sábado, dezembro 10, 2011

Amanhecer CCXCVII



ANIVERSARIO

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.


Álvaro de Campos

2 comentários:

Maria disse...

Bicho
Que bonito miúdo tu eras!
Verdade seja que, quando te conheci, também não eras nada de deitar fora e, sabia-lo. A tua mulher que me perdoe e não faça maus juízos, porque eu já tinha o meu chefe e não o trocava por ninguém. Mas não era cega.
Eras e és bonito. Só tens a mais, essa barriguinha.
Esta declaração de pura amizade é de uma velha senhora de 67 anos, bem casada mas, que ainda sabe o que é bonito.
Beijinho da velha Maria

O Bicho disse...

Maria
Sempre considerei muito importante o que pensavam de mim as senhoras mais velhas que eu.
Essa tua declaração é, como se dizia antes, um linimento fantástico para o meu estado actual - o estranho complexo de inferioridade que toma conta de mim.
Obrigado pelas palavras.
Na verdade o mérito deve ir para o autor da fotografia - um excelente fotógrafo profissional Fernando Carvalho, velho amigo de família.

Um grande beijo para a amiga velhota e um abraço ao "nosso" chefe.

Poema Esquecido

Praia Grande, Sintra Ao captar esta imagem, criei uma poesia. Decerto, inebriado por um momento de solidão, em que me senti inserido na pai...