domingo, junho 20, 2010

porta vida



A vida abriu a porta
do tempo
e deitou a semente
ao vento.
Com a água e o calor
fogo do sol
os sais minerais criam
vegetais,
e tudo o que é bicho
e gente.
Enquanto houver uma porta
para a vida...

sábado, junho 19, 2010

Amanhecer CCXXV


Acordo com um som diferente do habitual
- os sinos de uma igreja qualquer atravessam o postigo de madeira da janela, ressoam nas rudes paredes caiadas do quarto e rebatem na minha cabeça.

Abro a janela e recuo de imediato para me resguardar
- a luz e o ar irrompem pela casa dentro, como se estivessem lá fora, contidos, à espera de uma abertura para entrar e preencher este espaço que lhes estava vedado:
A luz é um espasmo de branco e azul emoldurado nas aduelas da pequena janela medieval que paraliza o meu olhar ficando gravado no cérebro como uma chapa de um negativo fotográfico de antigamente.

O ar é uma espécie de fluido que resvala por entre a roupa e a pele e invade os meus brônquiso até preencher os alvéolos que restam dos meus fracos pulmões com uma mistura quente de cheiros fortes, terra seca, terra molhada, alecrim do monte, visco do mato e rosas.

sexta-feira, junho 18, 2010

a Fonte 538



Bem protegida, dos ventos do Leste, pelos contrafortes pedregosos da cumeada onde se ergue a fortificação central do Castelo de Marvão.

quinta-feira, junho 17, 2010

Autoretrato a seco


Por acaso tinha apanhado um chuvisco de Primavera na rua, antes de entrar no museu (CCB) para ver as obras da Joana Vasconcelos.

Foi assim que aproveitei de verdade o ar quente dos 20 secadores, que funcionam mesmo, montados nesta "instalação" (acho que se chama assim a este género de trabalho de artista plástico), aproveitei, dizia eu, para ajeitar o penteado e aquecer as ideias.

quarta-feira, junho 16, 2010

a Fonte 536


Miradouro do Alto da Boa Viagem (Concelho de Oeiras),
nos domínios do Parque Desportivo do Jamor.

terça-feira, junho 15, 2010

Quadraminhas


Passei no Largo de S. Miguel
Para comprar um manjerico
E o tradicional cravo de papel.
- "Em casa é que eu não fico!"

Como diz a quadra singela:
- "É regar e pôr ao luar!"
Põe o manjerico á janela
E vem para a rua dançar.

segunda-feira, junho 14, 2010

a Fonte 537


Parque Florestal do Monsanto, Lisboa
Não foram poucas as vezes que parei o carro ao lado desta (que já foi) fonte para encher uma garrafinha de água para o caminho.
Era no tempo (não muito distante) em que este troço da Estrada do Outeiro estava aberto ao trânsito automóvel, entre a rotunda do Miradouro de Montes Claros e o Bairro da Boavista.

domingo, junho 13, 2010

Santos da Casa 13


A condizer com a data - 13 de Junho.
E no local certo - uma viela de Alfama.
Um pequeno azulejo do Santo casamenteiro de Lisboa,
alegra a parede deste primeiro andar.

sábado, junho 12, 2010

Amanhecer CCXXIV



Só!
Cada dia mais só.
Ao despertar, por vezes, receio olhar o espelho e não me encontrar.
Um dia destes, acordo e fico sem saber se estou cá, ou se já não existo... serei apenas um pensamento, uma ideia (mal concebida) que tão depressa se começou a materializar, logo, logo desvaneceu.

sexta-feira, junho 11, 2010

Caixa das Esmolas


Tempos perigosos, estes que vivemos, no início de mais um Século.
Aflitos, ficam os "velhotes" deste povo outrora pacato, ao verem que nem mesmo a Caixa de Esmolas em pedra do antigo Convento das Dominicanas de Elvas, consegue resistir às investidas de larápios sem escrúpulos.

quinta-feira, junho 10, 2010

a Fonte 535


Neste tão celebrado "Dia de Portugal",
parece bem mostrar uma fonte (neste caso duas) junto da Bandeira Nacional.

Só é pena (digo eu, que sou chato e tenho a mania de dizer mal) que as ditas, não sirvam, nem uma nem outra, para matar a sede a um vulgar cidadão turista.
Uma que jorra água, só para animar vista e a outra que está mais seca que a minha imaginação.
Já não digo que a coisa fornecesse loira Cerveja fresquinha à pressão,
nem tanto, mas ao menos que escorresse dela um fiozinho de Água da Companhia,
nem que fosse só para molhar a boca a um "esforçado" ciclista.

quarta-feira, junho 09, 2010

a Fonte 534


E diz a moda do "cante alentejano":

«Não pares em Castro Verde.
As fontes cheiram a rosas
E a água não mata a sede.»

