terça-feira, setembro 30, 2008

a ver navios 34


Assim mesmo, como esta Gaivota...
também eu, na vida, "o mais das vezes, fiquei a ver navios".

segunda-feira, setembro 29, 2008

Inquietude



Porque acordei ESTREMUNHADO às três da manhã?
A estas horas, não se devia chamar "da manhã" - faltam ainda umas quatro horas para o nascer do dia, a manhã, ainda vem longe. Era mais correcto dizer "da noite", mas porque não é costume dizer assim, parece que não soa bem.
Mas se forem três "da madrugada" está bem, já pode ser. O que não pode ser é eu estar acordado e o que não está bem é estar triste, a uma hora destas. Acordado, ainda vá que não vá, é normal, toda a gente sabe que os mais velhos dormem pouco.
Coisa esquisita não é? Quanto mais velhos, menos energia, logo o que era natural era dormir mais, para poupar energia e digamos recarregar as baterias, quer dizer repousar. Mas, por outro lado, quando se tem menos actividade, quando se trabalha menos, também há menos cansaço - menor necessidade de dar descanso ao corpo.
Outra coisa, é o espírito e o repouso do espírito. Pelo que me é dado sentir, parece que vai ficando mais inquieto com a idade. É estranho?.. quando a gente reflecte e conclui, não haver afinal grandes motivos para tanta inquietação, cumprida que foi, mais ou menos bem (ou menos mal) a nossa função na terra.

Mas isto também não faz sentido:
Missão? Cumprida? Qual quê? Quem disse que tínhamos uma missão para executar nesta vida? Onde estava escrito qual a nossa função ao de cimo da terra?
Quando o homem cria um objecto, concomitantemente, atribui-lhe uma função, uma utilidade. Tem um destino, predeterminado pelo seu criador, para cumprir durante a sua existência física. Executar melhor ou pior a missão de que foi incumbido, vai depender, em primeiro lugar da forma como foi criado - com mais ou menos perfeição - e depois da maneira como for utilisado - com mais ou menos cuidado, bem ou mal tratado...
Quando o homem cria um filho, inculca-lhe no espírito as regras para a sua futura existência e delimita-lhe os objectivos a alcançar durante a sua missão nesta vida? E a concretização dessa missão também vai sofrer desvios com as influências externas.


Tudo o que existe, enfim, teve um criador.
Tudo surge predestinado, neste mundo.

Merda, depois destas lucubrações que passaram da Filosofia (Essência e a Existência) para a Medicina (o Genótipo e o Fenótipo) continuo sem perceber porque é que ACORDEI TRISTE..? Será porque estou com FOME? Vou comer qualquer coisa e isto passa...

a Fonte 278


O Chafariz que embeleza a entrada principal da Quinta da Beloura.

O condomínio de luxo, onde Cristiano Ronaldo, tem uma Mansão, vai estar um desassossego, nos próximos tempos, devido às obras de construção da autoestrada (IC30) que irá ligar o Estoril ao IC16.
Uma obra que os sucessivos governos foram prometendo e não cumprindo - a última promessa (Gov. Sócrates) era para concluir em 2006 - porque vai cortar ao meio (atravessar) o condomínio.

domingo, setembro 28, 2008

Outros Bichos


..e ainda dizem que os Chineses comem coisas esquisitas!

São caracóis, são caracolitos
São os espanhóis, são espanholitos
São os espanholitos, são os espanhóis
São caracolitos, são caracóis

Ai um dia fui a Espanha
Ai um dia fui a Espanha
Comi lá com os espanhóis
Comi lá com os espanhóis

Cozido assado no espeto
Cozido assado no espeto
No molho dos caracóis
No molho dos caracóis


