Praia do Almograve
Nas dunas do Parque Natural do Sudoeste Alentejano.
O cais, a tarde, a maresia entram todos, e entram juntos, na composição da minha angústia.
As flautas dos pastores impossíveis não são mais suaves que o não haver aqui flautas e isso lembrar-mas.
(Bernardo Soares, 1920/30)
Uma das duas fontes gémeas deste largo que também se chama Praça do Corro, onde se encontra o magnífico Palácio Achioli - Escola Superior de Educação e antigo Liceu Nacional de Portalegre.
Edifício construído no século XVIII, no mesmo local onde, segundo a tradição, existiu a casa de D. Iria Gonçalves Pereira, mãe de D. Nuno Álvares Pereira.
O velho taberneiro acaba de encerrar a loja e dedica-se a prender cuidadosamente, uma à outra, com um ferrolhinho as portas guarda-vento, ou o que restava das carcomidas portas.
«É por causa dos vidros. As molas já estão um bocado fracas e qualquer golpe de vento ou mesmo um passeante mais bricalhão, pode fazer das suas e dar cabo disto...», justificou o homem, quando eu lhe fiz uma pergunta.
Do resto da conversa, bem como do assunto sobre o qual falámos depois, já não me recordo, mas também não interessa muito para o caso.
O que me ficou na memória e, talvez, para a história, foi a frase com que o Galego rematou o nosso breve diálogo de circunstância.
Disse ele: «Más vale pan con mierda, que mierda sola..!»
MOSTEIRO SÃO VICENTE DE FORA
«Fundado em 1147 por D. Afonso Henriques, em cumprimento de um voto pelo sucesso da conquista de Lisboa aos mouros.
O Mosteiro é um dos monumentos mais impressionantes e marcantes de Lisboa, não só pelo seu significado artístico mas sobretudo pela forma como se impõe, com as suas proporções grandiosas, dominando a cidade velha e o Tejo.
Do amplo terraço da cobertura disfruta-se um dos mais belos e vastos panoramas sobre a cidade.»
No princípio criou Deus os céus e a terra.
E a terra era sem forma e vazia e havia trevas sobre a face da terra.
E disse Deus: «Haja luz!» e fez-se luz.
E vendo Deus que era boa a luz, Ele fez a separaçäo entre a luz e as trevas.
Em 1492 os Reis Católicos (Ibéricos), movidos por motivos de ordem religiosa mas, também e principalmente por motivos de ordem económica, expulsaram os Judeus dos seus reinos só considerando a sua permanência através da conversão ao cristianismo. Foi um novo Êxodo para o povo de Israel!
Milhares deles entraram em Portugal pela Alfândega de Marvão, fazendo com que as comunas judaicas existentes no interior de Portugal, vissem crescer muito significativamente o número dos seus habitantes. Foi o caso da Judiaria de Castelo de Vide, que a partir de 1492 terá recebido mais de 5.000 refugiados.
Aqui mesmo ao lado, atravessando a Ribeira do Sever que, nesta altura, leva muita água, entramos nos domínios de Anmaia, a antiga Cidade Romana.
«..entre os séculos V e IX, da nossa era, a cidade sofreu os efeitos de um cataclismo - talvez uma grande enxurrada com deslizamento de terras - que deixou para sempre soterradas todas as estruturas arquitectónicas, como a grande praça pública lajeada.
Na área do forum levanta-se o podium de um templo e por uma área superior a 17 hectares são visíveis testemunhos da cidade. Numa das encostas sobranceiras ao Rio Sever rasga-se o assento das bancadas de um recinto para espectáculos públicos.
Os mosaicos, aquedutos e calçadas que os autores dos séculos XVI, XVII e XVIII referem, ainda não foram identificados. Neste momento apenas uma ínfima parte da zona baixa da Cidade de Ammaia foi objecto de escavação e estudo...»
Mas tudo o que existe, no próximo momento, já foi.
Por consequência,
algo pertencente ao presente, independentemente de quão fútil possa ser, é superior a alguma coisa importante pertencente ao passado;
isto porque o primeiro é uma realidade agora que está para o último como alguma coisa está para coisa nenhuma.
Praia Grande, Sintra Ao captar esta imagem, criei uma poesia. Decerto, inebriado por um momento de solidão, em que me senti inserido na pai...