sábado, abril 28, 2007
Amanhecer LXVI
sexta-feira, abril 27, 2007
Achada
Há duas formas - subindo ou descendo - de chegar até aqui a esta esquina, nas Escadinhas da Achada para apreciar esta casa que tem:
- as paredes de azulejos azuis (talvez da antiga Fábrica do Rato, quem sabe?);
- o típico candeeiro de iluminação pública lisboeta, pregado na empena;
- uma janela nas águas-furtadas, voltada para o Tejo.;
- uma invulgar janela clarabóia elíptica.
Descendo - "A descer, todos os santos ajudam!" - diz o rifão e é a mais pura verdade, neste caso, pois é só pedir um empurrãozinho ao São Jorge, o dono do Castelo sobranceiro, para escorregar até aqui, a meio caminho da enCosta do Castelo, perto da pensão "Ninho das Águias" e da porta de "Martin Moniz".
pronto para telefonar a alguém amigo pedindo encarecidamente que o venha buscar de automóvel - mas isso vai ser um problema, porque a maior parte das ruas da Mouraria e Costa do Castelo, estão fechadas ao trânsito normal; somente alguns moradores têm uma espécie de chave do sistema electrónico que limita a circulação automóvel.
quinta-feira, abril 26, 2007
a Salganhada
O meu país, minha terra, minha gente
Se a tanto me ajudar o engenho e arte,
Eu cantarei até que a voz me doa
Num estilo grandíloco e corrente,
A saudade e a tristeza que magoa;
Amor de quem vive e morre ausente
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Ao amor e à paz, cheia de esperança.
(Poema Épico, + Poema Fado = Poema Mistura)
quarta-feira, abril 25, 2007
Amanhecer LXXIV
Grândola Vila morena,
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade.
"..aqui, Posto de Comando das Forças Armadas...
o Conselho da Revolução, apela a toda a população..."
terça-feira, abril 24, 2007
a Fonte 89
Nada de especial,
mas tem água e se querem saber, isso dá um jeitão;
ah pois é, a água, às vezes até serve para matar a sede;
na falta de uma coisa melhor, como uma Mini Sagres, p.e.
Bem bonita, a sério, é a paisagem que se pode apreciar aqui neste lugar da Ponta do Sal.
O sítio faz-me recordar um outro lugar, igualmente fantástico, onde passei alguns momentos, durante um passeio de motoreta, na Ilha de S. Miguel - a Ponta da Madrugada.
Também, existe um outro sítio, parecido com este, até no nome, mas onde nunca estive (nem tenho pena nenhuma disso) pois fica na Ilha da Madeira - a Ponta do Sol.
segunda-feira, abril 23, 2007
Vista daqui 18
cheirar a picante maresia;
saborear as gotas de água e sal;
que se sentem salpicar a pele, de mar;
escutar a rebentação ou apenas o marulhar das ondas
o panorama visto daqui, com os cinco sentidos,
é verdadeiramente sensacional;
até há, e conheço, outros locais bem bonitos,
onde a vista é mais ou menos igual;
mas era este onde,
eu, todos os dias, quase a todas a horas,
com qualquer tempo;
com ceu limpo, ou carregado de nuvens,
com trovoada, chuva ou vento;
estivesse o mar calmo, azul, ou alteroso,
com ondas de espuma e temporal;
gostava sempre de vir sentar-me aqui,
quando morava no Alto do Murtal.
domingo, abril 22, 2007
a Fonte 88
Durante o ano inteiro, até no Verão, tem (ainda) água potável, fresca e natrural
só não é muito habundante, escorre devagarinho nas bicas, é preciso tempo e paciência
é costume haver muita gente a encher garrafas e garrafões, aqui ao subir a Serra
pela estrada mais a Oeste, a caminho do Convento dos Capuchos - Sintra.
sábado, abril 21, 2007
sexta-feira, abril 20, 2007
o maneta
O heterónimo crítico
O sobrinho da minha tia
Tinha futuro como poeta;
Mas como é grande calão,
Não passa da cepa torta.
Diz-se que a sua poesia,
É toda uma g'anda treta
A que falta a imaginação.
É apenas, só letra morta.
Por isso acho que devia,
À mão que tem a caneta,
Dar melhor utilização:
Talvez, bater… à porta.
a Fonte 87
Na lápide está escrito:
C.M.C. 31-7-1905
A AGUA PARA ABASTECIMENTO
DESTE CHAFARIZ,
FOI GENEROSAMENTE CEDIDA
PELO EXMº VISCONDE
DE MONSERRATTE
quinta-feira, abril 19, 2007
Aqui jaz..
Jacinto Calmeirão;
que quatro lindas vezes foi casado,
e quatro foi cabrão.
Casou pobre, e morreu rico, e faceira.
Quanto vale ter mulher bela, e Loureira!
O autor desta coisa foi (quem diria) um Padre:
Francisco Manuel do Nascimento, mais conhecido por Filinto Elísio, poeta arcade, professor da Marquesa de Alorna.
Mar me quer
Os versos de um poeta da cidade,
Dizem que tu Oh! Mar, me queres.
Mas, parece-me que não é verdade:
Eu cá, pressinto que mal me queres...
quarta-feira, abril 18, 2007
Vista daqui 17
terça-feira, abril 17, 2007
a Fonte 86
a Pastelaria
Cada qual de cão ao colo
damos de comer ao cão
chá e migalhas de bolo
pão-de-ló de Alfezeirão.
