«Agora que achaste um trevo de quatro folhas,
tem esperança, que melhores dias hão-de vir!»
Nunca me arrependi da viagem - sempre difícil - até estas paragens perdidas na costa Vicentina Alentejana.
Já lá vai tanto tempo, que nem consigo fazer as contas aos anos que passaram, desde a primeiríssima vez que parei o carro e acabei por passar uma noite e um dia aqui, junto à foz do Mira - o rio menos poluído e dos mais bonitos da Europa.
Desde então para cá, raríssimos foram os locais, que encontrei que se assemelham a este - só me lembro de dois ao norte da Península Ibérica, nas Astúrias e na Cantábria.
Este mancebo, tal como eu, iniciou a carreira militar como cadete no Regimento de Cavalaria de Santarém, do qual foi oficial.
Depois, como mercenário integrou o exército Russo na campanha da Crimeia e serviu também nos exércitos de Napoleão (que grande cabr..) nas campanhas da Austria e Rússia. Participou na campanha do Rossilhão e foi oficial general da Legião Portuguesa.
Este artista da guerra, teve azar, em Junho de 1828 as coisas mudaram e foi preso por ordem de D. Miguel e guardado incomunicável na Torre de Belém e depois em São Julião da Barra e São Lourenço do Bugio. Foi finalmente transferido e encarcerado no Forte da Graça em Elvas, onde morreu em Outubro de 1832.
Após o termo da Guerra Civil, os seus restos mortais foram trasladados para a Ermida de Santa Catarina, na freguesia dos Biscoitos, na sua terra natal - Angra do Heroísmo.
É que eu tenho andado por aí a vaguear, com o belo calor de Verão, andando devagar, autenticamente a divagar... nas Rodas do Tempo.
Por isso não tenho tempo para escrever coisas. Bem, que eu as penso, mas... ficam cá dentro e depois perdem-se no meio da floresta desordenada, a selva em que é esta minha memória se está a transformar.
Lutar contra isso!? Mas para quê? Não vejo necessidade... ainda.
Miradouro do Mindelo, Praia das Maçãs “Diante da vastidão do tempo e da imensidão do espaço é uma alegria para mim partilhar uma época e u...