("Os Caracóis", Fado de Amália Rodrigues)

sábado, setembro 27, 2008

Amanhecer CXXXVII


Uma lembrança da Cristina.
O primeiro vaso de flores que vejo de manhã, quando abro a janela do meu quintal é o que tem as flores que a Cristina cá deixou quando da sua passagem pela nossa Casa da Praia, em Agosto. Hoje, Depois da chuva de trovoada, até parece que reviçaram - palavra esquisita esta - estão a dar-se bem com o clima excepcional do Outono, da Praia das Maçãs.
Por este andar, elas estarão ainda vivas e floridas quando a Cristina voltar a Portugal, no próximo Verão.

sexta-feira, setembro 26, 2008

Registos vivos



Em parte, devido ao excelente tempo que temos sentido aqui por Lisboa e arredores - melhores dias do que em Agosto - não me apercebi que, já entrámos no Outono Boreal.
O facto aconteceu, como de costume, durante o Equinócio de Outono e foi registado oficialmente em Portugal Continental, no dia 22 de Setembro, às 15:44H.

Por coincidência, precisamente no mesmo dia e nessa mesma hora, há 40 anos, estava aqui "O Moi" (ainda não era "O Bicho") plantado, ao lado da Menina Mariette, no Altar da Basílica da Estrela a balbuciar, "Siiimmm...".

Este facto foi também registado, em livro com texto e fotografias, dos quais, lamentavelmente, não resta nem uma copia para mostrar aqui ao povo. Desses registos que, podemos afirmar, com toda a propriedade, são do tempo da outra senhora, escapou apenas este que aqui mostro - gravado em 10 gramas de ouro - e que tenho guardado pensando que pode, um dia (espero que não chegue esse dia), ser uma ajuda para ultrapassar eventuais dificuldades de tempos de crise.

Há ainda outros registos bem melhores - são dois - bem vivinhos e muito "frescos" os meus Netos, o Pipas e o Digo, os primeiros Sobrinhos e companheiros de brincadeira do meu Filho mais novo.

quinta-feira, setembro 25, 2008

a ver navios 33




.. Aqui tens um novo Cabo.
Eu sou dono do mar alto
e não vais passar adiante.

..Eu sou marinheiro e abro
caminhos de par em par.
Já dobrei o Cabo Mau
vou passar este papão.
Ouve lá Perna de Pau
eu trago no coração
um país a navegar
e não há nenhum gigante
que me faça recuar.
O meu destino é chegar
cada vez mais adiante.

("As Naus", Manuel Alegre)

Retratos (2)


..(continuação)

Portanto, como ia dizendo, o “mau feitio” não é uma propriedade inata dos funcionários públicos requerida quando do concurso de admissão para o lugar. É mesmo assim como o nome diz, um feitio, (um formato) não uma forma de ser, mas de estar, muito (im)própria para atender os coitados que descontam, durante toda a vida, uma razoável percentagem do seu salário, para pagar os ordenados aos mal empregados e mal agradecidos (às vezes mal educados), que os vão atender, enquanto utentes, por exemplo, do serviço de saúde pública.

Constata-se que, o tradicional método “mau feitio” dentro dos espaços do Serviço Nacional de Saúde, é como a gripe, um mal contagioso, que ataca logo à entrada do posto de saúde, o segurança da Portaria. O qual deixa entender claramente que só está ali para assegurar a segurança das instalações e não para segurar a porta e facilitar a entrada do utente. Por isso, ele pode ou não indicar o balcão ou o “guichet” onde o presumível doente “queixoso” se deve dirigir, para apresentar queixa de alegadas maleitas, enquanto o seu olhar do porteiro profissional, como um feixe de ultra-sons, inspecciona meticulosamente o candidato a doente, assim a modos que a inquirir silencioso,

«O que é que (este) quer daqui? Estará mesmo doente… ou vem só para chatear? Não se enganou na porta?»

