![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgr_it4T5Se0Shy0u2fqCyX1HDZAuXah6pDlbP_OHYeWjLKy6cXfHu1jTiImo_J1GiNCgbP8QX0NX488FTY7N69CqcmQMGS05Fm7BJ9H92N6opMzUfsJvQ5ItiniQkEQC76K-wmDw/s1600/censurado.jpg)
PAISAGEM
As traineiras abrigam-se na barra,
Os mastros em fantástico arvoredo.
São peixes coloridos, de brinquedo,
E eu o triste rapaz que solta a amarra.
Os telhados reúnem-se no largo,
Assembleia de pobres e crianças.
Em falas, cantos cobram-se esperanças.
Homens chegam do mar com rosto amargo.
Lá baixo a vaga escreve na muralha
a história destes muros. Toda em brios
salta adiante o Baleal e falha.
E na gávea da velha fortaleza,
Fico a seguir o rumo dos navios,
Num choro de asas de gaivota presa.
As traineiras abrigam-se na barra,
Os mastros em fantástico arvoredo.
São peixes coloridos, de brinquedo,
E eu o triste rapaz que solta a amarra.
Os telhados reúnem-se no largo,
Assembleia de pobres e crianças.
Em falas, cantos cobram-se esperanças.
Homens chegam do mar com rosto amargo.
Lá baixo a vaga escreve na muralha
a história destes muros. Toda em brios
salta adiante o Baleal e falha.
E na gávea da velha fortaleza,
Fico a seguir o rumo dos navios,
Num choro de asas de gaivota presa.
(Carta de um preso político português, Peniche 1958)
Sem comentários:
Enviar um comentário