Vento - ar em movimento.
Com mais vento tenho menos ar. Mais ar, faz-me falta mais ar. O
ar em movimento, eu não consigo agarrar. Passa por mim, muito rápido, depressa demais para o poder captar, inspirar.
São 5 da madrugada, passei por AQUI, parei para escrever umas palavras que me rodopiavam na cabeça... de vento.
Dentro da minha caixa de ideias, as tempestades de Verão, começaram
a fazer das suas, das minhas, ideias um pandemónio.
Não gramo o vento, não gosto do ar que passa por mim a correr, transportando com ele tudo o que não tem dono, que não é reclamado por ninguém.
EU, RECLAMO! Vou continuar a protestar, mas... cá para mim, o vento do ar, ou o ar do vento, foi pelos ares, foi um ar que lhe deu, não liga boia ao que eu digo, ou muito menos, que penso. Também não está mal pensado, não senhor! Quer dizer, se eu pensasse mais e melhor, secalhar não escrevia nada disto - estava era a dormir bem sossegadinho ali á beira-mar, embalado pelo constante troar da rebentação na Praia-das-Maçãs.
O barulho do mar - 5.000 locomotivas a puxar um comboio de 30.000 carruagens. E não tem fim, nunca mais acaba de passar por cima da ponte, o ressoar de pesadelo que o vento-brisa do mar do Oeste transporta até à minha cama, aos meus sentidos, ressentidos desta vida.
Aaaah! Vou seguir por aí fora, a escrever, palavras ao vento, em folhas de papel esvoaçante... e o vento, o vento e o tempo, passam, vão continuar passando por mim. E eu? Eu, sem querer poder fazer nada para mudar.
O tempo, o vento e o tempo: muda-se o tempo, mudam-se o quê?