(e isto não fica por aqui, a acção continua... )

quarta-feira, setembro 24, 2008

a Porta 29


Também o Nº 29 da Calçada (ou Travessa ou Escadinhas) das Fontaínhas - mesmo ao lado do velho Jardim Cinema - na Mouraria, teve direito a um tratamento de beleza, por parte de um artista desconhecido (para mim).
Está giro. Fica bem, melhor do que apensas os tijolos e cimento a emparedar a porta. Só não consegui ainda perceber qual a mensagem que o artista pretende trasmitir com este trabalho.
Conheço, de passagem, o "Mundo da Valentina", mas não tenho prazer de conhecer a dita. Ah!!! Minto, conheci uma, quando trabalhava na TV - a Valentina Torres.

a Fonte 277


Casa de Serralves (Porto)

Ora, deixa-me cá aproveitar, enquanto o "pessoal" não está a ver, para publicar mais uma.
Sobre esta, não tenho muito para contar - apenas que embeleza o conjunto do "Jardim da Casa" no Parque de Serralves, no Porto.

terça-feira, setembro 23, 2008

a ver navios 32


Imaginem...

..os retornados voltam nas Naus que escaparam aos naufrágios dos Descobrimentos Portugueses e os caixotes de bagagem amontoados na Doca de Alcântara têm escritos nomes como: Luís de Camões, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, Diogo Cão, Francisco Xavier, Manuel de Sepúlveda.
..Dom Sebastião, avistado pela última vez num casbah de Marrocos, ao ser esfaqueado por roubar uma pedra de haxixe, a Oscar Wilde.
..vamos apanhar o primeiro eléctrico da manhã em Lisboa, e ver os operários, que vieram dos subúrbios, a rendilhar a pedra no Mosteiro dos Jerónimos, enquanto os bares da 24 de Julho despejam para o meio da rua a marujada das Caravelas da Companhia das Índias, que atracaram na Doca do Bom Sucesso, para descarregar as especiarias.
..e Dom Manuel I, apesar de rico e Venturoso, não consegue escapar às Operações da Brigada de Trânsito e é preso reincidente, por conduzir na marginal de Cascais sem documentos e com 0,5 gramas de álcool no sangue.
..nem as Tágides escapam. Com as suas provocantes tshirts molhadas, emborcam shots, pela noite dentro, nos bares do Bairro.


(António Lobo Antunes, há alguns anos, descreveu mais ou menos isto, no livro "AS NAUS")

segunda-feira, setembro 22, 2008

Retratos (1)


Nalguns, senão na maioria, dos SERVIÇOS PÚBLICOS,
o "mau feitio" é tradição – já vem de longe e tende a piorar – faz parte das normas da casa dispensar o mínimo possível (não o necessário e suficiente) de atenção aos chatos dos utentes que buscam solução para os problemas pessoais nos serviços públicos, principalmente aos doentes, que pelo facto de se sentirem mal (ou, não se sentirem bem), se tornam ainda mais chatos para com os funcionários que estão ali apenas a cumprir o seu fado, melhor dizendo, fardo.

Pois claro, lidar com os contribuintes não é “pêra doce”. É preciso “rédea curta”, caso contrário os gajos abusam e às tantas começam a exigir um tratamento igual ao das outras pessoas, as que têm dinheiro, ou bons conhecimentos, que lhes permite usufruir de privilégios evidentemente, adequados ao seu “status”.

Ora aí está, o contribuinte vulgar, só tem que contribuir – é o seu papel principal - e mais nada!

(As coisas que um gajo escreve, quando está bêbado... e é para continuar!!!)

domingo, setembro 21, 2008

a Fonte 276


Largo do Martin Moniz, em Lisboa.

Fonte evocativa da conquista de cidade aos Mouros, por D. Afonso Henriques, coadjuvado por uma série de Cruzados que estavam de passagem pela região, no seu caminho marítimo para a Terra Santa.
Os Cavaleiros, oriundos do norte da Europa, aproveitaram o convite do nosso primeiro Rei, para um fazerem um treino de combate a sério, para ganhar experiência de guerra (com fogo real, como diriamos hoje) antes das pelejas definitivas, no Médio Oriente.

