sábado, abril 29, 2006
sexta-feira, abril 28, 2006
Sentidos no Alentejo
O Pote de barro, as Flores intensamente vermelhas, encarnadas (acho a cor se chama Grenat), a luz, a sombra, a claridade, a parede branca - o bocadinho do quintal na Casa da Praia que me faz lembrar o Alentejo.
Amanhã, vou responder a este apelo dos sentidos e vou até lá. Vou passar dois dias no Alentejo interior a procurar potes para fotografar até encontrar um, parecido com este, que me faça recordar a Praia das Maçãs, para assim arranjar vontade voltar.
Está combinado, vou disfarçado de Fotomotorista, reabastecer a memória, com imagens, cheiros, sabores, sons de outras paragens. Quando voltar, vou fazer o possível por descrever aqui essas coisas que ficam cá dentro guardadas por tempo indefinido, num reservatório acerca do qual se sabe muito pouco ainda.
Em termos informáticos:
vou fazer o "refresh" de alguns "Bytes" da minha "memória volátil", fazer o "download" de alguns ficheiros novos e o "update" de outros no meu "hard disk" interno e fazer o "recover" de alguns "folders" que o meu "sistema operativo" colocou no "recicle bin" há muito tempo por falta de uso.
Luzinhas
Aqui fica apenas uma grande fotografia da luz.
À espera que se "faça luz", que haja inspiração.
Podem escrever, porque hoje eu estou de fora.
Gostave de ter algum texto para colocar aqui.
Mas um texto daqueles que ainda não foi escrito.
Vamos lá, exprimam-se, espremam esse espírito.
Acendam um bocadinho dessas luzinhas interiores.
Logo, eu quero ler e depois... gostava de publicar.
No fundo, é simples o que eu quero dizer: "a gente vê-se à luz deste Blog."
quinta-feira, abril 27, 2006
Espuma dos Dias
quarta-feira, abril 26, 2006
ficar aqui
hoje, não vou a lado nenhum
vou ficar por aqui
entre a terra e o mar
entre o mar e o céu
o profundo interior e o esplendor da luz
entre duas naturezas
a natureza das coisas e a natureza humana
a vista pairando sobre o precipício
depois de pensar, não consigo decidir
para onde ir afinal
está decidido
hoje não vou a lado nenhum
vou ficar por aqui
Estou mal
Muito mal, talvez não.
Não percebo.
Estou assim, assim...
A Primavera reforça toda a Natureza à minha volta.
O tempo está extraordinariamente bem temperado.
Quentinho, nem muito nem pouco quente nem frio, morno.
O ar tem cheiros fortes: flores silvestres e espuma do mar.
É quase Verão.
O meu corpo está bem, reclama actividade, movimento.
Apanhar ar, despir a roupa, sentir o sol aquecer o sangue sob a pele nua, livre.
Renovar o ar dos pulmões, quase mastigar, comer, engulir o ar livre.
Sair a passear, sozinho, deixar o Fotociclista em casa e caminhar livre.
Preciso sair e andar, só, um bocado, só, para ver e ouvir, só.
O meu espírito está enclausurado, num céu cinzento, cá dentro não sei onde, mas também não quero saber!
terça-feira, abril 25, 2006
Portas de Abril 74
Portas que Abril abriu
Foi então que Abril abriu
as portas da claridade
e a nossa gente invadiu
a sua própria cidade.
Disse a primeira palavra
na madrugada serena
um poeta que cantava
o povo é quem mais ordena.
Foi esta força viril
de antes quebrar que torcer
que em vinte e cinco de Abril
fez Portugal renascer.
E em Lisboa capital
dos novos mestres de Aviz
o povo de Portugal
deu o poder a quem quis.
(Ary dos Santos)
segunda-feira, abril 24, 2006
mudar o mundo
Renascer
domingo, abril 23, 2006
Cor Pascal
sábado, abril 22, 2006
amanhecer XII
sexta-feira, abril 21, 2006
Saudades de Mar
quinta-feira, abril 20, 2006
Retratos Pimba (1)
Retratos Pimba (2)
Retratos Pimba (3)
Pressentimentos
Não sei porquê, mas pressinto, mais do que sinto, que há qualquer coisa que não está bem.
Ou que haverá alguma coisa não vai estar nada bem. Parece-me que, como costumava dizer a minha Mãe, isto vai de mal a pior.
Pessimista? Não sei? Sinto uma ameaça, uma qualquer coisa iminente, uma sensação esquisita, um sentimento inquietante de angústia sem uma explicação clara.
Pretextos? Desculpas para não fazer nada? Quer dizer, para continuar a não fazer nada ou... talvez fazer ainda menos.
