quarta-feira, março 31, 2010
sábado, março 27, 2010
Amanhecer CCXIII
não sei se chegou a haver...
neste dia, o amanhecer,
se aconteceu, eu não vi,
ou vi e não me apercebi,
o dia passou-me ao lado
ou estava desacordado,
ou ausente em viagem..?
contudo, captei a imagem...
sexta-feira, março 26, 2010
Sintoma 1
quinta-feira, março 25, 2010
a Fonte 499
Lisboa
..ao descer a colina da freguesia da Pena,
com vista para a colina do Castelo..
Desdenha desta vida que sente,
Acabada!
E lá vai chorando de mansinho,
Em frente!
À medida que desce a escada,
Devagarinho.
Na alma vai subindo a tristeza,
Depressa.
No olhar, os reflexos de mágoa,
E dureza.
Por dentro secou como o chafariz,
Sem água.
Ali plantado a meio da Travessa.
Infeliz.
quarta-feira, março 24, 2010
a ver navios 97
O cais, a tarde, a maresia entram todos, e entram juntos, na composição da minha angústia.
As flautas dos pastores impossíveis não são mais suaves que o não haver aqui flautas e isso lembrar-mas.
(Bernardo Soares, 1920/30)
terça-feira, março 23, 2010
a Fonte 498
Serra de Alhandra
Memorial das Linhas de Torres e da resistência às Invasões Francesas, erigido em 1883 sobre o local onde existiu (e resistiu) o Reduto n.º 3 da Primeira Linha de defesa, conhecido por reduto da Boa Vista.
Faz agora, precisamente 200 anos que aqui teve lugar a última batalha.
segunda-feira, março 22, 2010
a Fonte 497
Praça da República, Portalegre.
Uma das duas fontes gémeas deste largo que também se chama Praça do Corro, onde se encontra o magnífico Palácio Achioli - Escola Superior de Educação e antigo Liceu Nacional de Portalegre.
Edifício construído no século XVIII, no mesmo local onde, segundo a tradição, existiu a casa de D. Iria Gonçalves Pereira, mãe de D. Nuno Álvares Pereira.
O Taberneiro
Domingo de manhã,
na rua estreita da cidade antiga, ressoa o sino da Catedral - é o derradeiro chamamento dos fiéis para a Missa das onze.
O velho taberneiro acaba de encerrar a loja e dedica-se a prender cuidadosamente, uma à outra, com um ferrolhinho as portas guarda-vento, ou o que restava das carcomidas portas.
«É por causa dos vidros. As molas já estão um bocado fracas e qualquer golpe de vento ou mesmo um passeante mais bricalhão, pode fazer das suas e dar cabo disto...», justificou o homem, quando eu lhe fiz uma pergunta.
Do resto da conversa, bem como do assunto sobre o qual falámos depois, já não me recordo, mas também não interessa muito para o caso.
O que me ficou na memória e, talvez, para a história, foi a frase com que o Galego rematou o nosso breve diálogo de circunstância.
Disse ele: «Más vale pan con mierda, que mierda sola..!»
domingo, março 21, 2010
a Fonte 496
Atrio-esplanada do Museu de S. Vicente de Fora.
MOSTEIRO SÃO VICENTE DE FORA
«Fundado em 1147 por D. Afonso Henriques, em cumprimento de um voto pelo sucesso da conquista de Lisboa aos mouros.
O Mosteiro é um dos monumentos mais impressionantes e marcantes de Lisboa, não só pelo seu significado artístico mas sobretudo pela forma como se impõe, com as suas proporções grandiosas, dominando a cidade velha e o Tejo.
Do amplo terraço da cobertura disfruta-se um dos mais belos e vastos panoramas sobre a cidade.»
a ver navios 96
«A vida afectiva é a única que vale a pena.
A outra, apenas serve para organizar na consciência o processo da inutilidade de tudo.»