Todos conhecem a lenda do nobre Martin Moniz, o herói mártir que, no ataque às muralhas flanqueou a primeira porta de entrada no Castelo.

sábado, setembro 20, 2008

Amanhecer CXXXVI


A fotografia é de hoje, Sábado de Setembro 2008, mas na verdade, é mais uma imagem da minha infância.

Passar alguns momentos a apreciar, ao vivo, as atribulações de uma ninhada de patinhos, com apenas dois ou três dias de vida, nascidos e criados em liberdade, num quintal... à moda de antigamente, um resquício de vida natural (que agora, estupidamente, chamam Biológica) só faltavam os pintaínhos - estão quase a sair da casca, talvez na próxima lua.

Bela manhã de sol, na Lezíria Ribatejana a contradizer as previsões anunciadas na véspera - chuva, nem pensar. Mas se viesse também não era grande problema para estes quatro. Antes pelo contrário, quanto mais água fresca, tiver o charco da patada, melhor aqui para os pequenos fazerem os treinos de velocidade.

Sítio e dia quase perfeitos nos "Foros de Benfica", só com um senão - nesta terra que se diz de Benfica (?), deparei com muitos Leõezinhos de Pedra a ladear os portões das casas. E como se isso não bastasse, junto ao pequeno lago dos patos, um horroroso enorme Leão de pedra.

sexta-feira, setembro 19, 2008

Janela de Passado


Tem vista para a Rua do Poço do Borratém, esta Janela do Passado, que hoje ainda se pode ver na Mouraria.

quinta-feira, setembro 18, 2008

a Porta 33



A moldura natural da ex-porta Nº 33
de uma calçadinha na Mouraria de Lisboa, serviu de inspiração a um artista popular, que pintou este quadro de azul profundo para sobre ele imprimir uma sábia frase filosófica - "o FIM é um BOM PRINCÍPIO!"
A 1ª ideia, decente, que me sugere isto (além do famoso "Diga 33") é baseada na história. Segundo os textos bíblicos,
Cristo tinha 33 anos quando subiu ao Céu;
portanto, o que foi o FIM da sua vida terrena;
terá sido o BOM PRINCÍPIO para outra vida.

quarta-feira, setembro 17, 2008

a Fonte 275


Não é bem uma fonte - é mais uma bacia, ou reservatório, de Água Benta, quer dizer, água benzida.

Lembram-se que era esta água, que servia para os heróis dos filmes antigos, do Drácula, se defenderem dos ataques do Conde Vampiro e seus conversos, aspergindo-a sobre a face dos ditos, provocando-lhes cegueira e queimaduras profundas e dolorosas.

Aqui, neste caso, o Bilo, estava apenas a exorcizar os espíritos para lhe permitirem uma entrada com o pé direito, no 5º ano, na nova Escola.

terça-feira, setembro 16, 2008

Autoretrato 28


[Setembro chato, no Parque Serralves]

Setembro é o teu mês, homem da tarde
anunciada, em folhas, como uma ameaça.
Ninguém morreu ainda e tudo treme já.
Ventos e chuvas rondam pelos côncavos dos céus
e brilhas como quem no próprio brilho se consome
..
("Relatório e Contas", de Ruy Belo)

a ver navios 31


"A ver navios",
expressão tipicamente Portuguesa, de origem muito antiga, que se usa ainda hoje.
Deriva da atitude contemplativa de populares, que se instalavam nos lugares mais altos da cidade de Lisboa, prescrutando o horizonte, à espera de que uma lenda se tornasse realidade.
Mais portugueses de outros lugares, ainda hoje têm o hábito de se plantarem à beira-mar, a ver navios, na esperança de, um dia verem regressar à Pátria el-Rei D. Sebastião, desaparecido há quase 500 anos, na batalha de Alcácer-Quibir, em Marrocos, no Verão de 1578.

segunda-feira, setembro 15, 2008

a Fonte 274


Até parece que me perco de propósito, só para encontrar uma Fonte.

