dar ao meu amor
um abraço e mais um beijo.
Não trago prenda de valor.
Parabéns! É que eu desejo.
E para animar e dar calor,
bebemos um licor de poejo.
Não querendo ficar atrás
Miguel, o nosso rapaz
falou de cima do coreto
e disse: "- eu também
dou os Parabéns à Mãe!"
Para ela vai este soneto.
a ver navios 71
Canción del Pirata
Navega, velero mío
sin temor,
que ni enemigo navío
ni tormenta, ni bonanza
tu rumbo a torcer alcanza,
ni a sujetar tu valor.
Que es mi barco mi tesoro,
que es mi dios la libertad,
mi ley, la fuerza y el viento,
mi única patria, la mar.
Allá; muevan feroz guerra
ciegos reyes
por un palmo más de tierra;
que yo aquí; tengo por mío
cuanto abarca el mar bravío,
a quien nadie impuso leyes.
Navega, velero mío
sin temor,
que ni enemigo navío
ni tormenta, ni bonanza
tu rumbo a torcer alcanza,
ni a sujetar tu valor.
Que es mi barco mi tesoro,
que es mi dios la libertad,
mi ley, la fuerza y el viento,
mi única patria, la mar.
Allá; muevan feroz guerra
ciegos reyes
por un palmo más de tierra;
que yo aquí; tengo por mío
cuanto abarca el mar bravío,
a quien nadie impuso leyes.
segunda-feira, abril 13, 2009
Almendralejo
Um casal de Cegonhas, cuida do ninho,
no cimo desta torre sobranceira ao Guadiana, de onde a vista se estende para o Sul, seguindo a "Ruta de La Plata" até à cidade, cujo nome (Almendralejo) eu acho tipicamente Espanhol e que é conhecida por "Ciudad de la Cordialidad".
LA CAUTIVA
Ya el sol esconde sus rayos,
el mundo en sombras se vela,
el ave a su nido vuela,
busca asilo el trovador.
Todo calla: en pobre cama
duerme el pastor venturoso,
en su lecho suntuoso
se agita insomne el señor.
(José de Espronceda, poeta de Almendralejo)
LA CAUTIVA
Ya el sol esconde sus rayos,
el mundo en sombras se vela,
el ave a su nido vuela,
busca asilo el trovador.
Todo calla: en pobre cama
duerme el pastor venturoso,
en su lecho suntuoso
se agita insomne el señor.
(José de Espronceda, poeta de Almendralejo)
domingo, abril 12, 2009
a Fonte 368
Na Praça de Espanha, em Mérida,
está tudo preparado para mais logo ver passar a procissão.
sábado, abril 11, 2009
Amanhecer CLXV
Inesquecível..!
O aroma que se sente em todos os largos principais das cidades da Andaluzia - a flor da Laranjeira na primavera.
sexta-feira, abril 10, 2009
a Fonte 367
Ainda por terras de Monforte.
Lá vamos, comendo e bebendo o vinho do "Perdigão" e umas Costeletinhas grelhadas para entreter, enquanto acaba de apurar o Ensopado - de lamber os dedos - para o jantar.
É o culminar da "Semana do Borrego no Alentejo", desta feita em ASSUMAR.
Lá vamos, comendo e bebendo o vinho do "Perdigão" e umas Costeletinhas grelhadas para entreter, enquanto acaba de apurar o Ensopado - de lamber os dedos - para o jantar.
É o culminar da "Semana do Borrego no Alentejo", desta feita em ASSUMAR.
Que maravilha de jantar
Um ensopado à maneira
Parabéns à cozinheira
Do Padeiro de Assumar
quinta-feira, abril 09, 2009
a Fonte 366
O Chafariz do largo principal de Monforte.
Claro que lá está o AVISO "ÁGUA IMPROPRIA PARA CONSUMO".
Claro que lá está o AVISO "ÁGUA IMPROPRIA PARA CONSUMO".
Porta n 15
Na rua onde nasceu João Moura, o cavaleiro toureiro de Monforte, uma porta do tempo em que havia distinção entre os "Cristãos Novos" e os outros...
Que mais hei-de dizer, basta por ora, pois acerca desta temática poderia abordar e explanar diversas teorias que explicam a mística natureza socio-cultural do nosso Portugal.
quarta-feira, abril 08, 2009
terça-feira, abril 07, 2009
tristeza... enfim
aqui no cimo de Cabeço de Vide
Naquela tarde luminosa de Abril
sozinha no mirante do pelourinho
o olhar perdido no horizonte do sul
já não tem ninguém para conversar
não restam memórias para reviver
amigos foram desistindo e ela resiste
a vida é assim, muitas vezes triste
os turistas que apreciam a paisagem
dizem "boa tarde" e passam ao lado
tiram a fotografia e seguem viagem
parece indiferente mas vendo bem
aquele rosto fechado inexpressivo
tem vincada uma tristeza sem fim
que tocou a minha sensibilidade
imagino-a donzela nos anos vinte
pelo campo correndo em liberdade
conhecê-la então e vê-la agora assim
passaram muitas, muitas Primaveras...
segunda-feira, abril 06, 2009
a fonte 364
Amorfa, sem nada de notável para assinalar - é grande, chata e não tem água.
Aqui há dias ela estava em Évora e penso que, hoje lá continua a estar, no mesmo sítio - eu deixei-a lá ficar...
a ver navios 70
Eu tive uma amiga de Peniche
que morava no Sítio da Nazaré.
A minha amiga e colega, Aliche,
nunca me deixava andar a pé.
