sábado, novembro 26, 2011

Amanhecer CCXCV



as bagas de "não-sei-o-quê",
ao sol de, quase, inverno,
a meio da manhã de outono,
no ar o cheiro da lareira,
lume aceso para todo o dia,
do fim de semana no campo,
costumes do íntimo do povo,
perfumes do País interior,
coisas que é preciso viver...

segunda-feira, novembro 21, 2011

a fonte 591



Maçãs de Caminho

No verão passado, andei alguns dias, mais ou menos perdido, por estradas e estradinhas no pinhal interior centro do nosso pequeno País.
Como eu gosto de fazer, sem utilizar o GPS, nem olhar para o Mapa das Estradas, guiando-me apenas pela minha bússula interior e pelo sol.
Mais uma vez, passei por lugares bem interessantes, que nem fazia a mais pequena ideia que existiam, como foi o caso que hoje recordo aqui.
Uma curiosa toponímia:
depois das "Maçãs de D. Maria", mais curva menos curva, mais km menos km, lá estão as "Maçãs de Caminho".

domingo, novembro 20, 2011

A Cegonha



Olá cegonha
..
Ainda me lembro
De ouvir dizer
Que tu de longe
Os bebés vinhas trazer
Mas os homens vão crescendo
E as cegonhas a morrer
Ainda me lembro
Não pode ser
..


(Carlos Paião)

sábado, novembro 19, 2011

Amanhecer CCXCIV



Ontem, frio, chuva e trovoada,
Agora, um belo dia de sol.
Hoje o chapéu e o cachecol,
Não fazem falta para nada.

terça-feira, novembro 15, 2011

a fonte 590


SINTRA

Ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra,
Ao luar e ao sonho, na estrada deserta,
..
Vou passar a noite a Sintra por não poder passá-la em Lisboa,
Mas, quando chegar a Sintra, terei pena de não ter ficado em Lisboa.
Sempre esta inquietação sem propósito, sem nexo, sem conseqüência,
Sempre, sempre, sempre,
Esta angústia excessiva do espírito por coisa nenhuma,
Na estrada de Sintra, ou na estrada do sonho, ou na estrada da vida...

"Ao Volante", de Álvaro de Campos

sábado, novembro 12, 2011

Amanhecer CCXCIII



Acordei tarde e a más horas.
Não dormi como devia ser,
E agora estou mal disposto.
Mas a noite foi a meu gosto
Fartei-me de comer e beber...
Vou-me deitar. Estim'as melhoras!

(in comphidencias)

quinta-feira, novembro 10, 2011

a fonte 589


Fragas de S. Simão

(Figueiró dos Vinhos)

Ao longo de todo o curso da Ribeira de Alge - desde a nascente, nas faldas da Serra da Lousã, até à foz, em lugar magnífico na albufeira do Zêzere - existem locais interessantíssimos, do ponto de vista turístico e não só.
É o caso do sítio onde se encontra esta pequena nascente, fio de água pura. Na beira do caminho que ladeia uma levada, na margem direita da ribeira, junto às ruínas de uma antiga azenha e praia fluvial, construídas bem lá no fundo de um apertado desfiladeiro; ou, como dizem ali na região, num lugar "fundeiro".
Estive aqui no pico do Verão; a água na ribeira corria suavemente mas com intensidade; gostava de poder visitar o local, agora; com as recentes chuvas de Outono, imagino a corrente, na parte estreita da fraga - deve ser impressionante, um espectáculo aterrador.

quarta-feira, novembro 09, 2011

Autoretrato 35



Aqui vou eu de partida
no barco p'rá Trafaria
vou tirar uma fotografia
p'ra dar à minha querida;


antes que se acabe o dia;
antes que se acabe a vida;
antes que acabe a corrida;
antes que acabe a companhia.

(no "Tejo de Lisboa", 2011)

segunda-feira, novembro 07, 2011

a fonte 588


Fonte das Lages (Aldeia de Xisto do Mosteiro)

Praia fluvial na "Ribeira de Pera" - Pedrógão o Grande.
Também esta se encontra bem apetrechada de infraestruturas:
WC, chuveiros, bar e restaurante com esplanada, parque de merendas, nadador-salvador, vigilantes, Posto de Socorros, zona de estacionamento, instalações e acessos para pessoas com deficiência, chapéus-de-sol e espreguiçadeiras, zona relvada, parque infantil, e muita água corrente para nadar e brincar.