Curiosamente, nem sabia que esta existia. Andava eu às voltas, mais ou menos perdido em vielas e travessas da Cantareira, quando deparei com este Chafariz dos Frades, escondido desde 1889, num recanto ao lado duma Igreja, cujo nome não vi.

Três factores, contribuiram para me desenrascar muito bem:
  1. não havia quase ninguém nas ruas daquele típico Bairro da Foz - estava toda gente na margem do rio a ver a corrida dos aviõzinhos - o que me permitiu manobrar o carro mais à vontade;
  2. o meu pequenininho Fiat Panda, é mesmo feito à medida das ruas estreitinhas;
  3. coadjuvado, claro está, pelo mais actualizado modelo exclusivo de GPS INTERIOR - o extraordinário (*) sentido de orientação geográfica que fui desenvolvendo no decurso de muitas viagens, sem norte, pelo nosso Portugal e arredores.

(*)
É falta de modéstia, mas é verdade.
Este era um tema para escrever mais.
Aquilo que eu sempre mais gostei de fazer, foi andar "à toa" por esse mundo fora, quer fosse de carro ou a pé.
Acho que o mesmo se passou com a minha vida - fui andando "à toa" por aí...

domingo, setembro 14, 2008

Janela de Luar


É cedo!

São exactamente 6:30 da madrugada. Para lá da Serra de Sintra a alvorada já vai clareando. Percebe-se pela silhueta da Serra bem recortada no Céu. Aqui deste outro lado, o lado Poente, no ponto mais Ocidental da Europa, é ainda muito cedo, quer dizer, à mesma hora, está bastante escuro ainda.
Todavia, na janela, (naquela janela virada p'ró Mar - como tão bem cantava o Francisco José, a velhinha e linda canção de embalar), na janela voltada ao Poente a Lua Cheia derrama luz e sombras em cima da mesa.

A sede...

Levantei-me, porque tinha sede. Desculpas, a verdade é que não conseguia dormir. Aqui estou, estupidamente acordado a uma hora que não é costume, a beber um sumo, a tirar fotografias e a escrever coisas. Deve estar para chegar aí, uma crise qualquer. Não é normal, eu ter insónias.

O gato.
O "cabrão" do Bichano da vizinha conseguiu abrir o meu caixote do lixo e está a fazer um chiqueiro do "caraças" no meu terraço. Tenho que ir lá fora... mas vou cantando baixinho:
Cem anos que eu viva não posso esquecer-me
Daquele navio que eu vi naufragar
Na boca da Barra tentando perder-me
E aquela janela virada pró mar
..
Se mais ainda houvesse mais fortes correra
Lembrando-me em noites de meio luar
Dos olhos gaiatos que estavam à espera
Naquela janela virada pró mar

sábado, setembro 13, 2008

Amanhecer CXXXV


Efeitos da chuva e do vento forte da noite:
todo o chão, em redor do velho Castanheiro,
está pejado de Ouriços verdes, ainda fechados.
Não haverá Castanhas maduras, no Outono.

Na manhã, post temporal, este Castanheiro do Parque de Serralves, fez-me recordar um antigo Parque natural na Terra Quente Transmontana (em Vila Flôr) onde, sob monumentais Castanheiros montei algumas vezes a tenda, nos meus tempos de amante do campismo itinerante.
Os cachos de luminosas flores amarelas, durante o maduro Maio,
desde o final da Primavera, entram pelo meio do Verão.
As belas tonalidades de verde e castanho que anunciam em Outubro,
a colheita de frutos maduros que virão com o Outono.

sexta-feira, setembro 12, 2008

o segredo


Diz-se que "surfar" (deslizar) nas ondas é como fazer sexo
- de pé é muito bom, mas deitado é ainda melhor.!!

