domingo, agosto 31, 2008

NO FIM


As Zínias,
nas minhas floreiras, coitadas, estão feitas uns farrapos, anunciam o fim próximo - do bom tempo de Verão - do explendor de luz, de cor dos nossos jardins à beira-mar.

sábado, agosto 30, 2008

Amanhecer CXXXIII


Hoje de manhã, bem cedo, lá estavam elas, as Gaivotas,
a treinar para o regresso à praia, que será o seu poiso durante os meses que se seguem, até ao próximo Verão.
Elas estão ansiosas para voltar a tomar conta dos seus domínios habituais, livres da incómoda presença dos irrequietos e ruidosos banhistas da época balnear.

Esta Sábado será, para muita gente, o princípio do fim das férias de Verão 2008.
O fim do descanso para os Homens é o princípio do sossego para as Gaivotas.

quinta-feira, agosto 28, 2008

Amiga de Peniche


Em primeira mão, a imagem exclusiva que um aprendiz de "paparasi" conseguiu:

O Fotociclista apanhado com uma amiga de Peniche.

Diz ele:
«Esta minha vida artística tem as suas vantagens - a prática de actividades desportivas ligadas ao mar, favorece o convívio entre os artistas das ondas (Bodyboarders, Surfistas e outros Janados) e dá os seus frutos - é o caso desta escultural loira, a Alice».

quarta-feira, agosto 27, 2008

a ver navios 27


Passem por aqui, à tardinha, num morno dia de fim de Verão e sentem-se neste banquinho de pedra a ver navios, ou melhor, a observar o movimento no porto de abrigo de Peniche.

Vale a pena, ficar alguns minutos, sem pensar em nada, a sentir apenas o ambiente.
O cheiro
- misto de gasóleo, maresia, peixe fresco e seco dos aparelhos e redes de pesca ali amontoadas ao sol;
O som
- abafado dos motores das lanchas, o marulhar da espuma dos élices, o leve refrego das proas que sulcam as águas calmas, o grasnido das gaivotas que perseguem os barcos até à entrada do porto;
A vista
- que procura localizar, identificar e definir através de formas e cores, a origem todos os sons e cheiros que vos preenchem os sentidos.

Isto sim, é que é poesia..!

a Fonte 267


Fonte/cascata, no largo fronteiro à mal afamada Fortaleza de Peniche.

terça-feira, agosto 26, 2008

In Hoc Signo


IN HOC SIGNO VINCES

com este signo (sinal) vencerás, quanto mais não seja, a luta diária desta vida contra a morte natural que te espera.

Dizem os entendidos que:

O meu Signo, Sagitário, é regido pelo planeta Júpiter e o seu elemento é o Fogo.
Parece que Júpiter promove a ilusão da omnipotência e por isso os Sagitarianos assustam-se e irritam-se quando dão de caras com os seus próprios limites.
Existe ainda uma grande tendência para a dualidade na busca da adaptabilidade, gerando instabilidade e indecisão
Às vezes, acho que têm razão. Tenho havido momentos difíceis de vencer, nesta minha luta diária, com a vida, que levo de vencida há quase 60 anos.

domingo, agosto 24, 2008

meu mar


Assim era Eu,
empurrado por ventos
ao sabor das corrrentes
subindo e descendo com as marés;
saltando nas ondas de espuma
revigorada pela resistência dos recifes;
deslizando no marulhar das águas bonançosas
mansamente espraiadas nas enseadas amenas;

assim era Eu
seguindo sempre sem parar,
sem esperar, nas pensando,
"- um dia vou-me encontrar!"
mas se não Eu, talvez outro alguém;
prossigo em vertiginosa fuga
atravessando estreitos opressivos;
rebatendo nas fragas
ocultas no sopé dos promontorios alterosos;

agora, sou Eu
aflito, tolhido, magoado
e cansado, mareado e desiludido,
desta fuga de mim, através do meu mar;
assim sou Eu,
recolhido cada vez mais
para dentro, por dentro de mim...