E para beber tem ali por perto a fonte de água fresca - mas recomendo cuidado para quem tenha receio das abelhas é preferível ficar longe das bicas e do tanque desta fonte pois andam por ali em redor da água enxames delas.

domingo, novembro 06, 2011

O Desejo



Esta versão da "Maja Desnuda",
encontra-se há quase um ano sobre o cavalete no meu atelier de garagem,
aguardando a disponibilidade do artista (eu?) para os retoques finais do quadro.
Ao olhar para a "Minha Lambisgoya", recordo-me sempre de alguém que,
respondendo a uma pergunta sobre a sua vida íntima, amorosa, confessou:

Já tudo não passa de um breve desejo
Em apenas alguns minutos satisfeito
Com um abraço apertado e um beijo
No sofá da sala a servir de leito.


(Lambisgoya, in "Comphissões" 2010)

sábado, novembro 05, 2011

Amanhecer CCXCII



Um susto.
Hoje ao despertar, com o olhar e o discernimento ainda mal adaptados à luz do novo dia, fiquei todo arrepiado, resultado de um reflexo natural de defesa, ao pousar a vista na terrina de flores secas que está sobre a mesa da sala.
Por breves instantes, um lampejo, o que se vê nesta imagem pareceu-me ser a cabeça de uma espécie cobra escondida no meio daquela folhagem, com as goelas, melhor dizendo, fauces abertas pronta a atacar.
Não é frequente, mas acontece, a gente deparar-se com situações desta natureza. Situações que desencadeiam reacções fisiológicas não controladas pela vontade, como são a maioria das acções regidas pelo sistema nervoso simpático, o qual, nesses casos se torna antipático, pois faz com que o (seu dele) organismo manifeste atitudes de defesa primária.
O pêlo eriçado, o arrepio na pele, a contracção muscular esquelética, o fecho ou vasoconstrição, dos capilares cutâneos, o acelerar do batimento cardíaco, e mais... tudo reacções fruto da libertação no sangue de uma dose elevada da hormona de stress, ou a adrenalina.

Dúvida:
- Espera lá, não é bem assim..? Acho que é, mas vou rever os meus conhecimentos de fisiologia humana e depois completo o assunto...
Diagnóstico:
- Pronto, já fiz a revisão da matéria - é mais ou menos assim.
- O texto é aceitável - pode seguir.

sexta-feira, novembro 04, 2011

a fonte 587



OLEIROS
Ainda na sequência do mais recente passeio pelas Praias Fluviais da região interior centro.
Esta relíquia de chafariz encontra-se na zona balnear conhecida por "Açude Pinto".
Uma represa de água límpida e fresquíssima, no curso da Ribeira da Sertã.
Mais uma praia de bandeira dourada que foi classificada como a melhor de 2011.
Conheço praticamente todas as praias da região do Pinhal Interior e posso afirmar que esta foi, sem dúvida alguma, aquela onde encontrei as melhores infra-estruturas de apoio e lazer.

Nota:
quem tiver interesse visite a página (http://www.praiasfluviais.com/praias.asp) para saber mais.

quinta-feira, novembro 03, 2011

o Abraço



Abraça-me. Veste o meu corpo de ti, para que em ti eu possa buscar o sentido dos sentidos, o sentido da vida.
Procura-me com os teus antigos braços de criança, para desamarrar em mim a eternidade, essa soma formidável de todos os momentos livres que a um e a outro pertenceram.
Abraça-me. Quero morrer de ti em mim, espantado de amor.
Abraça-me. Uma vez só. Uma vez mais.
Uma vez que nem sei se tu existes.


(Joaquim Pessoa, in "Ano Comum")

Poema Esquecido

Praia Grande, Sintra Ao captar esta imagem, criei uma poesia. Decerto, inebriado por um momento de solidão, em que me senti inserido na pai...