- É por isso que Eu pratico o Body Board e não o Surf...

quinta-feira, setembro 11, 2008

a Fonte 272


A FONTE DO PRAZER

Esta fonte é publicada fora da sequência numérica - a numeração volta para trás - propositadamente, pois ela tem como significados, o retorno, o regresso, o reencontro e esta imagem procura exprimir o prazer imenso que é abraçar alguém que nos seja muito, muito querido.

Dar e receber, um abraço... de prazer.

Homem de barro


Caminhava descontraído, pela Ribeira, quando dei de caras com este perfeito Homem de Barro - assim de repente, pensei mesmo que se tratava de uma verdadeira estátua de barro, de uma exposição de rua - excelente performance de um artista/actor anónimo, de rua, ao nível dos melhores homens-estátuas que vi nas Ramblas de Barcelona.

«E o Senhor Deus formou o homem; moldou o pó da terra (barro) e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente - ser vivo.»
Esta frase do versículo 2.7 do Génesis, afirma a dupla natureza do homem - um sopro de (espírito) vida, num corpo (físico) de barro.

a ver navios 30


Chico fininho

A noite vem já e mal atina
Ele é o maior da Cantareira
Patchuli borbulhas e brilhantina
Cólica escorbuto e caganeira
..
Sempre a domar a cena
Fareja a judite em cada esquina
A vida só tem um problema
O ácido com muita estricnina
..
Da Cantareira à baixa
Da baixa à Cantareira
Conhece os flipados
Todos de gingeira

Chico fininho
Uuuuuuh uuuuuuh


Na época em que Rui Veloso musicou e interpretou pela primeira vez esta letra de Carlos Tê, era aqui neste local, da Cantareira (Massarelos), que se podia passar um bom bocado a ver navios a serem restaurados, no único estaleiro de barcos de madeira do Rio Douro.

quarta-feira, setembro 10, 2008

a Fonte 273


No Jardim do Morro, junto à Serra do Pilar.

Infelizmente não é a primeira, nem a única, fonte deste estilo (com pedras cársicas, formando cascatas e lagos), que conheço e que se encontra em muito mau estado - está mais seca do que eu.

A Câmara de Gaia, podia pelo menos, fazer escorrer por aqui alguma água reciclada.

terça-feira, setembro 09, 2008

as Coubinhas


Esta diálogo(*), acreditem, é berdadeiro, oubi-o Eu no Domingo à tarde, entre dois patinadores que rolabam no passeio da Foz do Douro, junto à Praia do Pescador, em direcção ao Castelo do Queijo.


- Sabes aquela das duas coubinhas que se encontram na abenida?
- Não? É assim.
- Diz uma coubinha:
- "Então, sempre coubeste?"
- E a outra:
- "Sim, coube!"

Obs.:
Espero que o Pessoal do Norte não leve a mal a historinha.

segunda-feira, setembro 08, 2008

a Fonte 271


Chafariz da Rua Escura (Porto)

Acho interessante a forma como se descrevem as obras de arquitectura, principalmente no que toca aos Fontanários e/ou Chafarizes. Como exemplo, eis um excerto retirado de um escrito do IPPAR:
Construído, no século XVII na Rua Escura e transferido em 1940, para a Rua da Pena Ventosa, junto à Sé do Porto.

«A delimitar a composição vertical, duas pilastras com carátides associadas suportam o friso horizontal superior, decorado com métopas e caneladuras tipicamente maneiristas.
Superiormente, o chafariz termina com um coroamento complexo, mais elevedo ao centro para albergar os símbolos das armas reais, solução de cronologia posterior e que contrasta claramente com o produto maneirista inferior.
Em baixo, ao centro, duas figuras atlantas suportam a boca do chafariz, composta por uma pequena taça sobrepujada por um pelicano, de cujo furo no peito provinha inicialmente a água.»
Nota:
há no texto, vários termos curiosos (métopas, pilastras, carátides, atlantas, maneiristas, etc.) que designam componentes e/ou estilos reconhecidos em arquitectura, cujo significado podem encontrar com facilidade na Net.

a sinceridade


O Estádio do Dragão - no alto da imagem, sobre o casarão e à direita da mancha florestal verde.

