segunda-feira, dezembro 31, 2007

a Nova Era


La era está pariendo un corazón

Le he preguntado a mi sombra
a ver como ando para reírme,
mientras el llanto, con voz de templo,
rompe en la sala
regando el tiempo.

Mi sombra dice que reírse
es ver los llantos como mi llanto,
y me he callado, desesperado
y escucho entonces:
la tierra llora.

La era está pariendo un corazón,
no puede más, se muere de dolor
y hay que acudir corriendo
pues se cae el porvenir
en cualquier selva del mundo,
en cualquier calle.

Debo dejar la casa y el sillón,
la madre vive hasta que muere el sol,
y hay que quemar el cielo si es preciso
por vivir,
por cualquier hombre del mundo,
por cualquier casa.


(Silvio Rodríguez, 1968)

sábado, dezembro 22, 2007

Amanhecer XCVII


Não sei como, nem onde, serão os próximos amanheceres.
..
Vou estar longe.
Longe de casa
Longe do frio.
Longe dos Blogs.
Longe de tudo.
Longe de Mim!!!
..
Por isso, não me telefonem mais este ano - eu não atendo.
Mas, se quiserem mesmo, se não puderem evitar,
então, mandem-me um SMS - isso, sim, eu recebo e leio, mas NÃO RESPONDO!

sexta-feira, dezembro 21, 2007

a Fonte 187


Talvez a última deste ano 2007.
A última de uma série, esquisita.
Minhas senhoras e meus senhores, eis

A FONTE DE TODOS AS GUERRAS

A Fonte da INFELICIDADE,
da FALSA FELICIDADE,
das DESIGUALDADES,
da ESCRAVATURA,
da POBREZA e da RIQUEZA,
da INVEJA,
da INJUSTIÇA,
do ÓDIO,
das FRUSTRAÇÕES,
das ILUSÕES e DESILUSÕES,
da DESUMANIDADE,
das CONTRADIÇÕES,
da MISÉRIA e do PROGRESSO...

DINHEIRO,
a fonte de tantas outras coisas (BOAS e MÁS) que agora não me lembro, mas que sei, orientam, dominam, controlam igualmente, TODA A VIDA DE QUEM O TEM E DE QUEM O NÃO TEM, e directa ou indirectamente a VIDA DE TODOS OS SERES vivos no planeta.

Postal Ilustrado 1

Fotociclista
(Os Bilhetes Postais da minha Tia Avó, Emília)

Na série dedicada aos Costumes Portugueses, seleccionei, uma aguarela de Alfredo Moraes, com uma "SERRANA da BEIRA-ALTA", que nos oferece uma quadra popular:

O ingrato por quem eu tive
A mais sincera paixão.
Namorou-se d'outra mulher
Morreu para o meu coração.

quinta-feira, dezembro 20, 2007

o Bem e o Mal



Mais uma vez é quinta-feira;
a tradição diz que é o meu dia sexual.
pode ser um dia à maneira,
ou a coisa pode acabar por correr mal.

de há 15 anos a esta parte,
que penso assim, uma vez por semana.
e me falta o engenho e arte,
para levar por diante este dia sacana.

e agora vou sair desta rima,
já estou farto de fazer versos à tôa.
vou ter com a minha prima,
e vamos beber uns copos a Lisboa.

se ela não quiser, que se lixe;
há sempre alguém que espera companhia,
a precisar de um apoio fiche,
para esquecer mágoas e abraçar a alegria.

(a letra já está; agora falta a música)

a Fonte 186


A principal Fonte dos Males que afectam a vida natural e poem em causa o futuro da humanidade e do planeta Terra.
Uma das mais controversas Fontes de energia, alguma vez inventadas pelo homem.

a viola 3/4



Cabecinha no Ombro

Encosta a tua cabecinha no meu ombro e chora
E conta logo a tua mágoa toda para mim
Quem chora no meu ombro eu juro que não vai embora,
que não vai embora, porque gosta de mim
Ai, eu quero o teu carinho, porque eu vivo tão sozinho
Não sei se a saudade fica ou se ela vai embora,
se ela vai embora, se ela vai embora
se ela vai embora, porque gosta de mim