Não é isso. O que se passa é que dou por mim a passar por uma espécie de Suplício de Tântalo, ao imaginar de tempos a tempos que existe uma Espada de Dâmocles prestes a tombar sobre a minha cabeça.
São 4:36 da madrugada em Lisboa e eu às voltas com estas tretas - se eu estivesse em New York isto já não acontecia. Lá ainda nem é meia-noite.
Bem vou dormir - ainda aproveito umas 3 horinhas de sono e... Bolas!!! Acho que, vou evitar passar ao fim do dia pela rua onde estão as ameaçadoras máquinas aqui da foto.
quarta-feira, abril 19, 2006
Nossas Ruas 11
Joaquim Guilherme Gomes Coelho,
era o verdadeiro nome do Médico natural do Porto, que toda a gente conhece como o autor dos romances "Os Fidalgos da Casa Mourisca", "A Morgadinha dos Canaviais" e "Uma Família Inglesa".
Coisa esquisita, este médico bastante doente, foi para a Madeira numa derradeira tentativa de curar a doença com que morreu aos 32 anos, a tuberculose, que tinha vitimado o resto da sua família.
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Coisa esquisita, este médico bastante doente, foi para a Madeira numa derradeira tentativa de curar a doença com que morreu aos 32 anos, a tuberculose, que tinha vitimado o resto da sua família.
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Em "A Morgadinha" como em "As Pupilas" destaca-se o contraste entre o mundo são, feliz, progressista, representando pelo campo, e o mundo dos ociosos, corruptos, desequilibrados, representado pela cidade. O "contágio" entre esses dois mundos é o eixo principal da ação destes romances, que se desenvolvem no Minho. Júlio Diniz defende a tese de que a verdadeira felicidade só tem lugar na vida simples do campo.
terça-feira, abril 18, 2006
Segredos
Em cada Primavera, em cada mudança de Estação, em cada dia que passa, ou simplesmente da noite p'ró dia, fica mais difícil abrir a porta para deixar sair o que está no fundo do quarto.
Qualquer dia, esta minha porta, amanhece fechada a sete chaves e não vai mais abrir para deixar entrar alguma luz sobre as trevas dos pensamentos recônditos.
Arejar as ideias, como se costuma dizer, é preciso.
Arejar as ideias, como se costuma dizer, é preciso.
Por enquanto ainda consigo entreabrir aqui, só aqui, um pouco da desengonçada porta, que o meu espírito controverso teima em querer fechar.
Só desta forma conseguimos, eu e vocês -amigo(a)s reais e/ou virtuais deste Fotociclista-, abrir uma fresta por onde se conseguem vislumbrar alguns farrapos de fantasmas.
Não passam nunca de apenas sombras, reflexos, receios, fobias e manias que jamais aparecem às claras - nem às Claras nem às Rosas nem às Marias - porque andam sempre colados às paredes interiores, quase transparentes, bem disfarçados de outras coisas.
É preciso dizer, para que conste, que eu oponho uma grande resistência à entrada (intromissão) da realidade neste espaço.
Amigo de Peniche
segunda-feira, abril 10, 2006
quinta-feira, abril 06, 2006
escrita de sentido
[a imagem deste texto foi "cair" no Blog do Pessoal da Porcalhota]
Bem verdade o que diz a Maria sobre a questão do sentimento da escrita.
Sinto na verdade uma grande emoção quando revejo as fotografias da velha Lisboa.
Quando penso em escrever alguma coisa sobre uma delas, fico perdido no tempo a tentar imaginar coisas:
cenas de vidas passadas, de gente parecida com a que conheci na Porcalhota de antigamente, como a D. Berta "maluca", uma mulheraça que vivia com o Ti Tomé, homem pequenino - velhaco ou dançarino;
quando a provocavam ela apregoava as suas origens em famílias finas da Calçada dos Barbadinhos e a carreira de artista do Teatro de Revista que abandonara por amor;
as alegrias e desgraças, os dramas de "faca e alguidar" do dia-a-dia da vida familiar, que as vizinhas alcoviteiras espreitam por entre os lençois pendurados a secar na corda da roupa frente à janela;
o ambiente sonoro da rua, os pregões, os amoladores, a carroça do azeite, o tlém, tlém, tlém, a avisar que vem lá o carro electrico; e o cobrador puxava o cordão de cabedal preso ao tecto e fazia tlim, tlim - era o sinal de "pode seguir!", para o guarda-freios condutor;
e aquele raspar das rodas dos carros electricos nas curvas mais apertadas da electrico da Graça;
os aromas que circulavam pelos becos e vielas, o vento, o frio, as chuvas;
o respingar das goteiras nas pedrinhas da calçada e as cascatas das águas de Abril pelas escadinhas abaixo;
enfim, tudo me faz recordar a cidade da minha infância, a cidade onde nasci e onde morei apenas 3 ou 4 anos, mas que inexplicavelmente me comove.
