terça-feira, abril 28, 2009

o portador

Desde há alguns dias, que acordo (penso eu, que sim, que estou acordado..!) e tenho dificuldade em perceber qual é exactamnete o meu estado.
Não me refiro ao estado civil, nem ao estado físico, nem propriamente ao estado de saúde fisiológica ou mental, mas sim ao estado-de-sítio que é o conjunto amalgamado de todos estes estados que estão por dentro e por fora de mim, como o amontoado de frutos secos que enformam um Bolo Inglês.
Porque havia agora de me lembrar do bolo preferido do meu Pai. Aquele que ele comprava na "Pastelaria Casulo" para o nosso lanche, sempre que ía a Lisboa tratar de qualquer assunto relacionado com o seu (nosso) negócio na Porcalhota.
Pensando bem... encontro o motivo para esta remininscência: «está a fazer quarenta e três anos que ele (o Ti Jaquim) trouxe para o nosso lanche o último Bolo Inglês».

Estou deitado ou sentado - tanto faz. Vou andando a pé ou de bicicleta - é igual. Olho para o ecran da televisão ou do computador - indiferente.
Estou transformado numa coisa que não me apetece - porque não quero - definir por palavras minhas, por isso recorro a uma explicação que Mia Couto, pôs na boca de um personagem de "Um Rio Chamado Tempo", que acho a mais adequada ao que eu queria dizer:
«Sou um portador assintomático de vida.»

De repente, até a selecção de uma fotografia (e tinha tantas...) para este "post", se trasnformou num "bico-de-obra".

Por fim, achei (em Tavira) - combinando duas coisas que nos prendem à terra - um Cemitério de Âncoras.

1 comentário:

Maria disse...

Um beijo, Bicho amigo.

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