Antes de me vir embora, ainda captei esta vista de longe, pouco nítida devido aos reflexos dos vidros do restaurante.

Quero realçar, pela forma positiva e correcta, o seguinte comentário de um anónimo, adepto do Porto, obviamente.

«Pois pois e os gostos não se discutem.
Nós cá do Norte respeitamos os v/ gostos e sorrimos naturalmente.
Toda a gente sabe que o estádio do Dragão é lindooooooooooo.
Vejam bem com olhos de ver,
A humildade e sinceridade fica sempre bem...»

Concordo..! Só com uma ressalva - humildade, é coisa que, habitualmente falta, no discurso daquele senhor que é o dono do FCP.

domingo, setembro 07, 2008

a ver navios 29


Depois dos aviões,
o "pessoal" deixou-se ficar por ali, na margem do Douro, a ver navios, neste caso "Rabelos", que, apesar de um tanto ou quanto modificados e adaptados ao transporte de passageiros no lugar das antigas barricas (ou pipas) de Vinho do Douro, continuam a fazer parte - imprescindível - desta belíssima paisagem do baixo Douro.

a Fonte 270


Claro que é uma fonte do Porto, como não podia deixar de ser.

Nasta imagem, feita sem cuidado, não se consegue ver muito bem os pormenores do Chafariz de S. Miguel (Anjo ou Arcanjo), porque o fundo da fotografia é bastante rico e o Fotociclista não levou isso em conta.
Dizem que esta fonte, encostada à "Casa do Despacho" na parede lateral da Sé Catedral do Porto, foi mais uma obra de Nicolau Nasoni.

Espero fazer melhor nas próximas imagens: o tal Estádio do Porto e, um dia destes, a tal fonte do Estoril.

sábado, setembro 06, 2008

Amanhecer CXXXIV


Da minha janela do Holiday Inn (Gaia) uma vista bem conhecida (do pessoal da RTP) - as antenas do Monte da Virgem.
Da outra janela, avisto o Porto, mas há uma coisa que estraga a paisagem - o Estádio do Dragão.

sexta-feira, setembro 05, 2008

vida de flor


(A Zínia - uma espécie de Dália - é uma flor de Verão)

Mostra o seu Esplendor (palavra bonita) no pico do calor.
Segue-se a Decrepitude (palavra feiosa) no fim do Verão.

É também por isto que sinto, no final do Verão (ainda longe do Outono), uma maior tristeza do que no próprio Outono, o qual recupera à vista, à vida e à natureza, outra espécie de beleza.

quinta-feira, setembro 04, 2008

o Sono pelo Sonho


Quem já não teve dias assim,
em que a gente ao acordar fica por uns momentos a pensar, «Mas para que é que eu acordei? Hoje, agora, vou fazer o quê? Porra, não sei..!»
Nessas alturas, ressinto-me de estar vivo, isto é, sinto que mais valia não ter acordado. «Bom, vou ler um bocado para me distraír e não ficar aqui a pensar, a remoer no mesmo tema, pois já percebi que hoje é Quinta-feira - o meu dia não.»
Sento-me na cama e pego no livro que está sobre a mesa-de-cabeceira. O livro que ontem, uma amiga me ofereceu, é um pequeno conto de Dostoievski - "O SONHO DE UM HOMEM RIDÍCULO".
«Estranha coisa, este título», pensei e fui lendo...
"Antes, eu sentia-me muito consternado por parecer ridículo. Eu não parecia, eu era. Sempre fui ridículo, e sei disso, talvez desde que nasci. Talvez aos setes anos eu já soubesse que era ridículo.
E fui para a escola, depois para universidade, e ora - quanto mais eu estudava, mais aprendia que era ridículo. De modo que todos os meus estudos a modos que só serviram, afinal, para me provar e me explicar, que sou ridículo.
Assim como nos estudos, acontecia também na vida. A cada ano aumentava e fortalecia em mim essa mesma consciência de que sou ridículo em todos os sentidos. Todos riam de mim, o tempo todo.
Mas ninguém sabia nem suspeitava que, se havia na terra um homem mais sabedor do facto de que sou ridículo, esse homem era eu, e era justamente isso que mais me ofendia, que eles não soubessem disso, mas neste caso, o culpado era eu mesmo.."
«Já chega, gaita! Vou mas é ligar a TV para ver se consigo dormir mais um bocado...» Claro está, que não consegui voltar a adormecer. Então, sentei-me ao computador e escrevi.