Está decidido - esta velha canção (do Almir Sater) será a primeira (e talvez a única) que eu vou aprender a tocar na viola clássica 3/4 do Bilo Michel.
Ao fim de dois dias de ensaios, já sei as posições "C, G7, e o C7".

quarta-feira, dezembro 19, 2007

a Fonte 185


Para variar, cá está uma fonte jeitosinha, bonita, limpinha e bem cuidada.
Ah! E não está seca, apesar de se encontrar na Venda Seca.
Só tem um pequeno problema:
"ÁGUA IMPRÓPRIA PARA CONSUMO".
Euh, o costume, dizem. Já estamos ahabituados a essa treta.
O que é que nos interessa constatar uma coisa dessas?
Nada, está claro, digo eu. Hoje em dia, ninguém passeia a pé pelos caminhos de Portugal.
De bicicleta, isso sim, ainda encontramos por aí, um ou outro maluquinho, amador do pedal e até um Fotocilcista anormal.
Mas, esses, preferem parar no café e matar a sede com uma imperial fresquinha.
Água? Na fonte, é boa sim senhor, mas só para lavar as mãos, se por azar, a corrente da bicicleta saltar dos carretos.
Mesmo assim, apesar de tudo, sempre pode haver alguém que precise de ir à fonte buscar água para curtir as azeitonas... pois, aqui nesta não se safa.

Autoretrato 25


No mínimo estranha, esta fotografia.
A escadaria será a descer ou a subir?
A minha sombra escorrega pela escada abaixo ou rasteja pela escada acima?
Em alturas como esta, (no fim e no princípio do ano) em que a minha mente é assoreada por tudo o que são dúvidas e pressentimentos, é habitual eu questionar-me acerca do meu futuro próximo - será isto um sinal de que tudo vai melhorar, ou um presságio de que as coisas vão de mal a pior?

Seja lá como for, posso adiantar que, à direita da parede de fundo, se encontra uma porta, por sinal uma bela porta, que dá acesso ao interior da Fonte da Luz, isto é, (a Fonte 177) da Senhora da Luz, em Carnide.

terça-feira, dezembro 18, 2007

a Fonte 184


Fonte e Capela da Senhora, no Monte do Faro.
Local de extraordinária beleza paisagística, de onde, em dias claros e com pouca humidade, a vista alcança o vale do Rio Minho, desde Valença/Tuy até quase à foz, em Caminha/La Guardia.

Eis a Fonte dos mais profundos receios, dúvidas e incertezas que povoam a minha mente, desde há muito tempo - princípio dos anos 80.
Está aqui, a Fonte da grandecíssima angústia existencial que me atormenta, que me apoquenta, desde então, cada vez mais intensamente, ao ponto de hoje patrocinar quase todos os meus pesadelos.
Coisas do espírito que, inexplicavelmente, afectam a minha existência física. Se é que, ainda, existo?
Irracional, tudo isto? Talvez... mas, apesar de tudo, há (sempre) uma explicação, que eu posso dar.

Talvez eu consiga, escrever alguma coisa acerca do assunto, no próximo ano, quando (ou se) voltar da viagem no tempo (aos anos 60 do Século XX) e no espaço, que vou fazer em breve.
Faltam apenas três dias, para o "Amanhecer XCVII" noutro Continente, onde dizem, se localizava a Atlântida.

no Circo


E eram cobras, lagartos, leões.
Espectáculo de grande atracção.
Mas o rapaz do trapézio voador,
Não engolia barras de sabão!!!
Nem conseguiu fazer, o coitado,
Ó grande porra, que frustação,
O salto com duplo mortal e meio.
O belo artista caiu desamparado,
Sobre a rede. Acertou em cheio!

segunda-feira, dezembro 17, 2007

a Fonte 183


Como já não interessam ninguém, os monólogos aqui do Fotociclista, tanto faz eu publicar um "post"


.. onde embrulho em palavras esquisitas e caras, algumas ideias quase sempre banais, atribuindo-lhes uma forma mais ou menos rebuscada só para exercitar a inteligência, e por vezes, dar que pensar ao leitor mais atento;
.. ou onde me dá gozo, é giro, abordar sem preconceitos uma das muitas teorias, quase sempre mal explicadas pelos sociólogos e desenvolver à volta do tema alguns conceitos sem sentido e sem preocupação de ser ou não entendido;
.. tanto me faz, sociologia ou filosofia, coisas sociais ou metafísicas, é igual ao litro - muitas das vezes, nem eu entendo quando me dá para dissertar - acontece-me o mesmo que ao homenzinho que foi dar uma palestra sobre Os Malefícios do Tabaco, por encomenda da sua esposa - digo tudo menos o que era suposto dizer.

