
Nós podemos viver alegremente,
Sem que venham, com fórmulas legais;
Unir as nossas mãos, eternamente,
As mãos sacerdotais.
Eu posso, com valor que nada teme,
Contigo preparar lautos festins,
E ajudar-te a fazer o leite-creme,
E os mélicos pudins.
Eu tudo posso dar-te, tudo, tudo,
Dar-te a vida o calor, dar-te cognac,
Hinos de amor, vestidos de veludo,
E botas de duraque.
Já vês, pois, que podemos viver juntos,
Nos mesmos aposentos confortáveis,
Comer dos mesmos bolos e presuntos,
E rir dos miseráveis.
E podemos até, noites amadas!
Dormir juntos dum modo galhofeiro,
Com as nossas cabeças repousadas,
No mesmo travesseiro.
Posso ser teu amigo, até a morte,
E sumamente amigo! Mas por lei,
Ligar a minha sorte à tua sorte,
Eu nunca poderei!
Eu posso amar-te como o Dante amou,
Seguir-te sempre como a luz ao raio,
Mas ir, contigo, a Igreja, isso não vou,
Lá nessa é que eu não caio!
(Capela Sra. de Belem)
1 comentário:
Espero que a raiva te tenha passado.Amanhã é fim de semana,mas por azar vai estar mau tempo.pelo sim pelo não é melhor levares o chapéu de chuva e as galochas senão não podes ir ver o teu querido mar,aquele que nunca te fere,aquele que te vai trazer tranquilidade para a semana toda,bebe desse ar,Bom fim de semana. Maria
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