segunda-feira, março 22, 2010

O Taberneiro



Domingo de manhã,
na rua estreita da cidade antiga, ressoa o sino da Catedral - é o derradeiro chamamento dos fiéis para a Missa das onze.
O velho taberneiro acaba de encerrar a loja e dedica-se a prender cuidadosamente, uma à outra, com um ferrolhinho as portas guarda-vento, ou o que restava das carcomidas portas.

«É por causa dos vidros. As molas já estão um bocado fracas e qualquer golpe de vento ou mesmo um passeante mais bricalhão, pode fazer das suas e dar cabo disto...», justificou o homem, quando eu lhe fiz uma pergunta.

Do resto da conversa, bem como do assunto sobre o qual falámos depois, já não me recordo, mas também não interessa muito para o caso.
O que me ficou na memória e, talvez, para a história, foi a frase com que o Galego rematou o nosso breve diálogo de circunstância.

Disse ele: «Más vale pan con mierda, que mierda sola..!»

2 comentários:

M.Júlia disse...

Que cidade antiga?
Apenas mera curiosidade.

O Bicho disse...

Um lapso no texto.
Faltou o nome da cidade: Portalegre (Portugal)

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