Por isso, por aquilo e por aqueloutro, aqui vai mais uma fonte. Tala é o nome da aldeia, que se orgulha desta bela obra de arquitectura popular e urbana, cuja finalidade parece óbvia, mas não é tanto assim:
Seria para abastecer de água os vizinhos, ou spara servir de suporte às sobras de azulejos da construção da moradia de um qualquer freguês (habitante da freguesia) mais abastado, ou para suportar os diversos letreiros que nela se encontram pegados - como por exemplo o tradicional - LAVAGENS PROIBIDAS.
Ora toma!

domingo, dezembro 16, 2007

o Sinaleiro


Olhó polícia.
Olhó polícia, sinaleiro.
Ai passa agora,
Ai se não passas,
Ficas sem carta e sem dinheiro!


(o refrão, única parte que eu me recordo, de uma cantiga de quadro de Revista, que esteve nos tops do sucesso da Telefonia, nos meus tempos de puto)

a Fonte 182


Se o meu telemóvel (que eu uso mais é para telefonar),
servisse para tirar fotografias muito boas, decentes,
vocês podiam ver (melhor) na imagem, lá ao fundo,
uma FONTE de GRANDES ALEGRIAS e TRISTEZAS,
para muitos Milhões de Portugueses - sócios e adeptos
do Glorioso SLB - a Catedral da Luz.

sexta-feira, dezembro 14, 2007

a Fonte 181


Em "A-DOS-CAOS",
há muitas hortas, com agriões, grelos e repolhos;
também há couves portuguesas, tronchudas e galegas;
e ainda há, no meio disto tudo, quem havia de dizer,
uma fonte, cuja água, imaginem, até é boa para beber.

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Quinta a fundo


Pior do que uma SEXTA-FEIRA 13,
só mesmo uma QUINTA-FEIRA 13.

Por isso é que hoje de manhã, que pesadelo, ao despertar, o meu pensamento se encontrava em Valença do Minho.

(pensamento pró fundo)

o Fadinho


Passeia p'lo mundo inteiro
Por gostar da vida boa
Mas não mora no estrangeiro
O fado mora em Lisboa.

Já morou na Mouraria,
Mas depois num sobressalto
Tratou da mudança, e um dia
Foi p'ró Bairro Alto.

O fadinho mora sempre por castigo
Num bairro antigo, num bairro antigo.
E a seu lado, p'ra falarem à vontade
Mora a saudade, mora a saudade.
Quase em frente, numa casa de pobreza
Vive a tristeza, vive a tristeza.
Tem corrido os velhos bairros sempre à toa
Mas mora em Lisboa, mas mora em Lisboa.

(Tony de Matos, 196x)

quarta-feira, dezembro 12, 2007

a Montanha


Se a montanha não vai ao Mohamed, então...
a solução é, levar o Mohamed à Montanha... Russa.

a Fonte 180


Deixei passar alguns dias sem fontes.
Mas, estou a inibir-me para quê?
Se me apetece divulgar as fontes, não sei porque não?

E sai, mais esta - vem de Queijas.
No que resta das antigas vielas do lugar.
Deita água, a torneira desta Fonte 1º de Dezembro.
Mas a sua principal utilidade é:

1 - diluir o excesso de Cerveja que as bexigas do pessoal aqui despeja pela noite fora, facilitando a limpeza, diminuido o cheirete e o mau aspecto do local.

