quinta-feira, janeiro 31, 2008
Fleet Street da Mouraria
Porta N8
Estou de volta às portas e janelas,
que andei por aí a fotografar
e já preparei, para publicar
aqui, mais uma série delas.
Não vou pôr as fontes de lado.
Elas vão continuar a aparecer,
ora com, ora sem água a correr.
Sim. Parece que estou obcecado.
quarta-feira, janeiro 30, 2008
claro escuro
(Beco do Arco Escuro, Alfama, Lisboa)
se,
de "Claro" derivam verbos: declarar, esclarecer, clarificar(?);
então,
de "Escuro" podemos derivar: descurar(?), escurecer, escurificar(?).
terça-feira, janeiro 29, 2008
a Fonte 200
Não sei,
nem sequer rima nem nada
a Quitandeira
QUITANDEIRA
A luz brinca na cidade
o seu quente jogo
de claros e escuros
e a vida brinca
em corações aflitos
o jogo da cabra-cega.
A quitandeira
que vende fruta
vende-se.
- Minha senhora
laranja, laranjinha boa!
Compra laranja doces
compra-me também o amargo
desta tortura
da vida sem vida.
Compra-me a infância do espírito
este botão de rosa
que não abriu
princípio impelido ainda para um início.
Laranja, minha senhora!
Esgotaram-se os sorrisos
com que chorava
eu já não choro.
(Agostinho Neto, Angola)
segunda-feira, janeiro 28, 2008
a Fonte 199
Sem palavras
as palavras. Já não há mais!
Uma cambada de anormais,
borrou as tabuletas amarelas.
Mas o aviso não dizia nada,
não interessava a ninguém.
E agora, serve para quem,
uma tabuleta toda cagada?
Dizia: "Proibido circular a pé
pela linha."
Ó santa ignorância a minha.
E o "Art. 23 Rep", o que é?
domingo, janeiro 27, 2008
Oceano Tropical
na
leveza do luar crescente
sobe a ilusão da felicidade
que
teu gesto distraído
me dá
como se
plumas vogando suaves
na brisa
fossem
vida de pássaro apodrecendo
na
leveza do luar crescente
a nossa terra
é um imenso oceano tropical
que do Índico ao Atlântico
a gente devagar
vai contornando em jangada
de vento e saudade
pelo tamanho do mar.
(Arlindo Barbeitos, 1998 - ANGOLA)
sábado, janeiro 26, 2008
a Fonte 198
Amanhecer CII
sexta-feira, janeiro 25, 2008
Salir de Cuba
Nunca podré morirme,
mi corazón no lo tengo aquí.
Alguien me está esperando,
me está aguardando que vuelva aquí.
Late y sigue latiendo
porque la tierra vida le da,
pero llegará un dia
en que mi mano te alcanzará.
Una triste tormenta
te está azotando sin descansar
pero el sol de tus hijos
pronto la calma te hará alcanzar.
Cuando salí de Cuba,
dejé mi vida dejé mi amor.
Cuando salí de Cuba,
dejé enterrado mi corazón.
(Luis Aguilé)
quinta-feira, janeiro 24, 2008
o Espectro
EU,
desprezado, não diria tanto;
ostracizado, também não;
talvez apenas, desclassificado;
desconsiderado por quase todos;
e até, pasme-se, pelas coisas que não sentem - imaginem que umas malditas portas que se abrem automaticamente à aproximação de uma pessoa "normal", à minha chegada, ficaram quietas, imóveis, não abriram, tive que empurrar, pois parece que as ditas não detectam a minha presença. No mesmo dia, duas portas diferentes - que, funcionaram normalmente, com pessoas antes e depois de mim.
Chiça!!! Será que sou um fantasma, que não passo de uma sombra? Porra, JÁ NÃO EXISTO, SOU APENAS UM ESPECTRO ELECTROMAGNÉTICO, que interfere no normal funcionamento dos controlos remotos de dispositivos electromecânicos - ainda bem que o meu automóvel não tem equipamento muito sofisticado, senão... era capaz de ser difícil eu conduzir em condições?
Amanhecer CI
quarta-feira, janeiro 23, 2008
a Fonte 197
Mas, eu não sei qual é.
Se alguém souber...
pode contar aqui.
A gente agradce.
segunda-feira, janeiro 21, 2008
Quadra popular (XXVI)
Diz a história que este nosso Portugal,
tem sido o berço de poetas do caraças.
Pois sim, mas a gente vivia menos mal,
se em vez de versos, fizessem carcaças.