(Não tem Título - estas coisas escritas assim, não precisam; se tivesse, podia ser MAR INTERIOR; na Costa Atlântica, em Agosto de 2008)

sábado, agosto 23, 2008

Amanhecer CXXXII

Em mais uma manhã distante, do meu espaço residual
(queria dizer com isto, residência habitual),
encontro as Gaivotas que, "armadas em macacas de imitação",
aguardam, cada qual no seu poiso, que o Sol nascente,
aqueça, sem mais demoras, o ar que inspiram,
para se libertarem da sonolência da noite
com renovadas energias que lhes permitam voar até alto-mar
em perseguição das traineiras que regressam da faina.

sexta-feira, agosto 22, 2008

Letreiros


O que é chato, e até contraproducente, neste caso, é que
afinal de contas, É PRECISO AFIXAR UM ANÚNCIO a dizer que
É PROHIBIDO AFFIXAR ANNUNCIOS...

terça-feira, agosto 19, 2008

a Fonte 266


Um autêntico, genuíno, palhinhas (*) como já não via há alguns anos.

Um funileiro habilidoso fez esta engenhoca, (suporte, torneira e respirador) encomendada especialmente, para o serviço de mesa nas famosas Termas do Bombarral.
Uma verdadeira fonte de vinho tinto - neste caso, um Gaeiras (Óbidos) 2007 com 14 Graus - que serviu para amansar os vários Coelhos Bravos guizados (ou estufados no forno) dentro das Abóboras.

(*)
Garafão de vidro, forrado de palha, com 5 litros de capacidade, que antigamente se vendia cheio de Vinho, Aguardente, Água ou Azeite.

domingo, agosto 17, 2008

a Fonte 265


Mais uma velha recordação de viagens - Paris 1988.

Os super-canhões de água da fonte dos Jardins Trocadero, no Palácio de Chaillot, de frente para a Torre Eiffel.

sábado, agosto 16, 2008

Amanhecer CXXXI


Mais uma manhã anormal, quer dizer, fora do sítio habitual.
Cada vez mais longe...
A cada novo dia, me sinto mais distante de tudo o que é normal.
Cada noite que passa, me afasta ainda mais do equilíbrio mental.
Todas as manhãs me sinto mais desigual a mim mesmo, quando parece que eu era outro.
Quanto melhor me conheço, mais me desligo de mim, mais tempo fico fora de mim, mais distante do meu ego verdadeiro que não quero reconhecer - isto deve ser um caminho para a dissociação.

quinta-feira, agosto 14, 2008

O que tenho hoje


O que é que eu tenho hoje?
Ora... "Tenho um dia a mais que ontem", como se costuma dizer.

É a única coisa que me ocorre neste momento de palermice súbita, assim, de repente e para já. Isso mesmo, "um dia a mais que ontem", quer dizer que, ainda ando cá por este mundo a pensar que estou vivo.
Pois, hoje, como nos outros dias passados, podemos acrescentar mais um dia ao meu contador de tempo, pessoal e exclusivo, que foi ligado no preciso momento em que a minha Mãe me trouxe à superfície deste nosso Planeta (cada vez menos) Azul.
E pronto, está tudo dito. Estava escrito, no destino, que mais um dia haveria de passar para mim e por mim, hoje. Passou, passou por mim e por muito mais gente no resto do mundo. Gente, deste mundo e arredores.

Dos arredores... disso, não sabemos grande coisa, ou secalhar nem sabemos nada.
Quer dizer, não sei eu, nem a maioria dos vivos, com excepção de uns quantos iluminados que dizem saber algumas coisas. É verdade, há quem afirme que mantém contactos com o "outro mundo".
Há quem assegure que há outra(s) vida(s) para além desta(s).
Quem sabe?

quarta-feira, agosto 13, 2008

a Fonte 264


Chafariz da Barcaça (Roma)

O Blog "Alcatruzes da Roda", da Maria, é habitualmente uma fonte de inspiração e saudade, para mim, como é exemplo deste post de hoje.

Saudades de há quantos anos (*) eu e a minha Maria (outra Maria - não a das Caldas nem a de Tomar - mas de Gaia, grande confusão de Marias) nos sentámos nos degraus a meio desta escadaria, a descansar de uma caminhada pelos roteiros turísticos Romanos.
Ai piedi della scalinata di Trinità dei Monti, Pietro Bernini, padre del più famoso Gian Lorenzo, per effetto della scarsa pressione dell'acquedotto nella zona, sceglie di realizzare una fontana senza zampilli che fa sgorgare acqua dalle forme di una barca affondata; scolpisce così quella che è ritenuta, a ragione, una delle più particolari fontane di tutta Roma: la "Fontana della Barcaccia".