2 - refrescar as ideias, ou despertar os sentidos, do mesmo pessoal que sai já bastante toldado, da cervejaria mesmo ali ao lado.

terça-feira, dezembro 11, 2007

Noves nada


.. e quando me perguntaram:

- O que é que eu andava por ali a fazer?
- Qual era, afinal, o meu modo de (estar na) vida?

Respondi, desembrulhando um pensamento metafísico assaz complexo, que consegui condensar assim, da forma mais simples, numa frase:

- Noves fora, nada!

Virei costas e fui andando, dizendo,
- Deixe lá, não se preocupe.
- Se não for hoje, pode ser outro dia, amanhã... talvez? Quem sabe?
- Quando lá chegar, logo se vê...

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Autoretrato 69


"O NASCIMENTO É O PRINCÍPIO DO FIM!"
Não é necessário ser um filófofo para chegar a esta conclusão.
"Sempre que alguém nasce, abre na natureza, mais um ciclo de vida e morte."
Afirmar isto, não é uma questão de pessimismo.
É apenas uma reflexão inútil, uma constatação do que é a realidade - é assim mesmo e não há nada a fazer.
Quer dizer, "é deixa andar... e vamos à vida, que se faz tarde!"

sábado, dezembro 08, 2007

a Fonte 179


O quê? Mais fontes...
Voltamos à mesma. O gajo está apanhado! Passou-se! Esses artigos sobre OVNIs, é o que dá.
Qual é o interesse desta? Deita água ou não? - Deita sim senhor, vê-se na imagem.
Então, é boa ou não? - Imprópria para consumo humano, lê-se numa placa.
Pronto, tá tudo dito, não? - Ah pois, falta a data e o dono da obra. Bem visível no topo, o Ano de 1858 e quem pagou - a CÂMARA DOS OLIVAES.

Arquitectura popular, sem interesse, mas a condizer com o nome - FONTE DO OURO - bem protegida, neste lugar perdido a meio da íngreme encosta norte da SERRA DE CANEÇAS.

Caramba, a Câmara dos Olivais? Ou o extinto Município era muito rico ou a água da fonte era mesmo muita boa, coisa rara como ouro! - Xiça! Daqui aos Olivais é longe com'ó caraças!

Agora sim, disse tudo.

Amanhecer XCV


De regresso a Colares, no despertar de hoje.
O tradicional despontar dos raios de sol sobre a várzea do Rio das Maçãs, retardados pelas alturas das sombras no Monte da Lua.
ERRADO! Não é nada disso.

Hoje, falamos de outra Colares, uma Ilha situada em Belém do Pará (Nordeste Brasileiro), onde no final de 1977 - faz 30 anos - sucederam coisas inexplicáveis e verdadeiramente extraordinárias.
Quem me despertou logo de manhãzinha para isto foi um programa, Odisseia na TVCabo, em que se entrevista (1997) o Capitão Uyrangê Hollanda que dirigiu no local a “Operação Prato”.
Ele assinou o relatório que incluiu narrativas, depoimentos, desenhos, descrições, fotografias, filmes que a Aeronáutica arquivou para sempre.
Entretanto, o capitão Holanda foi... suicidado.
Para quem gosta destas esquisitices, pode ler mais em: Colares 1977.

sexta-feira, dezembro 07, 2007

O Sete


"Sete, vira a folha ao canivete".

Esta espécie de rima, fazia parte de uma lenga-lenga muito em voga nos putos da escola da minha infância.

Não sei o que era virar a folha a um canivete, mas também nunca quis saber. Nunca perguntei a ninguém qual era sentido da coisa, nem eu nem os outros putos.

Brincar! Essa era a prioridade, o nosso objectivo de vida, no imediato - a curto e a médio prazo.

Quanto a coisas a longo prazo, projectos a perder de vista num futuro longínquo, mais ou menos duvidoso, incerto, era complicado imaginar - o tempo não chegava para tudo.

Quando muito, algumas histórias aos quadradinhos ajudavam-nos a abrir um pouco as cortinas do futuro e dar uma espreitadela para o lado de lá.

"Emílio Salgari, Condor, Cavaleiro Andante, Mandrake", publicações em banda desenhada de histórias e novelas de autores de ficção científica, como Júlio Verne.

