terça-feira, fevereiro 21, 2006
Eu e Ela
Cobertos de folhagen, na verdura
O teu braço ao redor do meu pescoço,
O teu fato sem ter um só destroço,
O meu braço apertando-te a cintura;
Num mimoso jardim, ó pomba mansa,
Sobre um banco de mármore assentados,
Na sombra dos arbustos, que abraçados
Beijarão meigamente a tua trança,
Nós havemos de estar ambos unidos,
Sem gozos sensuais, sem más ideias,
Esquecendo p'ra sempre as nossas ceias,
E a loucura dos vinhos atrevidos
Nós teremos então sobre os joelhos
Um livro que nos diga muitas cousas
Dos mistérios que estão p'ra além das lousas,
Onde havemos de entrar antes de velhos.
Outras vezes buscando distracção,
Leremos bons romances galhofeiros,
Gozaremos assim dias inteiros,
Formando unicamente um coração.
(Cesário Verde)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Poema Esquecido
Praia Grande, Sintra Ao captar esta imagem, criei uma poesia. Decerto, inebriado por um momento de solidão, em que me senti inserido na pai...
-
FREIXO DE ESPADA À CINTA Visitei a Igreja Matriz, com todo o vagar de que dispunha, antes da hora de celebração da missa. Observei os po...
-
Porque não me ocorre outro, mais nenhum, título para começar o post do dia e este pode ser tão bom como qualquer outro. Mais ou menos p...
1 comentário:
O que Cesário Verde escreveu é tal e qual o que eu te disse um dia destes.Todas as idades da vida têm o seu encanto,mesmo velhinhos,ao perdermos certas qualidades, vão aparecendo outras para ocupar o lugar, e aquilo que por vezes nos fazia ficar em ebulição, são agora momentos de calma e de muita paz interior.
SE TOMARMOS CONSCIÊNCIA DE TUDO O QUE SOMOS CAPAZES DE FAZER,FICARÍAMOS ATÓNITOS.Por isso mãos à obra Beijinhos da MARIA
Enviar um comentário