segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Rodas do Tempo


(Rodas da engrenagem principal do Moinho de Maré da Mourisca - Rio Sado)

..à medida que o tempo passa,
tenho cada vez mais tempo,
que vou gastando a moer o tempo:
que foi bom e foi mau mas foi pouco;
e a pensar no tempo que já passou,
o tempo passado cresce sem parar;
o tempo que resta é cada vez menor...

sábado, fevereiro 26, 2011

Amanhecer CCLVI


"Un banc, un arbre, une rue"

On a tous un banc, un arbre, une rue
Une enfance trop brève

Un jour ou l'autre il faut partir pour se construire un avenir
Et c'est l'inoubliable instant où l'on rend ses habits d'enfant

Chacun s'en va rempli d'espoir sur le chemin qu'il s'est choisi
Vers la richesse ou vers la gloire, pourtant quelle que soit notre vie

On a tous un banc, un arbre, une rue
Où l'on a bercé nos rêves


(Sévèrine, cantou no Festival Eurovisao 1971)

sexta-feira, fevereiro 25, 2011

A Fonte 564


Rua do Século (antiga Rua Formosa), Lisboa

Numa praça em meia-laranja, em frente à casa onde nasceu, em 1699, Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro Marquês de Pombal e Conde de Oeiras.
Traçado por Carlos Mardel, este chafariz que era alimentado por uma derivação da Galeria do Loreto, entre o Príncipe Real e a R. D. Pedro V começou a funcionar em 1762, sendo os seus sobejos destinados à casa do Conde de Oeiras.
Há registo de actividade neste chafariz de 4 Companhias de Aguadeiros, compostas por 4 capatazes, 132 aguadeiros e um ligeiro.

quinta-feira, fevereiro 24, 2011

Santos (fora) da Casa


Neste caso de santos sem abrigo,
encontra-se no Jardim Municipal de Setúbal,
virada para o Rio Sado, resguardada em redoma de vidro,
uma imagem de Nossa Senhora do Cais, protectora dos pescadores.

domingo, fevereiro 20, 2011

A Fonte 563


Roliça, Bombarral
A interminável corrida de um ciclista, obra do engenho do mestre Júlio Alves, criador e curador de uma espécie de museu regional, a que ele chama de "Aldeia dos Pequeninos".
Para mim, eu diria que se tratava de Alves Barbosa, o mais famoso ciclista do Benfica, no meu tempo de jovem seguidor das Voltas a Portugal.
Mas não. O "boneco" que ornamenta o chafariz, é uma homenagem a um ciclista bem mais antigo:
Joaquim Jorge, o "Preto" (natural da Delgada), que correu a Volta a Portugal em Bicicleta, em 1937.

sábado, fevereiro 19, 2011

Amanhecer CCLV



Há tantos burros mandando
em homens de inteligência
que às vezes fico pensando
que burrice é uma ciência.

(António Aleixo, vendedor de cautelas de lotaria e poeta popular algarvio)

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

A Fonte 562


Chafariz D. Maria (Palmela)

Constituído por 2 bicas e 1 pequena bacia receptora da água, no centro do frontão apresenta o brasão de D. Maria.
Nas laterais encontram-se 2 tanques, encimados pelo brasão de armas do concelho, utilizados como reservatórios de água que permitiam dar de beber ao gado. 
Pois, este chafariz setecentista, mandado construir por D. Maria Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana de Bragança, a simplesmente Maria I de Portugal, foi o ponto de concentração e partida para o Almoço/Encontro Anual  do "Pessoal da Porcalhota" que em 2011, decorreu em Palmela.

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

do Amor


(Praia da Aguda, Fontanelas, Sintra)

«Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.
Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém.
Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não está lá quem se ama, não é ela que nos acompanha – é o nosso amor, o amor que se lhe tem.»


(de "ELOGIO AO AMOR" por Miguel Esteves Cardoso, in Expresso)

sexta-feira, fevereiro 11, 2011

ex-votos


Capela da Misericórdia, Arouca


«Dizei-me se, entre tantos votos religiosos de reconhecimento que vedes cobrindo por completo as paredes das igrejas, já vistes pendurados um único de reconhecimento por cura milagrosa de loucura?

Decerto que não: os homens não costumam importunar os santos para obter uma graça dessa natureza.
Eis porque, enquanto se vêem, suspensos dos altares, ex-votos relativos a toda a espécie de graças recebidas, nenhum se encontra, todavia, que se refira a um caso curado de loucura.