Bem, pois era, e então? Até aqui, já todo o mundo sabe, já muita gente escreveu. Esta conversa era para dizer mais o quê? Não sabem? Nem eu! Amanhã, que é oitro dia, talvez...

quarta-feira, dezembro 05, 2007

a Fonte 178


Arquitectura típica do Estado Novo, Belas 1955.

Neste ano do lançamento de "Tutti Frutti" o primeiro grande êxito de Little Richard, que começava com o famoso "Womp-bomp-a-loom-op-a-womp-bam-boom!"

.. supposedly intended to be a verbal parody of a drum intro, and its hard-driving sound and wild lyrics, it became not only a model for many future Little Richard songs, but also one of the models for Rock and Roll.

Faz hoje 75 anos Richard Wayne Penniman, mais conhecido por Little Richard, famoso cantor, letrista, compositor e pianista, que foi figura chave na transição do R&B (rhythm & blues) para o R&R (rock & roll) nos anos 50.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

a Fonte 177ext


Parte da Fonte do Machado, voltada para o exterior da igreja da Senhora da Luz.

Amor no Alentejo


Declaração de Amor
Minha magana..

Desd'aquela vez da palha naquele montee
Ficastes escarrapachada na minha alembradura.
Atão na foi tão bom? Diz laa.

Condolho pra esses teus bêços de mula,
O mê coração prega porradões nas costelas,
Parece um trator a arrincar ecalitros alem na charneca.

Se mamares comê tamo,
Se machares come tacho,
Vamos pedir a tê pai cacete o nosso acasalamento.

Gosto de ti, pôrra!

(D. Gertrudes, jovem de 75 anos)

domingo, dezembro 02, 2007

a Fonte 177


Igreja de Nossa Senhora da Luz.
No chão do grande altar, há uma abertura circular, um simples bocal raso com tampa de madeira, que dá para uma fonte de água milagrosa.


..descemos a escada cuja parede tem alguns azulejos muito antigos, mouriscos, de fino esmalte e relevos.
Atravessamos um pórtico em estilo manuelino com colunas de mármore retorcidas e no intercolumnio uma facha com romãs.
Entramos no espaço da nascente que tem uma abóbada forrada de azulejos brancos com estrelas azuis.
Os rodapés igualmente forrados bem como as paredes, onde há pequenos quadros formados por quatro azulejos, de diversos tipos, alguns raros.

A curiosa Fonte do Machado, em Carnide, data de 1464, mas foi reconstruida, juntamente com a igreja, após o Terremoto de 1755.

sábado, dezembro 01, 2007

Amanhecer XCIV


Esta foto já não é de hoje, mas ainda está fresca;
é coisa para ter aí uns 15 dias bem contados, este retrato de um amanhecer no Alentejo;
nesse dia, a menina não estava à janela, com o seu cabelo à lua, nem havia fumo branco na chaminé do Paço Real da Vila de Alcáçovas;
já há muito que não se acende o lume nesta lareira do Palácio dos Trastâmaras, que, esse sim é coisa para ter, à vontade, p'ra cima de 700 anos bem medidos.
Isto vem a propósito de quê? Para quem não se lembra:
hoje, ainda é dia feriado nacional, para celebrar a Restauração da Independência de Portugal, em relação ao domínio Castelhano;
no Primeiro de Dezembro de 1640, a monarquia portuguesa voltou a governar a Nação e o País, pondo termo à hegemonia Filipina.
O Paço de Alcáçovas, desde sempre se encontra ligado a diversas questões (ou querelas) relacionadas com a (in)dependência dos Reinos de Portugal e Castela.

sexta-feira, novembro 30, 2007

Autoretrato 23


Não sei porque é que escolhi este retrato para publicar?
Eu tinha uma ideia qualquer, em mente, mas esqueci-me.
Porra de cabeça esta. Cada vez pior.

Este intenso reflexo cor de bola de vidro das decorações da Árvore de Natal, leva-me a repensar que talvez eu tivesse intenção de escrever alguma coisa relacionada com o Natal, ou o Pai-Natal, as iluminações de Natal, as cores do Natal, os presentes de Natal, o ambiente Natalício, o fogo das lareiras na Consoada, o aconchego da família no lar, a felicidade efémera para os prendados, a falsa esperança para os desfavorecidos, para os desvalidos e para os marginalizados, a comiseração, a tolerância, a paz, a amizade, a solidariedade, a fraternidade, e eu sei lá que mais..?