Aos pés da escadaria de Trindade dos Montes, Pietro Bernini, com o seu filho mais famoso, Gian Lorenzo, devido à falta de pressão do aqueduto naquela zona, decide realizar uma fonte sem jactos de água fazendo-a jorrar do interior da forma de uma barca naufragada; esculpiu assim aquele que é considerado, justamente, um dos mais especiais chafarizes de toda a Roma: o "Chafariz da Barcaça".
 Há quem diga que esta obra encomendada pelo Papa Urbano VIII, terá sido inspirada pela chegada a esta Praça de Espanha de um barco, arrastado pelas grandes inundações do Rio Tibre, em 1598.

(*) foi pelo menos há 11, dado que o nosso filho Miguel que fez 10 anos, "foi importado" daqui de Roma.

a ver navios 25



O Governo é um Adamastor
Que dá Cabo da Esperança
Ao nosso Povo Trabalhador,
E aos Bancos, enche a pança.

terça-feira, agosto 12, 2008

a Fonte 263


Aqui há tempos, passou-me uma coisa pela tola,
calcei as botas de caminheiro, carreguei a mochila com algumas utilidades e empreendi uma esforçada caminhada que começou às 10 da manhã Massamá e veio a terminar, no mesmo dia às 6 da tarde na Estação de comboios de Alverca.
Não sei quantos quilómetros - hei-de refazer o percurso, de automóvel, só para os contar - que custaram muito a percorrer, pois foram imensas as dificuldades de ordem física experimentadas ao longo do caminho, sobretudo depois da subida e descida da Serra de Caneças para Loures.

A pior etapa foi a travessia do extenso e desengraçado vale que liga Loures a Alverca. Nessa descaracterisada paisagem, há poucas coisas interessantes para ver, com uma excepção:
o conjunto monumental do Palácio da Mitra em Santo Antão do Tojal, do qual faz parte este extraordinário Chafariz do Sec. XVIII.

segunda-feira, agosto 11, 2008

a ver navios 24



Em fundo, por detrás de mim,
Os tons de azul, na paisagem
Preenchem toda a imagem:
Apenas o Céu e o Mar sem fim.

sábado, agosto 09, 2008

Amanhecer CXXX


Uma manhã de Sábado, num local distante do meu "habitat" natural.


Aqui, quase tudo é diferente:


as flores, as plantas, as árvores são bem diferentes dos Pinheiros, Eucaliptos, Carvalhos, Azinheiras, Acácias, Mimosas e Mulatas que refrescam o ar da serra de Sintra e arredores;
os pássaros que as povoam, são bem distintos dos nossos vulgares, Pardais, Pintassilgos, Rouxinois e Cotovias, Melros e Cucos, Piscos e Abetardas;
os cheiros da manhã não são comparáveis aos que compõem o ar fresco que se respira na várzea de Colares e Rio das Maçãs;
as cores dominantes no nascer do Sol e "au petit matin" são uma novidade para o meu olhar espantado;
até os sons ao raiar do dia são desconhecidos para mim - não se ouve o marulhar das ondas do Mar, não há Rolas a cantar, nem os Cães a ladrar, na minha rua;

sexta-feira, agosto 08, 2008

Para Alem da Saudade


Novelo de emoções

Muitas vezes penso: “Como sou frágil,
Deste modo, tão sensível ao desamor;
Tão dependente de vontades alheias;
As emoções embrulhadas em novelo.”
Esta vida não passa de uma ilusão;
A realidade é apenas uma sensação.
Como nas muralhas de um castelo,
As abertas alternam com as ameias.
O sonho funciona com um interruptor,
Que liga e desliga, com um dedo ágil.