(Miguel Torga)
sábado, março 20, 2010
Amanhecer CCXII
.. e agora aguardam ansiosamente o despontar dos primeiros raios de sol no Campo de Sta. Clara, para se libertarem do aconchego das capas negras.
Capas carregadas da humidade e do escuro da noite louca.
A noite que foi longa e agitada, nas ruas do "Bairro Alto".
Muita "zurrapa", vinho e cerveja escorrendo pela garganta.
No rescaldo dos sonantes "eferreás" sobrou a voz rouca.
«Mas não há problema, quem canta seus males espanta!»
diz a morena, «apenas um senão, um sapato perdeu o salto!»
sexta-feira, março 19, 2010
Dia do Pai
A Sagrada Família, sobre a porta Nº 34 da Rua França Borges, em Portalegre.
S. José a carpinteirar, ajudado pelo "menino Deus", Jesus e a Virgem Mãe, assistindo à cena, em segundo plano.
quinta-feira, março 18, 2010
haja luz
No princípio criou Deus os céus e a terra.
E a terra era sem forma e vazia e havia trevas sobre a face da terra.
E disse Deus: «Haja luz!» e fez-se luz.
E vendo Deus que era boa a luz, Ele fez a separaçäo entre a luz e as trevas.
a Fonte 495
Portagem (Marvão)
Em 1492 os Reis Católicos (Ibéricos), movidos por motivos de ordem religiosa mas, também e principalmente por motivos de ordem económica, expulsaram os Judeus dos seus reinos só considerando a sua permanência através da conversão ao cristianismo. Foi um novo Êxodo para o povo de Israel!
Milhares deles entraram em Portugal pela Alfândega de Marvão, fazendo com que as comunas judaicas existentes no interior de Portugal, vissem crescer muito significativamente o número dos seus habitantes. Foi o caso da Judiaria de Castelo de Vide, que a partir de 1492 terá recebido mais de 5.000 refugiados.
quarta-feira, março 17, 2010
Quinhentos Anos
Cá, onde o mal se afina, o bem se dana,
E pode mais que a honra a tirania;
Cá, onde a errada e cega Monarquia (1)
Cuida que um nome vão a Deus engana;
Cá, neste labirinto, onde a Nobreza,
O Valor e o Saber pedindo vão
Às portas da Cobiça e da Vileza;
Cá, neste escuro caos de confusão...
(1)
Basta substituir Monarquia por Democracia,
para que estes versos de um soneto de Luis de Camões,
fiquem perfeitamente actualizados - 500 anos depois.
a Fonte 494
Serra de São Paulo
fronteiro à Vila de Castelo de Vide, sobre escalavradas fragas de granito que se elevam muitos metros de altitude, eis o Miradouro Santuário da Senhora da Penha.
terça-feira, março 16, 2010
a Fonte 493
Não tomei nota do nome deste lugar, mas penso que é mais uma das trezentas e não sei quantas fontes que dizem que havia em Castelo de Vide e arredores.
segunda-feira, março 15, 2010
a ver navios 95
SE UM DIA O CACILHEIRO FOR EMBORA
FICA MAIS TRISTE O CORAÇÃO DA ÁGUA
E O POVO DE LISBOA DIRÁ COMO QUEM CHORA
POUCO TEJO, POUCO TEJO E MUITA MÁGOA.
("O CACILHEIRO", de José Carlos Ary dos Santos)
domingo, março 14, 2010
a Fonte 492
Niza
Também tem uma Fonte Nova.
E reza a lápide no frontão:
Não sei quê... não sei que mais...
mandou fazer, o Dr. José Leitão
Monteiro de Carvalho,
Juiz de Fora desta Vila... etc. e tal...
e tal e coisa... no ano de 1782.
sábado, março 13, 2010
Amanhecer CCXI
«Ajuda-me a escrever isto.
Dá-me uma mãozinha para compor a crónica de hoje e eu prometo que vamos embora.
Fica combinado!