Tudo o que, vocês outros, quiserem depositar aqui no sapatinho das prendas, ou acrescentar na lista dos desejos a enviar na Carta para o Polo Norte.

quinta-feira, novembro 29, 2007

a Fonte 69R


Recentemente, tenho revisto, in loco, algumas das quase duzentas fontes aqui divulgadas e reparei que foram recuperadas umas e outras (exemplo dos azulejos na fonte de Queijas) estão em curso trabalhos de recuperação.
Não sei se este Blog terá tido alguma (boa) influência nas actividades das secções de obras e património, desta ou daquela Autarquia ou Junta de Freguesia - se assim foi, ainda bem!

Compare-se, por exemplo, a imagem actual desta Fonte (69R) de Belas, com a da Fonte69 aqui publicada em Março/2007 - a obra até custou pouco (um saco de cimento, uns baldes de areia e tinta azul e branca), mas a diferença é MUITO GRANDE
.

quarta-feira, novembro 28, 2007

a Fonte 176


A-da-Beja,

uma pequena aldeia entre Belas, Amadora e Caneças;
a meio de uma encosta, voltada para nascente;
tem a cidade de Lisboa no orizonte distante;
tem esta fonte, desde 1845;
tem uma história, a fonte e a aldeia, mas agora... não interessa, não vou contar.

Cangaceiros


(Lampião no jardim interior, da casa de praia da Maria)

Lampião e Maria Bonita

O século passado estava
dando sinais de cansaço,
José e Maria presos
por matrimonial laço
em breve seriam pais
do grande rei do cangaço.
No dia quatro de junho
de noventa e oito, a pino
estava o Sol, e Maria
dava à luz um menino
que receberia o nome
singular de Virgulino.


Seu Virgulino Ferreira,
o conhecido Lampião,
Muito fala que é bandido,
o Imperador do Sertão.

Acorda Maria Bonita,
levanta vai fazer o café
Que o dia já vem raiando
e a polícia já está de pé...”


(Poesias populares dedicadas aos reis do cangaço brasileiro)

terça-feira, novembro 27, 2007

a Fonte 175


Mais uma nascente, subsidiária do Aqueduto das Águas Livres na encosta de Carenque, Belas.

de outro Mar


Quem te ensinou a nadar
Foi, foi marinheiro
Foi os peixinhos do mar

E nós, que viemos de
Outras terras
De outro mar
Temos pólvora,
Chumbo e bala
Nós queremos
É guerrear
Traz fogo
Traz fogo de arrasar

segunda-feira, novembro 26, 2007

a Fonte 174


Afinal, havia mais.
E todas aqui tão perto.
Já recolhi mais meia dúzia de imagens de fontes.
A primeira da nova série de "retratos" de fontanários e chafarizes, fica no Pendão - logo ali entre a Amadora, Queluz, Belas, Carenque.
Desde sempre, que tem água de nascente, boa e pura.
É com essa que vou curtir as azeitonas.

Trepadeiras



Com um grãozinho na asa,
a desoras, bastante tarde,
procurei entrar em casa,
sem fazer muito alarde.

A porta estava fechada.
Por uma janela aberta,
consegui trepar e entrei,
sem precisar de escada.


Mas, logo para a rua saltei
pois, não era a casa certa.
Afinal não era a fechadura,
nem a chave estava torta.


Sua grande cavalgadura,
ponha-se no olho da rua,
Você enganou-se na porta.
Não vê? Esta casa não é sua!


Acorda toda a vizinhança.
Com este grande alvoroço,

.. (continua, De Improviso)

domingo, novembro 25, 2007

a Fonte 173


A edilidade de Sintra, iluminou a fonte da rotunda mais ocidental da Vila.
Ao passar aqui, hoje à noitinha, tomei consciência que, já só falta um mês para o Natal.

