quarta-feira, fevereiro 07, 2007

autoretrato 16



Olha eu, era assim, ainda não há muito tempo,
apenas há dois anos, o que é isso, dois anos, um nada,
um lapso de tempo, não sabemos o que é, o tempo,
se calhar até nem existe, o tempo, é invenção,
é um relógio, é um calendário, é a Primavera,
é o Verão, a maré-baixa, o regreso, a despedida,
o adeus, talvez nunca mais, veremos,
existo... ou talvez não,
mas há mais marés que marinheiros,
esperamos, somos todos esperança, o que mais?



Somos tudo e mais alguma coisa e, simultaneamente,
nada, mesmo nada, não mais do que um relâmpago.


Quem o diz - alguma coisa que ainda sou eu.
Não sei por quanto tempo?
Mas, também acho que inguém sabe,
(nem mesmo a minha prima Maya)
por muito que muita gente gostasse.
Uma coisa eu sei:

estou à beira do nada, na borda do buraco sem fim,
num equilíbrio que não tem razão de existir.
Já devia ter caído, não sei porque ainda não?
Quem me sustém:
quem eu gosto, muito,
às vezes, até mesmo eu.
Quem me empurra:
quem eu quero, muito,
preferia até, não ser eu.



Vou ficar por aqui, por agora...
queria dizer mais, muito mais!!!
Depois.
Agora, vou reencontrar um amigo,
um daqueles de sempre, bem antigo.
Por isso (com licença, desculpem lá),
mas vamos fechar aqui, este postigo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Gotei muito,é pena tanta tristeza,tens que transpor esse buraco,para depois seres finalmente feliz.Beijinhos da Maria

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