a Fonte 269


E lá vou Eu, de viagem,
acartando para o Porto,
saudades de Lisboa.

quarta-feira, setembro 03, 2008

Sur la plage


Dernier baiser

Quand vient la fin de l'été, sur la plage
Il faut alors se quitter
Peut-être pour toujours
Oublier cette plage
Et nos baisers

Quand vient la fin de l'été, sur la plage
L'amour va se terminer
Comme il a commencé
Doucement, sur la plage
Par un baiser

Quand vient la fin de l'été, sur la plage
Il faut alors s'en aller
Les vacances ont duré
Emportant la tendresse
De nos baisers

(Cantavam "Les Chats Sauvages", nos anos 60)

terça-feira, setembro 02, 2008

a Fonte 268


Esta, contrariamente ao que é costume, não fui eu que fotografei.
Nem podia, porque eu nunca a vi. Nem eu nem ninguém mais,
pois ela nem sequer existe... ainda, a não ser na imaginação de uns quantos arquitectos e engenheiros.
Mas, esperem um pouco, até ela ser construída, no Dubai, a cidade dos megaprojectos imobiliários quase impossíveis.
Dizem que será a maior fonte artificial do mundo, equipada com jactos de água capazes de lançar 84.000 litros de água até uma altura de 150 metros.
Terá 6.600 luzes e projectores para animar de cores esta incrível fonte que se estima venha a custar 218 milhões de dólares.

Primavera 2005


E vai daí óspois,
como ninguém gostou da outra (nem eu)...
fiz a Versão 2;
que é provisória - desde 2005 aguarda os retoques definitivos.

segunda-feira, setembro 01, 2008

a ver navios 28


Uma maneira diferente de ver os barcos,
(que não são navios, mas servem para navegar,
fotografados de uma forma pouco tradicional)
sem estarem recortados na linha do horizonte.

Mas, isto para mostrar ou dizer, o quê afinal?
Nada, só porque não tenho aqui a jeito uma fonte.
Tenho-me esquecido de uma data de fontes para postar,
que ainda há nos meus arquivos...
- Ó, que pena, dirão alguns super-aficcionados leitores do Fotociclista, que ainda só viram aqui publicadas duzentas e tal - não queremos mais, estamos fartos de fontes!
- Pronto, digo eu, já de seguida retomamos a sequência com o número 268.

Primavera 2004


(tinta acrílica em tela - 70x50)
"Primavera 2004" - versão 1
Foi para o lixo o original.
Sobreviveu esta imagem volátil, esquecida num daqueles cartõezinhos de memória electromagnética que se usam nas máquinas fotográficas digitais.

Decorria o tempo em que eu ainda pensava ser capaz de expressar (ou será exprimir?) com pinceis e tintas, alguma coisa de jeito sobre numa tela.

Poema Esquecido

Praia Grande, Sintra Ao captar esta imagem, criei uma poesia. Decerto, inebriado por um momento de solidão, em que me senti inserido na pai...