Pois olhem que bem me apetecia dedicar uma modinha parecida, aqui a esta fonte na muralha exterior de Castelo de Vide, tão longe de Castro Verde.

terça-feira, junho 08, 2010

nem penso



«Houve um dia em que subi esta rua pensando alegremente no futuro,
pois Deus dá licença que o que não existe seja fortemente iluminado.
Hoje, descendo esta rua, nem no passado penso alegremente.
Quando muito, nem penso...»


(Álvaro de Campos, 1932)

segunda-feira, junho 07, 2010

a Fonte 533



Sempre que passo por esta terra de Vale de Lobos, Sintra, lembro-me de um dos escritores Românticos portugueses, cuja obra eu mais gostei de ler.
O nosso grande historiador e romancista, Alexandre Herculano.
Não sei se alguma vez ele terá passado aqui, enquanto companheiro de "Viagens na Minha Terra" do seu amigo Garrett;
o que sei é que ele nunca conheceu este chafariz, dado que, faleceu muitos anos antes da sua construção;
e também sei que ele passou os últimos anos de vida, na sua quinta, em Vale de Lobos, Santarém - que tambem deve ter uma fonte que eu ainda não tive oportunidade de fotografar.
Quanto ao resto, posso dizer que já lá vão muitas décadas desde que tive como leitura obrigatória no Liceu, as "Lendas e Narrativas".

Ao contrário de outras obras (como o "Frei Luis de Sousa" de Garrett e "Os Lusíadas" de Camões) que nesse tempo fui obrigado a ler, reler e interpretar, esta outra foi, para mim, o despertar do interesse pelo resto dos escritos de Herculano, especialmente os romances históricos - "O Bobo", "Eurico o Presbítero", "O Monge de Cister".

domingo, junho 06, 2010

Papoila vermelha


Papoula flor vermelha de caule verde
Uma infusão de pétalas secas tem propriedades medicinais:
- antiespasmódica, sedativa, hipnótica;
- peitoral é alívio para a Asma e para a Tosse.
As sementes secas amassadas com mel constituem um calmante próprio para conciliar o Sono.
Em culinária também são utilisadas as sementes em Bolos e Pães tradicionais em diversas culturas.

sábado, junho 05, 2010

Amanhecer CCXXIII


Só lhe falta o letreiro, " PINTADO DE FRESCO".
(Não é truque de software de tratamento de imagem.)

Esta luminosidade especial
que confere às cores de ocre uma grande intensidade,
é propria do Alentejo,
sobretudo a certas horas da manhã,
mais do que no final do dia.

quinta-feira, junho 03, 2010

Vida flor



Perguntei a uma flor, Oh linda,
A quem devemos a felicidade
De celebrar a vida no mundo.
Quanto tempo resta ainda?
Todo o tempo, a eternidade,
ou apenas mais um segundo?


(dúvida florida)

quarta-feira, junho 02, 2010

a Fonte 532


Eis uma fonte de mergulho,
construida em 1825 pela Junta de Freguesia
de Nossa Senhora da Graça de Póvoa e Meadas.

Grande nome tem esta vila.

Porta do Tempo



Quando a porta do tempo solta a emoção
Dos olhos correm rios que enchem o mar.
É o choro que às vezes lava o coração
E um coração limpo é joia a preservar.

terça-feira, junho 01, 2010

a Fonte 531


Rua da Cisterna (Elvas)

Obra do Municipio - 1864

Como atesta o painel de azulejo com o Brasão da Cidade,
no qual se pode ler a inscrição que é um exclusivo desta urbe:

"CUSTODI NOS DOMINE, UT PUPILAM OCULI"
que significa,
"GUARDAI-NOS SENHOR, COMO À PUPILA DO OLHO."

Janela da Laurindinha



Óh Laurindinha, vem à janela
Ver o teu amor, ai ai ai que ele vai p'rá guerra.
Se ele vai p'rá guerra, deixái-o ir
Ele é rapaz novo, ai ai ai ele torna a vir.
Ele torna a vir, se Deus quizer
Ainda vem a tempo, ai ai ai de arranjar mulher.


(cantiga popular)

Poema Esquecido

Praia Grande, Sintra Ao captar esta imagem, criei uma poesia. Decerto, inebriado por um momento de solidão, em que me senti inserido na pai...