Sinto na verdade uma grande emoção quando revejo as fotografias da velha Lisboa.
Quando penso em escrever alguma coisa sobre uma delas, fico perdido no tempo a tentar imaginar coisas:
cenas de vidas passadas, de gente parecida com a que conheci na Porcalhota de antigamente, como a D. Berta "maluca", uma mulheraça que vivia com o Ti Tomé, homem pequenino - velhaco ou dançarino;
quando a provocavam ela apregoava as suas origens em famílias finas da Calçada dos Barbadinhos e a carreira de artista do Teatro de Revista que abandonara por amor;
as alegrias e desgraças, os dramas de "faca e alguidar" do dia-a-dia da vida familiar, que as vizinhas alcoviteiras espreitam por entre os lençois pendurados a secar na corda da roupa frente à janela;
o ambiente sonoro da rua, os pregões, os amoladores, a carroça do azeite, o tlém, tlém, tlém, a avisar que vem lá o carro electrico; e o cobrador puxava o cordão de cabedal preso ao tecto e fazia tlim, tlim - era o sinal de "pode seguir!", para o guarda-freios condutor;
e aquele raspar das rodas dos carros electricos nas curvas mais apertadas da electrico da Graça;
os aromas que circulavam pelos becos e vielas, o vento, o frio, as chuvas;
o respingar das goteiras nas pedrinhas da calçada e as cascatas das águas de Abril pelas escadinhas abaixo;
enfim, tudo me faz recordar a cidade da minha infância, a cidade onde nasci e onde morei apenas 3 ou 4 anos, mas que inexplicavelmente me comove.
agora vou dormir
e deixo esta Sra. de Atalaia, pela noite dentro a tomar conta do meu sono e a fazer companhia a quem se lembrar de visitar este blog no meio das suas insónias.
o tempo esta noite está de feição para a escrita, chove, estou inspirado, sinto as palavras à solta, talvez revoltas pela ventania, mas é muito tarde e preciso descançar, pois o dia foi longo e trabalhoso.
quarta-feira, abril 05, 2006
Janela para ver (13)
os restos de uma parede sem cobertura, sem cor definida, a desfazer-se e a remendar-se sem qualquer jeito;
quem vive dentro da casa agarrada a esta janela, provavelmente já não pode sair e por isso não vê;
não vê, não sabe o mau estado em que se encontra a pequenina janela com tabuinhas, que já não abre;
talvez porque o fecho está perro, as dobradiças desengonçadas e já vão faltando a força e o jeito nas mãos;
à tardinha, já não espreita por entre as tabuinhas, o movimento dos vizinhos que cruzam a Travessa, vindos dos lados do Elevador;
já não há garotos para admoestar, quando eles faziam algazarra na correria em direcção às escadinhas bem ali ao fundo da travessa;
nas manhãs ensolaradas da primavera, já não abre as cortinas para deixar entrar os primeiros raios de sol, que chegavam mais quentinhos por se rebolarem em cima de todos os telhados do casario da encosta;
já não vê aquela neblina que pairava sobre as águas do Tejo nos dias de calor, escondendo "a outra banda" e fazendo aparecer e desaparecer no nada os Cacilheiros;
os olhos cançados, a vista fraca, já não dá para distinguir a sombra alongada dos grandes barcos que lá em baixo no rio, levantam ferro e se fazem ao mar com o por do sol;
Tudo o que a vista alcançava, quando se abria esta janelinha para o mundo, eram sonhos sobre a realidade sobranceira a uma colina de Lisboa;
Já não há sonhos, não há nada que faça valer a pena abrir esta janela, nem mesmo a vista do local bem no cimo de umas das sete colinas d'esta Lisboa que eu amo, que é tão linda que é tão bela...
terça-feira, abril 04, 2006
Fim do Inverno
São as últimas do meu jardim este ano. Estão mesmo a acabar.
O fim destas flores, marca definitivamente o fim do Inverno.
.
E com a chegada dos dias quentinhos e luminosos, arrefece um pouco a veia poética, esmorece um bocado a tendência para os pensamentos profundos e escurece um pouco mais o túnel da introspecção.