(este é meu e quem escreveu fui eu, Jan 2008)
Tango Cubano
barra querida de aquellos tiempos.
Me toca a mí hoy emprender la retirada,
debo alejarme de mi buena muchachada.
Adiós, muchachos. Ya me voy y me resigno...
Contra el destino nadie la talla...
Se terminaron para mí todas las farras,
mi cuerpo enfermo no resiste más...
(Pelo Rei do Tango da Argentina, Carlos Gardel, 1928)
domingo, janeiro 20, 2008
Versejar ao Luar
Seis e meia da tarde, parece noite,
apesar do ver bem o caminho,
à luz de uma "lua-quase-cheia",
já é tarde para andar de bicicleta.
Vou arrumar as rodinhas e
sentar-me aqui, no paredão,
(sitting on the doc of the bay...)
à beira-rio a fazer versos à lua.
Mas, fazer versos para quem?
Para, quem não os pode ouvir,
para quem não os quer ler?!!
- Então não... isso,
fica para outra vez,
lá para o dia de São Nunca.
Vou mas é embora para casa,
solidão por solidão, lá,
sempre estou menos sòzinho,
quero dizer, falo sòzinho,
à mesma, mas pelo menos,
estou bem acompanhado.
..
Tempo perdido a escrever
versos com rima forçada.
Para quê, se ninguém vai ler,
o que a gente sente, é nada.
Assim, vou dizer uma quadra,
em poesia seca, uma merda;
se a quem ler lhe desagrada,
tá bem, não é grande perda.
Ó lua que vais tão alteada,
redonda como um tamanco.
Ó Maria, traz cá a escada,
qu'eu não chego lá c'o banco.
sábado, janeiro 19, 2008
a Fonte 196
Amanhecer C
sexta-feira, janeiro 18, 2008
um Livro
Apanhou-me de surpresa. Aquela vista, entrou e atravessou-me o espírito, vasculhando todas as imagens da minha memória em busca de uma semelhança.
Esgotadas as hipóteses de identificação rápida, superficial, mergulhou mais fundo na pesquisa, para encontrar uma equivalência, uma cópia. Também não resultou.
Logo em seguida, com o desengano em perspectiva, remexeu todas as gavetas repletas de sons, cores, cheiros, sentimentos, emoções - de nada serviu. Nada feito.
Como o vento de um tornado, revolveu todos os escritos arquivados, misturando frases, descolando páginas, soltando letras e recompondo palavras, experimentando ligações com nexo, feitas através de um ténue fio de esperança. Talvez assim... pois, claro. Mas não.
Cada vez mais complicado, encontrar nos arquivos da memória, a caixa onde estão guardadas todas as informações ligadas a esta fotografia.
Quando foi tirada, qual o dia da semana, de que mês, era cedo ou tarde;
onde, no campo, numa rua, um miradouro, à beira-mar, em que cidade, que país;
porquê, por quem, para quê, a que a precedeu, quem teve a ideia, porque estava aqui, com quem estava;
o tempo, fazia calor, estava frio, nevoeiro, sol aberto, havia vento, moderado, fraco, de que quadrante;
a que cheirava o ar, humidade, chuva iminente, relva cortada, maresia;
ouvia-se o mar, os pássaros, havia gaivotas no espaço, cães a ladrar; buzinas de automóvel;
que pensamentos, que emoções sentia, que sentimentos passavam na minha mente, estava feliz, pouco, alegre, despreocupado, solitário;
para onde fui depois, o que aconteceu a seguir, quem era o nosso Primeiro Ministro, qual a notícia do dia, que vida era a minha, que... tantas outras perguntas;
milhões de outras coisas que se encontram bem guardadas, esquecidas, dentro de milhares de compartimentos que contêm, cada um, o conjunto de informações externas e internas que marcaram um dado momento da nossa existência.
E há caixas que são partilhados com mais alguém - ou outros "alguéns" que podem ou não, ter estado presentes fisicamente no momento de preencher, etiquetar e encerrar uma caixa.
A memória é uma coisa muito difícil de entender e a recordação é uma coisa ainda mais difícil de explicar... eu penso.
Depois de vasculhar debalde todos os meandros e recantos das poeirentas arcas memoriais, pensei - afinal, este não sou eu. Eu não sou assim.
- "Ah, ah, mas já foste", diz uma puta duma vozinha bem atrás do meu nariz.
Amigo
a Fonte 195
Custa, doi mais ainda imaginar este local.