Ora, bem vedes que ninguém deu graças a Deus, ou à Virgem, ou a qualquer santo, por ter recuperado o juízo.»

("Elogio da Loucura" - Erasmo de Rotterdão, 1509)

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

da Escrita


Gaivoto (pousado sobre a pata esquerda)
- «Sabes, aqui há tempos, andei a pensar escrever algumas histórias de vida.»
Gaivota (aninhada sobre o muro quente)
- «Da vida de quem, da tua? Isso interessa a alguém?»
Gaivoto (estica e recolhe de novo a pata direita)
- «Sabes como é. Contar coisas que me aconteceram, ou coisas importantes a que assisti, durante a minha breve passagem por este mundo.»
Gaivota (aconchega-se mais ao calor da pedra)
- «Ah!!! Pois, tou a ver...»
Gaivoto (ainda sobre a pata esquerda)
- «Porém, a minha veia de procastinador inveterado, felizmente, fez-me adiar o projecto o tempo bastante para encontrar um motivo que justificasse não realizar essa tarefa»
Gaivota (quase a adormecer com o calorzinho)
- «Quem te arranjou a desculpa para evitar todo o trabalho de pensar o que escrever, e escrever?»
Gaivoto (flectindo um pouco a pata esquerda)
- «Olha, foi o Sr. Pitigrilli, um crítico/jornalista Italiano famoso, que, antes de morrer de velho, em 1975, escreveu o seguinte,»
«Aquele que escreve memórias é como um fulano que se assoa e depois olha para o lenço, antes de dobrar e guardar no bolso.»

sexta-feira, fevereiro 04, 2011

a Fonte 561


Alto do Longo
uma espécie de pequena aldeia independente,
à semelhança da aldeia de Asterix, o Gaulez,
encravada no meio da cidade,
entre a Rua do Século e a Rua D. Pedro V,
no Bairro Alto de Lisboa.

quinta-feira, fevereiro 03, 2011

Santos da Casa (123)



S. JOSÉ
(LISBOA)

que diz a inscrição no pedestal da figura que (ainda) se encontra no seu nicho,
sobre a porta da Capela do Convento de Nossa senhora da Conceição dos Cardais,
na Rua do Século.
Pertence, desde 1878, às Irmãs Terceiras Dominicanas,
uma congregação fundada por Teresa de Saldanha em período complicado da história de Portugal.
A ordem sobreviveu à época conturbada que, antes e após a implantação da República em Portugal, ameaçou gravemente a existência das ordens religiosas.


Nessa altura, a perseguição movida às casas religiosas obrigou (decreto de 1901) ao registo da congregação como associação religiosa, com apresentação dos "Estatutos da Associação das Irmãs Terceiras de S. Domingos", aprovados e publicados:


"O fim das Irmãs Terceiras Dominicanas, é ministrar às meninas ricas e pobres o ensino primário e secundário; exercer a caridade em Asilos, hospitais, Sanatórios, Refúgios e outros estabelecimentos de caridade que possam fundar, administrar ou servir em conformidade das leis do País"

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

A Fonte 560


Lisboa
Largo do Príncipe Real de Portugal,
de seu nome completo Pedro de Alcântara Maria Fernando Miguel Rafael Gonzaga Xavier João António Leopoldo Victor Francisco de Assis Júlio Amélio de Saxe Coburgo e Bragança.
Tão grande nome para uma curta vida - 24 anos - teve este nosso príncipe sem sorte, apesar de bem amado, de cognome.
El-Rei D. Pedro V de Portugal, também conhecido por "O Esperançoso".

terça-feira, fevereiro 01, 2011

da Sabedoria


FORTE DE S. BRUNO
(Caxias)

Dia de sol aberto, céu azul, ar morno,
brisas ligeiras, que sopram, ora do mar, ora do montes,
misturando odores, de maresia, de mar salgado, de terra lavrada,
erva húmida e flores - é quase, quase Primavera.

Em dias assim, apetece viver.
Viver e não pensar!
À semelhança do que escreveu Sófocles,
o maior dramaturgo Ateniense do Sec. V (A.C.):

«É muito bom viver! Mas sem sabedoria,
porque esta é o veneno da vida.»

Poema Esquecido

Praia Grande, Sintra Ao captar esta imagem, criei uma poesia. Decerto, inebriado por um momento de solidão, em que me senti inserido na pai...