Foi há mais de 50 anos, a primeira e única vez que entrei neste moinho, na Serra da Aboboreira.
Nesse tempo distante, o engenho estava ainda em actividade, moendo os grãos de trigo ou milho para fazer farinha.
Recordo-me bem que o moleiro de então (meu primo em 2º grau) fez questão de explicar toda a extraordinária engrenagem mecânica que fazia funcionar o moinho.
Um engenhoso sistema de eixos e rodas dentadas em madeira fazia girar a pesada mó de pedra (hoje ali encostada à parede) sobre uma outra igual, de forma a triturar os pequenos grãos de cereal colocados entre superfícies mais ou menos lisas das duas pedras.
Ainda tenho na memória os mecanismos simples mas eficazes (sem óleo, sem gasolina nem electricidade) que convertiam toda a energia do vento em trabalho útil.
Havia diferentes controlos do movimento, nas velas de pano e nos eixos, adaptando a velocidade do sistema à força do vento.
A quantidade de grão que escorria da calha e a espessura da farinha resultante da moagem, também tinham eram controladas mecanicamente.
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