Custa, doi muito pensar que vamos ter que voltar aqui.
Esta é,
a fonte de todas as minhas reservas de amargura,
a fonte onde vou beber as dúvidas do meu maior temor,
a fonte do Suplício de Tântalo da minha agonia invisível,
a fonte que espera por mim há quase 4 anos - eu vou voltar
a fonte que vai servir para, lavar a mágoa ou afogar o desgosto.
Esta que foi,
a fonte de vida - na terra onde nasceu minha Avó e nasceu minha Mãe,
é agora,
a fonte que me enche a alma de desgosto que faz trasvazar para a consciência um sentimento estranho, de desprezo(?) por mim mesmo.
quinta-feira, janeiro 17, 2008
Cheiro de Lisboa (2)
Num tacho, depois de alourar em azeite os 3 ou 4 dentes de alho picados, juntar um caldo de carne e mexer até este se dissolver.
Depois deitar o arroz (seco ou lavado) por cima e deixar fritar durante uns minutos, mexendo de vez em quando para não pegar. Deitar um pouco de sal e voltar a mexer - sempre em lume brando ou médio.
Com cuidado, juntar água aquecida á parte - atenção ao "espirrar" da água em contacto com a gordura muito mais quente.
Depois, juntar o chouriço cortado em cubinhos, as tirinhas de pimento e a salsa.
Mexer, tapar e deixar cozer em lume baixo.
Fica pronto quando a água estiver quase a secar, deixando no tacho, apenas o arroz.
o Segundo
Foi também o segundo Transporte em Plano Inclinado a ser concedido à Nova Companhia dos Ascensores Mecânicos de Lisboa (NCAML).
Começou a funcionar em 1885, com muitas interrupções devidas às frequentes falhas no abastecimento de água à cidade.
Por causa disso, o sistema simples e original de tracção por contrapeso de água foi substituido, primeiro pela força de uma máquina a vapor e depois por um motor a energia elétrica.
quarta-feira, janeiro 16, 2008
a Fonte 194
a Figura
Toda gente vê que é um edifício extraordinário, por dentro e por fora, sem igual em toda a Europa.
Sabemos que é uma obra no estilo Neo-Manuelino, desenhada pelo arquitecto José Luís Monteiro em 1886.
Mas... não sei,
terça-feira, janeiro 15, 2008
Merda d'artista
Nem é tarde, nem é cedo, Piero leva a coisa à letra e trata de defecar para dentro de 90 latas de conserva. Colocou-lhes um rótulo "Merda d’Artista" ("Artist’s Shit") e numerou e assinou cada uma delas.
Todavia, restam poucos exemplares, pois devido à pressão, algumas latas de caca começaram a verter!
Hoje em dia, cada uma das latas originais vale(*) cerca de 30.000 €uros.
Esta é a verdadeira história da "Merda de Artista", que eu já tinha contado aqui, mas hoje, relembro, para tirar dúvidas, pois parece que algum "artista de merda" em New York, resolveu plagiar o obra, e começou a arrecadar uns dólares vendendo autêntica merda (falsa) aos "camones" intelectuais da treta, ou da trampa.
a Fonte 193
segunda-feira, janeiro 14, 2008
Cheiro de Lisboa (1)
No miradouro do Elevador de Santa Justa.
Ó que bela vista e que rico cheirinho,
que aroma; cheira bem, cheira a Lisboa?
Não. Cheira a Frango com Esparguete
Frite o alho picado em azeite, até ficar bem dourado.
Adicione açafrão, os pedaços de frango, cebola picada, um caldo de galinha, uma mão-cheia de cogumelos de conserva (pequeninos e inteiros), tempere com pimenta e sal e deixe refogar algum tempo, bastante.
Junte água até cobrir tudo e deixe cozinhar até ficar macio. Acrescente coentros picados e retire do lume.
Espalhe o queijo ralado sobre a massa (esparguete cozido "al dente") ainda quente, junte-lhe em seguida um pouco de caldo do frango e misture tudo.
Coloque os pedaços de frango por cima e sirva em seguida.
Cheira ao restaurante aqui de cima.
domingo, janeiro 13, 2008
a Fonte 192
sábado, janeiro 12, 2008
Amanhecer XCIX
algures perdida no seio da netosfera.
Ou então ainda não foi criada... está
a dizer qualquer coisinha...
sexta-feira, janeiro 11, 2008
Tarde, tarde...