Arejamos com o leque
calores dos 60 anos
pérolas de pechisbeque
brincos de prata ciganos.
Lá em casa convivemos
com os estalos da mobília
tristes silêncios serenos
doçuras de chá de tília.
Réstias de sol nas janelas
de cortinas desbotadas
candelabros de três velas
retratos das afilhadas.
A crueldade do espelho
vem mostrar-nos de manhã
ruínas de um corpo velho
num casaquinho de lã.
E à cabeceira da cama
o sorriso do falecido
garante qu'inda nos ama
por trás da placa de vidro.
(António Lobo Antunes)
segunda-feira, abril 16, 2007
na brasa
Poesia na Brasa
Acelerando p'la estrada fora,
no meu carro, longe de casa,
seguia a cento e vinte à hora
escrevi um poema na brasa
para dedicar ao meu amor
vou enviá-lo numa carta,
juntamente com uma flor.
Não é uma poesia a valer,
mas tem rima que se farta.
E se ela não gostar de ler?
- Vá p'ró raio que a parta!
(OBicho, Abril 2007)
Vista daqui 16
No Rossio, o prior de Santa Iria
Vendo um palácio, disse ao Canongia:
"Que será isto aqui?" - Dona Maria...
Onde se representam as tragédias.
Vai correndo a cidade, e sempre atento
Pergunta noutro sítio: "Isto é convento?"
- Não! Isto é o Teatro de Sã Bento,
Onde se representam as comédias.
(João de Deus, 1880)
domingo, abril 15, 2007
a Fonte 85
quadras ao desafio
Um copinho, dois copinhos
três copinhos d'aguardente
as moças cá nesta terra,
até fazem calor à gente.
três copinhos de licor
com uma cachaporra nos cornos
passa-te logo o calor.
O Chiado
Quem vai a algum museu de zoologia
vê empalhados animais estranhos,
vê Orangos de todos os tamanhos,
contempla os reis de toda a bicharia.
O estrangeiro que aporte aqui um dia,
e pretenda estudar lusos engenhos
frequente praias e estações de banhos,
- o Chiado, a Avenida, a Mouraria.
Instale-se sobretudo no Chiado,
e fumando um bom bréva de cruzado,
trincando no Baltrésqui um pão de ló...
verá o ramo único e curioso
do Macaco Celtibero famoso:
- o Símio - hipocondríaco liró!
(Gomes Leal)
sábado, abril 14, 2007
a Fonte 84
Amanhecer LXIV
manhã clara de um dia primaveril
aroma intenso de Glicínias em flor
a Vila de Colares, no mês de Abril
vive a Páscoa com muito mais cor
sexta-feira, abril 13, 2007
Um ano mais
Festejo um ano que passou menos mal.
Começa logo mais outro, que promete
Não ser melhor nem pior, talvez igual.
É verdade. Ela faz hoje mais um ano.
Meu Deus! Até já passou os quarenta.
E há já vinte sete, se não me engano,
é a causa do amor que me atormenta.
quinta-feira, abril 12, 2007
Para Ela
(Lisboa - Belém, 1980)
Nevoeiro denso,
Noite quente.
Desejo imenso,
Beijo iminente.
Mãos nervosas.
Pernas trôpegas.
Perfume: Rosas.
Bocas sôfregas
Saborosa tontura:
Cabelos pendentes,
Perfeita loucura.
Lábios frementes...
Olhos marejados
Pele afogueada
Pelos eriçados
Língua molhada.
Paixão ardente,
Alma inquieta,
Amor nascente.
Renasci poeta!
Isto dediquei
Ela entende;
Agora acabei:
“THE END”
com a Mosca
(Insólito, poesia da treta)
Mariquices
Um dia em que Apolo e Jacinto jogavam juntos, esse vento soprando com violência, desviou o disco lançado por Apolo, fazendo-o atingir a fronte de Jacinto, que caiu morto.
Apolo esgotou todos os seus recursos divinos para o fazer reviver, mas sem resultado; transformou-o então na flor que hoje conserva o seu nome.
quarta-feira, abril 11, 2007
a Fonte 82
O Elevador
a Fonte 71R
Parede (Cascais)
terça-feira, abril 10, 2007
feira da alegria
e a feira da ladra
abre hoje às cinco
de madrugada
E a rapariga
desce a escada quatro a quatro
vai vender mágoas
ao desbarato
vai vender
juras falsas
amargura
ilusões
trapos e cacos e contradições
É terça-feira
e das cinzas talvez
amanhã que é quarta-feira
haja fogo outra vez
o coração é incapaz de dizer
"tanto faz"
parte p'ra guerra
com os olhos na paz
É terça-feira
e a feira da ladra
quase transborda
de abarrotada
E a rapariga
vende tudo o que trazia
troca a tristeza
pela alegria
(Sérgio Godinho)
Poema Esquecido
Praia Grande, Sintra Ao captar esta imagem, criei uma poesia. Decerto, inebriado por um momento de solidão, em que me senti inserido na pai...
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Não consigo escrever. Na cabeça tenho montes de imagens. Sobreposições de fotografias. Algumas que foram captadas e fixadas em filme negati...
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FREIXO DE ESPADA À CINTA Visitei a Igreja Matriz, com todo o vagar de que dispunha, antes da hora de celebração da missa. Observei os po...