Tudo se conjuga para dificultar a produção intelectual, a escrita pela escrita, as palavras que já não dizem o que a gente sente ou só pressente:
"o renascer da vida, nos campos em cujo vestido verde começam a alastrar as manchas de amarelo, vermelho, roxo ou lilás; nos rios renovados pela frescura do degelo e pelas águas de Março; no ar com os intensos aromas de flores novas e o insistente canto do pequeno Chamariz pendurado nos ramos mais altos dos freixos frente à minha janela; as árvores dos frutos de Verão, com os ramimhos carregados de botões de onde começam a despontar as tenras folhas, que virão a ser os elementos mais importantes na respiração e metabolismo da planta e que... e os filhos da mãe dos insectos, pulgões, ácaros, moscas, afídeos e o raio que os parta a todos, começaram já a lixar e lixaram-me esta composição poética que estava a ir tão bem."
segunda-feira, abril 03, 2006
monologamia final
[ensaio final]
A luta vem daí da parte que se incompatibiliza com a outra parte de mim que não presta. Conflito, palavra bonita. Chave. Volto ao subconsciente. Espaço, preciso de espaço. Talvez agora perceba que é espaço exterior a mim para desencadear aí as lutas do meu conflito destas duas minhas duas partes.
Mas como posso eu agora estar a fazer de terceiro e dizer da verdade das duas partes e ao mesmo tempo do resultado ou da ligação ou ponto de união ou ponto de divergência comum, ou secalhar não é comum e daí o desequilíbrio permanente, ou quase.
Já sei, a isto chamaram em tempos introspecção, da mais pura. É algo que não se explica, como o submarino amarelo dos Beattles, do monstro que se devora a si mesmo ou podemos por as coisas às avessas, do outro que se vomita a si mesmo, todos por completo até ficar nada.
De um modo ou de outro o resultado parece ser zero. Mas agora que estava interessante o monólogo começo a ficar cansado, disso não tenho dúvida já. Pelo menos uma coisa consigo assim arranjar e é uma certeza a que me agarro, mas por outro lado..?
(acerca disto, só sei que foi escrito "ao correr da pena", com muito poucas rasuras, sem nenhuma preocupação de forma, com uma caneta de tinta permanente azul, em folhas de papel quadriculado numeradas de 1 a 6 - se teve ou era para ter continuação, não me lembro; quando escrevi, não sei; porque escrevi, não faço ideia; para quem foi escrito, não imagino).
É tudo, não há mais folhas de papel manuscritas - ainda bem porque se acabaram as flores amores-perfeitos.
a Cabana
(mansarda nas Azenhas do Mar)
Naquele tempo tu vinhas de noite
à procura de amor
e eu fumando um cigarro
esperava por ti
na cabana junto à praia
entre as dunas e os canaviais.
Quando chegavas
abrias a porta sem me avisar
e p'la noite fora
ficavas abraçada a mim
na cabana junto à praia
entre as dunas e os canaviais.
Hoje dava dez anos de vida
para te ver voltar
à cabana junto à praia
entre as dunas e os canaviais
onde só o vento,
o mar e as gaivotas,
falam desse amor.
(José Cid)
trilema
Estado
bom estado geral
relação prostituinte controlada
ão
bão
tão
zão
explosão
agressividade recalcada
amarfanhada raiva
tristeza cobardia ódio?
coração
tentação
emoção
devoção
São João e António
Com ou sem São
Duas ideias ilusão
não com pássaros livres
Olhos claros, transparentes
límpidos, luminoso, lindos...
Olhos escuros, escuros,
profundos, fortes, tristes,
atracção do abismo, belos,
Confiança nas sensações
(travel by,
emoções privadas em trio - 198?)
domingo, abril 02, 2006
monologamia XI
[ensaios]
Estava agora a pensar se era útil pensar nisto e chego a este ponto e mais uma redundancia de assunto. Afinal sou um cartesiano; ora merda para quem duvida das próprias dúvidas.
Hoje em dia ser cartesiano é chato, é coisa aflitiva, é bem pior é mesmo monótono, detesto-me também por isso. Não gosto daquilo que eu penso que pensam de mim erradamente, mas também não gosto daquilo que pensam (penso eu) acertadamente de mim.
Afinal não gosto que pensem em mim ou de mim e isso quer dizer que gostava de não existir (para não ser alvo de pensamento de outrem) e nesse caso ainda mais me desprezo porque essa é uma maneira de sentir do verdadeiro filho da puta (o desejo de não ter nascido) segundo diz muito bem o Alberto Pimenta no seu Discurso sobre.
Mas eu concordo com ele ou reconheço-me no que ele diz. Reconheço e recuso a minha parte daquilo que pensamos ser caraterística do filho da puta.
sábado, abril 01, 2006
amanhecer XI
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