Tarde, tarde, o dia esvai-se, no tempo
o relógio vai parar durante a noite,
mais uma noite desligado, à espera
de recomeçar a contagem de mais um dia
mais algumas horas que eu vou passar
não sei como, e ainda não sei onde..?
Não vou dizer onde ando,
Nem sequer onde estive.
Porque há gente que vive,
Por aí me atormentando.
Por muito que eu queira,
Denunciar o mandante
Que pagou ao meliante,
Não encontro maneira.
Dizem que eu devia contar...
Que podia, tudo descrever...
Mas eu nada estou a fazer.
Ainda não consigo divulgar.
Desconfio do que (des)conheço...
Pode haver alguém à espreita,
Numa esquina do caminho,
Por onde já não vou passar.
Mas já é tarde para recuar.
Não se pode diluir em vinho,
O mal que esta vida enfeita.
Afinal, é isto o que mereço?
quinta-feira, janeiro 10, 2008
coisa boa!
quarta-feira, janeiro 09, 2008
a Fonte 191
Só mais uma... e pronto, acabaram as fonte de Havana.
Obs.:
Há por lá, mais fontes monumentais em mármore de Carrara , mas eu não as fotografei.
terça-feira, janeiro 08, 2008
Teddy Boy
A designação, apareceu pela primeira vez em 1953, escrita no diário Inglês "Daily Express", para designar o novo estilo (a moda) da juventude da época - a renovação do post-guerra.
Por esta data, o que viria a ser o mais famoso "Teddy Boy" americano, Elvis Presley era ainda um simples camionista, que se encontrava, todavia muto próximo de atingir o seu grande êxito, "It's Now Or Never".
Elvis, nasceu no Missisipi, a 8 de Janeiro de 1935.
E, no dizer de muitos dos seus fãs, "Elvis Não Morreu", festeja hoje os seus 73 anos de idade.
É a opinião de um, estupidamente grande, conjunto de (anormais) fãs que acreditam plenamente que Elvis vive ainda, escondido algures numa Ilha desconhecida.
Inexplicavelmente (voluntariamente?) retirado do mundo, "O Rei", faz algumas aparições públicas, de vez em quando - alguns dos seus alucinados fãs, afirmam tê-lo visto em diferentes localidades dos States.
o Sono
Na viagem de comboio, o Zé, ressona de boca aberta, resvalando para cima do passageiro do lado.
O outro, acorda-o com um encontrão e diz: "O sono é a antecâmara da morte." - William Shakespeare.
O Zé, abre um olho, fecha a boca, fecha os olhos, volta-se para o outro lado e recai no sono.
De novo o vizinho lhe interrompe o descanso, repetindo: "O sono é a antecâmara da morte." - William Shakespeare.
O Zé, não liga, e retoma o concerto sonoro. A cena repete-se uma terceira vez em que, o Zé, finalmente perde a paciência e retruca: "Vá chatear a pata que o pariu." - José Almeida.
segunda-feira, janeiro 07, 2008
a Fonte 190
Na aldeia dos Fóios,
no alto da Serra das Mesas,
encontra-se a nascente do Rio Côa,
que segue para Norte ao encontro do Douro.
Na aldeia dos Fóios,
come-se um um belo Cabrito assado nas brasas,
produzem-se os melhores Queijos cabreiros da Beiras,
fabricam-se os mais saboros Enchidos de fumeiros caseiros.
Na aldeia dos Fóios,
numa fria noite de final de Dezembro aprendi a Cantar as Janeiras,
entrei na rusga, percorri as ruas, invadindo adegas, enchi a saca das oferendas,
de acepipes variados, doces e salgados, e... apanhei uma daquelas grandes bebedeiras.
Na aldeia dos Fóios,
arribei por acaso, naquela semana de Natal,
vindo de outra aldeia ali perto, a Sortelha medieval.
Já passaram mais de 10 anos, mas recordo perfeitamente,
tudo o que lá vivi, até sucumbir vencido pelos vapores da aguardente.
Hino dos Fóios
Fóios é a nossa terra
É a mais bela de Portugal
É um regalo conhecê-la
Porque como ela
Não há igual
Mesmo à beirinha de Espanha
E na nascente do rio Côa
É que nasceu esta terra
Que não inveja
Mesmo Lisboa
(..excerto)
domingo, janeiro 06, 2008
Os Sonhos
sábado, janeiro 05, 2008
Liberdades
A Liberdade Física; a Liberdade Política; a Liberdade Religiosa; a Liberdade de Expressão; a Liberdade dos Povos; a Liberdade Individual; a Liberdade dos Outros; a Tua Liberdade e a Minha Liberdade.