(A imagem, o dia, o sítio... não percebi muito bem o que é que hoje aqui me fez recordar a Dra. Aliche S.R. - um beijo para ela, onde quer que se encontre.)
domingo, abril 05, 2009
a fonte 363
Há coisas e há lugares que "não lembram a ninguém", como este sítio que surgiu no meu caminho como que vindo do nada. Não me passava pela cabeça que existia uma aldeia no Alentejo chamada Veiros. Entre Estremoz e Monforte, este lugar que já foi importante e até tem (ou melhor, teve) um Castelo e uma Fonte Nova.
Quando percorro as estradas desse nosso Portugal longínquo (longínquo, por se encontrar tradicionalmente longe das nossas vidas) acontece-me muitas vezes deixar o caminho em que sigo e mudar de direcção, fazer um desvio para ver o que é que há num qualquer lugar que não conheço - movido por não sei que impulso, há quem lhe chame "glimpse", sem saber o que vou encontrar, às vezes nada, mas tenho esta mania e pronto, não resisto - e por causa disso já perdi alguns jantares e algumas horas de descanso mas também por isso, já vivi muitos bons momentos de agradáveis surpresas.
sábado, abril 04, 2009
Amanhecer CLXIV
Descobri esta espécie de cacto - não sei como se chama, nem qual a origem - que tem uma florescencia espantosa.
sexta-feira, abril 03, 2009
a fonte 362
a ver navios 69
Na margem direita do Sado
por entre o denso arvoredo
em cima de um liso penedo
deixei-me ficar assentado
bebendo um copo de vinho
ao meu lado no frapé frio.
fixo o olhar nas águas do rio
esperando ver um golfinho.
Da foz vem a fresca aragem
que traz o cheiro a maresia.
Então sinto a barriga vazia
e mando-lhe uma mensagem:
Diga-me lá ó minha amiga,
Falta muito para o almoço?
Estou aqui que nem posso!
Tenho um rato na barriga...
(para uma amiga de entre o Tejo e Sado)
por entre o denso arvoredo
em cima de um liso penedo
deixei-me ficar assentado
bebendo um copo de vinho
ao meu lado no frapé frio.
fixo o olhar nas águas do rio
esperando ver um golfinho.
Da foz vem a fresca aragem
que traz o cheiro a maresia.
Então sinto a barriga vazia
e mando-lhe uma mensagem:
Diga-me lá ó minha amiga,
Falta muito para o almoço?
Estou aqui que nem posso!
Tenho um rato na barriga...
(para uma amiga de entre o Tejo e Sado)
quinta-feira, abril 02, 2009
Janela sem par
E vem à janela
ó minha rica donzela
vem asinha, vem cá
anda ver quem aqui está.
Soubera eu cantar
e mesmo de dia, sem luar
com uma "ganda" lata
te faria uma serenata.
Deita o teu olhar sobre mim
e deixa-te ficar quieta, assim
quero tirar-te um retrato
para mandar pintar num prato.
Não te "armes em foleira"
porque hoje é quinta-feira
ou vou-me embora daqui
sem saber se gosto de ti.
Para ti, querida pequena
escrevi isto sem ter pena
só com lápis e borracha
sobre a tampa d'uma caixa.
ó minha rica donzela
vem asinha, vem cá
anda ver quem aqui está.
Soubera eu cantar
e mesmo de dia, sem luar
com uma "ganda" lata
te faria uma serenata.
Deita o teu olhar sobre mim
e deixa-te ficar quieta, assim
quero tirar-te um retrato
para mandar pintar num prato.
Não te "armes em foleira"
porque hoje é quinta-feira
ou vou-me embora daqui
sem saber se gosto de ti.
Para ti, querida pequena
escrevi isto sem ter pena
só com lápis e borracha
sobre a tampa d'uma caixa.
(a minha poesia, com parelhas de poemas, sem par)
Porta Aberta
Hoje,
depois de ler "O GOSTO DA ESCRITA", da Maria,
em viagem pelas terras durienses,
depois de ler os "MOMENTOS DA VIDA", do Kim,
em viagem pelas noites parisienses,
depois de ver o "CHE: GUERRILHA", do Benicio del Toro,
em viagem pela história boliviana,
não tenho mais nada a acrescentar e vou sair de mansinho, sem barulho, por esta Porta (Oriental) do Castelo de Palmela, que encontrei aberta...
a fonte 361
PALMELA
Bom, já que estou aqui no terreiro do Castelo, vou recordar um episódio aqui ocorrido ao tempo do Principe Perfeito, el-Rei D. João II:
«O Bispo (de Évora), ao tempo da morte do Duque (de Aveiro), estava com a- Garcia de Meneses, que então era Bispo em Évora.
Rainha, e aí o foi chamar, da parte d’el-rei, o capitão Fernão Martins; e em
saindo fora, foi logo preso e levado com muita gente e muito recado ao Castelo
de Palmela e metido em uma Cisterna sem água que está dentro da Torre de
Menagem, onde daí a poucos dias depois faleceu, e dizem que com peçonha.»
- Garcia de Resende, o Cronista nascido em Évora.
- Bicho de Fotociclista, o Fotógrafo de serviço em Évora.
Obs.:
apesar de (reparei agora) a imagem ser igualzinha à que ilustra a página da Wikipedia, esta foto é minha, captada "in loco" anteontem.
quarta-feira, abril 01, 2009
Mentirinha
É mentira, é mentira
É mentira, sim senhor
Eu nunca pedi um beijo
Quem mo deu foi meu amor!!!
É mentira, sim senhor
Eu nunca pedi um beijo
Quem mo deu foi meu amor!!!
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