quarta-feira, julho 11, 2018

A Fonte 724


Barril de Alva (Arganil)

Fonte de água potável (apesar do aviso que diz "ÁGUA NÃO CONTROLADA") num belo espaço de lazer, junto à ponte sobre o rio, com praia fluvial, um bom restaurante e até um parque de estacionamento para auto-caravanas.
Os painéis de azulejo em redor da fonte são alusivos a Miguel Torga, o poeta que ao passar aqui, no século passado, escreveu:
"É bonito o Alva! Manso, claro, calado, sem a tragédia do Doiro, nem a grandeza do Tejo, é bem o rio da Beira que define a Beira.
O Mondego envenenou-se em Coimbra dum lirismo de borla e capelo, que o comprometeu; o Zêzere deu-lhe para uma retórica de sermão do encontro, que lhe tira o sentido; o Ceira, com a façanha do Cabril, esgotou-se.
De maneira que ficou a representar a sua terra, a Beira das ovelhas, dos pinhais e duma tenacidade sem palavras, este veio de água pura, que desce da Estrela, toca um milheiro, ou dois de rodas, lava os avós, os filhos e os netos da mesma família e acaba pudicamente quando tem a missão cumprida."

1 comentário:

M,Franco disse...

Curiosas as considerações que Miguel Torga tece em
relação aos diferentes rios. Foi um homem das montanhas
e conhece quase profundamente aquelas regiões.

Poema Esquecido

Praia Grande, Sintra Ao captar esta imagem, criei uma poesia. Decerto, inebriado por um momento de solidão, em que me senti inserido na pai...