Justiniano, Imperador de Roma disse,
"Libertas est potestas faciendi id quod Jure licet"
(A liberdade é a faculdade de fazer o que o Direito permite, ou a liberdade é a faculdade que cada um tem de fazer o que lhe aprouver, até que a força da Lei o impeça.)
Ulpiano, seu contemporâneo, exclamou,
"Libertas pecunia lui non potest"
(A liberdade não se paga com dinheiro) - o que, até nem era verdade..!
O jurista Gayo, afirmou,
"Libertas omnibus rebus favorabilior est"
(A liberdade é a mais preciosa de todas as coisas).
A Revolução Francesa, proclamou a Declaracão dos Direitos do Homem e do Cidadão, que consagra a liberdade, como Direito Fundamental, definido nos seguintes termos:
"Liberdade é a faculdade de fazer tudo aquilo que não prejudique o outro".
(sendo esta, provavelmente a definição mais conhecida, hoje em dia)
Quer dizer, que a liberdade humana deve ser acompanhada pelo sentido da responsabilidade, a fim de evitar converter-se em libertinagem.
Em todas as épocas, se tem procurado, sem que se haja logrado alcançar a solução ideal para um eterna problema:
o equilíbrio perfeito entre o direito do indivíduo actuar sem interferências alheias e a necessidade que a comunidade tem de lhe restringir a liberdade.
"Liberdade em Democracia é uma Utopia"?
quinta-feira, janeiro 03, 2008
um Conto
Ontem, ao sentir nas minhas mãos geladas, o contacto fremente dos teus dedos cheios de febre, eu senti dentro de mim o baque forte de uma sensação desconcertante, que me fez tremer e encheu de pavor.
Minutos depois daquele enleio, que voltou a realizar o milagre da junção das nossas almas, ao mirar-me nos teus olhos negros e parados, deixei-me esquecida de tudo o mais, penetrar pelo seu fluido estranho ao ponto de me toldar e absorver nas dobras desse mistério, que já foi o rastilho da minha embriaguês antiga.
E apateceu-me fugir! Fugir imediatamnete, soltar as tuas mãos, não ver mais os teus olhos! Agora, impaciente, percorrerás, com os olhos dilatados, àvidamente, a rua, querendo rasgar clareiras por entre a multidão apressada, no desejo de lobrigar o meu vulto de oriental esguia... Porem esperarás em vão. Não posso cumprir a promessa. Faltarei!
Por isso escrevo estas páginas com o sangue quente da paixão rubra que reacendeste, diluido na tinta transparente das lágrimas que sinto cair dentro da alma, alagada agora pela mágoa imensa da certeza de perder-te definitivamente.
(excerto de um conto de Lúcia de Castro, 1947, Século Ilustrado)
quarta-feira, janeiro 02, 2008
a Fonte 189
Prontos, já que ninguèm protestou veementemente, aqui vai mais uma.
Encontrei-a no centro da Plaza Vieja,
a Fonte que antigamente abastecia de água os residentes foi reconstruída, agora só para servir de ornamento, com Mármore de Carrara.
Não é bonita nem é feia. Antes pelo contrário, não tem graça nenhuma, mas enfim... suponho que deve ter sido uma oferta do povo da Toscana (Itália) ao povo de Habana (Cuba).
El Buzon
mesmo fartinhos das tretas deste "blog",
nomeadamente da saga das Fontes, ou
do folhetim dos Amanheceres,
têm aqui,
a Limpeza
terça-feira, janeiro 01, 2008
a Fonte 188
pairando
no céu do misterioso Triângulo das Bermudas;
velejando
nas ondas turquesa do Mar das Caraíbas;
mergulhando
nas águas de cristal dos Recifes de Coral;
dançando
a Rumba e a Salsa, numa rua de Habana Vieja;
Abri o Ano Novo,
voando
trazendo
Oh... a seca, continua!
Poema Esquecido
Praia Grande, Sintra Ao captar esta imagem, criei uma poesia. Decerto, inebriado por um momento de solidão, em que me senti inserido na pai...
-
Não consigo escrever. Na cabeça tenho montes de imagens. Sobreposições de fotografias. Algumas que foram captadas e fixadas em filme negati...
-
FREIXO DE ESPADA À CINTA Visitei a Igreja Matriz, com todo o vagar de que dispunha, antes da hora de celebração da missa. Observei os po...