Vamos deixar este pôr-do-sol, vamos para outro lado.
Vamos sair desta praia, viajar para longe deste Mar agitado.
Também eu tenho saudades do sossego, do silêncio no ar, da brisa sem cheiro de mar, de aromas da terra florida.
Trocamos as dunas de areia estéril, seca e amarela por um prado coberto de de vida, fresca e verde.
E vamo-nos sentar sobre aquela laje de granito, aquecida pelo sol da tarde e ficamos simplesmente a olhar o horizonte recortado pelo silhuetas redondas dos aglomerados de pedregulhos.
O avolumar das sombras a fazer com que as grandes pedras pareçam cada vez mais desenterradas.
A chilrear da passarada que se agita no frenesim que precede o retomar do poiso onde vão receber a noite que está quase a chegar.»
(finalmente chegou a imagem - entardecer na Praia das Maçãs - que tinha preparado para este post)
Dá-me uma mãozinha para compor a crónica de hoje e eu prometo que vamos embora.
Fica combinado!
Vamos deixar este pôr-do-sol, vamos para outro lado.
Vamos sair desta praia, viajar para longe deste Mar agitado.
Também eu tenho saudades do sossego, do silêncio no ar, da brisa sem cheiro de mar, de aromas da terra florida.
Trocamos as dunas de areia estéril, seca e amarela por um prado coberto de de vida, fresca e verde.
E vamo-nos sentar sobre aquela laje de granito, aquecida pelo sol da tarde e ficamos simplesmente a olhar o horizonte recortado pelo silhuetas redondas dos aglomerados de pedregulhos.
O avolumar das sombras a fazer com que as grandes pedras pareçam cada vez mais desenterradas.
A chilrear da passarada que se agita no frenesim que precede o retomar do poiso onde vão receber a noite que está quase a chegar.»
(finalmente chegou a imagem - entardecer na Praia das Maçãs - que tinha preparado para este post)
quarta-feira, março 10, 2010
a Fonte 491
Este foi desde sempre lugar de paragem, nas minhas visitas à Ria dos Moliceiros.
Muita história e muitas estórias povoam o tempo e o espaço em redor deste Chafariz do Mercado de Aveiro.
Mas não sou eu quem as vai contar aqui hoje.
Nem hoje nem amanhã, pois não estou p'raí virado e não vou ser mentiroso.
Vou andando, estou só de passagem.
E mais não posso, não quero dizer... estou mal disposto e chateado, vou seguir viagem.
Até à próxima paragem!
terça-feira, março 09, 2010
a ver navios 94
Tejo, meu Tejo, meu rio
Que preservas na bruma
Memórias de outro tempo
História de um nobre povo
Glória desfeita em espuma
Que a bordo de cascas de ovo
De velas enfunadas ao vento
Correu o mundo de fio a pavio
Tejo, meu Tejo, meu rio
segunda-feira, março 08, 2010
a Fonte 490
Chafariz d'el Rei,
construído em 1756 na Póvoa de Sto. Adrião.
Foi desmontado e guardado durante muito tempo, por motivo de reordenamento urbano de Odivelas, para ser reconstruído em 1983, precisamente no jardim do Chafariz D'El Rei, lugar onde se encontra agora.
domingo, março 07, 2010
a Fonte 489
Estamos no Parque Natural da Serra de S. Mamede,
quase a chegar a S. Salvador de Aramenha.
Aqui mesmo ao lado, atravessando a Ribeira do Sever que, nesta altura, leva muita água, entramos nos domínios de Anmaia, a antiga Cidade Romana.
«..entre os séculos V e IX, da nossa era, a cidade sofreu os efeitos de um cataclismo - talvez uma grande enxurrada com deslizamento de terras - que deixou para sempre soterradas todas as estruturas arquitectónicas, como a grande praça pública lajeada.