("escutando os fados" de Ana Moura,
minha paixão - tardia - de cantora)

quinta-feira, agosto 07, 2008

a Fonte 262


Calçada da Glória (Lisboa)

Ao cimo da Calçada do Elevador da Glória
o que resta da fonte que fornecia água para as cisternas que faziam movimentar os Ascensores, enquanto eles funcionaram por diferença de peso.
Foi assim, desde a entrada ao serviço em 1885 até 1914, ano em que o sistema passou a funcionar através da força de uma Central de Vapor.

a ver navios 23



muito longe de mim

Tenho dias mais ou menos, assim, assim.
Há dias que se vivem sem fazer sentido,
Como há coisas que não nos fazem falta.
Já ninguém, nesta hora tardia me escuta.
Porém, se eu fosse ouvido pelo que sinto,
Muita gente gostaria de saber… se minto.
Pois não ou sim, que isto é uma permuta:
E quando aqui eu escrevo para a "malta",
Ora estou alegre, ora triste, ou divertido,
Pensativo, por vezes muito longe de mim.


("Sem saber Porquê",
algures em Portugal, Agosto de 2008)

segunda-feira, agosto 04, 2008

a Fonte 261


Como diz o povo e com razão, "tristezas não pagam dívidas".

Por isso cá vai, à saúde, à nossa e das nossas queridas, que, apesar da ausência física, estão sempre connosco - eu falo por mim, que sou assim, mas tenho quase a certeza que os outros quatro companheiros de "comes e bebes" estão na mesma onda.

Ora bem, quando acabar de beber a minha taça desta cascata por onde escorre a primeiríssima produção de sempre, Exclusiva, de Espumante Reserva 2006 arinto/moscatel "CONFRARIA" para acompanhar as Ostras gratinadas (na telha de barro) em forno de lenha, vou continuar na mesma, triste e acabrunhado, com muitas saudades da minha amada, mas vou adormecer muito mais depressa e dormir mais sossegado a pensar

- "AMIGOS, QUE BOM QUE É TER AMIGOS AO PÉ!"

domingo, agosto 03, 2008

hoje chorei


(estou feito maricas; tenho-me uma raiva do caraças; só me apetecia cortar metade de mim; retirar do meu ser, este lado hiper-sensível, porque me faz chorar; que desencadeia emoções difíceis de controlar; sentimentos que não consigo evitar nem ao menos ocultar)


e vou acabar o dia a chorar
é esquisito este sentimento
apatecia-me ir e não voltar
agora que estou de partida
sinto já uma imensa saudade
o conflito que carrego comigo
tem muito peso - um lamento
a contradição da minha vida
procuro conforto de um amigo
dos bons tempos da mocidade

não imaginava a vida assim.
ainda mal acabei de crescer,
acreditem porque é verdade
isto que eu vos estou a dizer:
"vou a gostar de outra cidade
que não a Lisboa onde nasci"

sem a minha querida Lisboa?
vai ser possível? não acredito.
só de pensar nisso, fico à toa
de tal maneira tão esquisito,
que até a inspiração, perdi...

Nova Yorque será o princípio,
espero eu que não, o do fim...

e chegada a Hora


(o relógio, que por acaso, trabalha e tudo e bem certinho, fui eu que fiz; o boneco, foi obra de uma artista de Constância do Ribatejo)

Há-de chegar uma hora em que,
a cobardia não mais controla o instinto de sobrevivência.

Há-de chegar uma altura em que,
ele vai deixar de ser o palerma e vai dizer, BASTA!!!

Há-de chegar um tempo em que,
de repente, sem saber como, a sua vida muda de cor.

Subitamente, para quem não considera possível haver uma mudança.
Inesperadamente, para quem não se apercebe dos repetidos avisos.
Inexplicavelmente, para quem não atribui importância aos protestos.

...e Basta! Minha Besta!!!
Vamos lá tomar uma Aspirina p'ra ver se a coisa melhora.

sábado, agosto 02, 2008

Amanhecer CXXIX


CXXIX => 129

Certo?! Ainda me lembro da Numeração Romana!
As coisas que antigamente a gente aprendia, para nunca mais esquecer, na 4ª Classe da Escola Primária...

Mas, voltando ao início:
mais ou menos 129 semanas, a dividir por 52, dá cerca de de 2 anos e meio, desta lenga-lenga do "Amanhecer" do Fotociclista, ao Sábado.

Hoje estou com um bocado de pressa, por isso, deixo aqui apenas o meu Girassol amarelo, para quem gostar de vê-lo.

Poema Esquecido

Praia Grande, Sintra Ao captar esta imagem, criei uma poesia. Decerto, inebriado por um momento de solidão, em que me senti inserido na pai...