Na área do forum levanta-se o podium de um templo e por uma área superior a 17 hectares são visíveis testemunhos da cidade. Numa das encostas sobranceiras ao Rio Sever rasga-se o assento das bancadas de um recinto para espectáculos públicos.
Os mosaicos, aquedutos e calçadas que os autores dos séculos XVI, XVII e XVIII referem, ainda não foram identificados. Neste momento apenas uma ínfima parte da zona baixa da Cidade de Ammaia foi objecto de escavação e estudo...»
sábado, março 06, 2010
Amanhecer CCX
restos de névoa da madrugada, nas vielas da Judiaria:
tropecei no empedrado, a descer esta calçada;
caí de cu no chão, fiquei ali sentado;
a acalmar a respiração, p'ra tirar a fotografia;
pensei fazer uma poesia, dedicada ao evento;
mas naquela manhã fria, só saiu um lamento:
Nesta terra de judeus, de outra era.
«Quem sai aos seus, não degenera!»
sexta-feira, março 05, 2010
Porta alegre
(Porta do Alegrete ou Arco de St. António)
Em plena Serra de São Mamede
nos flancos da Serra da Penha
juntinho à fronteira com Espanha
eis a bela cidade de Portalegre
quinta-feira, março 04, 2010
a Fonte 488
Portalegre,
não tem mais fontes do que Castelo de Vide - que dizem ter para cima de trezentas - mas não lhe fica muito atrás.
Parece que há uma em cada esquina, em cada largo, em cada recanto.
A esta penso que chamam a "Fonte das 3 Bicas".
janela fechada
lembrança
de vidas passadas
primaveras renovadas
esperança
alimento de sonhos perdidos
em falhas do tempo esquecidos
pensamentos
voando como uma flecha
contra a janela que se fecha
desalentos
suspiros batendo na vidraça
entristecem quem por ali passa
quarta-feira, março 03, 2010
a Fonte 487
Largo do Mastro (Lisboa)
O pouco que resta de um chafariz no Largo do Mastro, visto de cima desde o jardim do Campo Santana.
terça-feira, março 02, 2010
a fonte 486
Por aqui não passa muita gente, à excepção dos moradores das redondezas e dos tradicionais (maníacos) viciados nas lavagens do seu estimado automóvel, para a "voltinha saloia" do Domingo.
O sítio fica um bocado escondido (em Sacotes) na base de uma arriba rochosa, voltada para o plano Campo Raso, no Algueirão de Sintra.
Água é coisa que não falta aqui na Fonte da Beijoquinha.
O sítio fica um bocado escondido (em Sacotes) na base de uma arriba rochosa, voltada para o plano Campo Raso, no Algueirão de Sintra.
Água é coisa que não falta aqui na Fonte da Beijoquinha.
Porta do Nada
Tudo o que já foi, não mais existe;
ou existe exactamente tão pouco quanto aquilo que nunca foi.
Mas tudo o que existe, no próximo momento, já foi.
Por consequência,
algo pertencente ao presente, independentemente de quão fútil possa ser, é superior a alguma coisa importante pertencente ao passado;
isto porque o primeiro é uma realidade agora que está para o último como alguma coisa está para coisa nenhuma.
segunda-feira, março 01, 2010
a Fonte 485
Fonte da Pipa,
um grande fontanário mandado erigir por D. João V (1736), entre o Tejo e a elevada escarpa de Almada.
Acho que chamam "Olho de Boi" a este sítio - onde se encontra o núcleo Naval do Museu da cidade.
Fica para além do ponto final, do Cais do Ginjal, logo a seguir ao Jardim do Rio e do espectacular elevador da Boca do Vento, num local realmente surpreendente, onde eu não esperava encontrar um chafariz assim, cheio de história.
a ver navios 93
Puro, suave e rico tejo
com as côncavas barcas que nadando
vão pondo em doce efeito o seu desejo
umas com brando vento navegando
outras com leves ramos brandamente
as cristalinas águas cantando.
(Luís de Camões)
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