Pindamonhangabenses (4)


(Azulejos de Jorge Colaço com "O Cruzeiro do Sul", a constelação guia dos navegantes portugueses na época dos descobrimentos)

"A Princesa do Norte"

Esta é a cidade que o meu sonho encerra!
Como uma sombra evocadora e mansa,
Por estas ruas e arrabaldes erra
Minha mais doce, mais feliz lembrança!

Meu olhar namorando não se cansa
De vê-la; a igreja, os casarões, a serra...
E o Paraíba que aos seus pés remansa
Quando eu digo baixinho: Minha Terra!

Ela é o cantinho que eu mais quero bem;
O meu lar, meu abrigo, minha taba.
Sei que outras terras mais progresso têm.

E que mais ricas muitas outras são;
Mas uma apenas - Pindamonhangaba,
Cabe inteirinha no meu coração!

(Balthazar de Godoy Moreira)

sábado, novembro 24, 2007

a Fonte 172


Agora, outra espécie de fonte;
a fonte de alimentação do meu computador.
Melhor dizendo, a filha da mãe da fonte de alimentação que deu cabo do disco rígido do meu computador.

Amanhecer XCIII


Foi um despertar com bastantes espinhos.

sexta-feira, novembro 23, 2007

a Fonte 171


À entrada de uma quinta em Almoçageme, Sintra.

a Margem



A sua amada acena da varanda,
para a silhueta de um Cacilheiro,
que desvanece no denso nevoeiro.
Ele cruza o rio p'ra Outra Banda.

De partida para a longa viajem,
disse, "adeus amiga, está na hora,"
Era preciso sair. Foi-se embora.
" vou passar p'ra Outra Margem."

Ele não ia atravessar o Rio Tejo,
mas sim o derradeiro Rio Letes.
Quero tornar a ver-te, prometes
voltar depressa, como eu desejo?

Não sei, vou pensar pelo caminho.
Se, por lá não encontrar ninguém,
Volto logo. O sítio não me convém,
Tenho muito medo de ficar sozinho.

(Lisboa, Nov. 2007)

quinta-feira, novembro 22, 2007

a Fonte 170


Arranja-se sempre mais uma fonte, para postar.
Esta é pertinho daqui, em Carnaxide.
É uma construção Pombalina.

"O Fidelíssimo Rei José I
Mandou para utilidade deste povo
Correr livre esta água
No ano do Senhor de 1766"

Está ligado, através de um aqueduto, à Mãe de Água da Serra de Carnaxide.
Nas traseiras deste, costas com costas, foi edificado em 1952, um fontanário moderno, revestido a azulejo, alimentado com água da rede publica.

a Regra


SE,

"TODA A REGRA TEM EXCEPÇÃO", É UMA REGRA.

ENTÃO, HÁ UMA REGRA QUE NÃO TEM EXCEPÇÃO.
LOGO, NEM TODA A REGRA TEM EXCEPÇÃO..!
É UMA CONTRADIÇÃO.

-Mas o que é que esta janela da capela da Nossa Senhora de Porto Salvo tem a ver com isto? Nada, é só para fazer confusão... e assim, chamar a atenção.
Se passarem por lá perto, vale a pena parar um bocadinho para apreciar os azulejos (sec. XVII, na reconstrução) que forram por dentro e por fora esta pequena igreja erigida na época dos Descobrimentos Portugueses, por marinheiros que se salvaram de uma viagem tormentosa.

quarta-feira, novembro 21, 2007

a Fonte 169


Fábrica da Pólvora Negra, em Barcarena.
Uma das duas únicas fotos de fontes (não publicadas) que escaparam à "explosão" do disco rígido do meu computador.
Os paineis de azulejos sobre o Chafariz, ilustram os acontecimentos mais marcantes do tempo em que a fábrica começou a funcionar (1540) e a data em que foi encerrada (1940) .

o Disco


Ao apreciar esta magnífica imagem (uma obra da natureza), comecei a escrever um poema dos tais... daqueles que a minha desgraçada veia poética (outra obra da natureza) costuma parir.

Já tinha debitado para o post, uma data de quadras com rima cruzada em sextetos - uma sim uma não - de modo tão esquisito que nem eu agora sei explicar.

Os versos, tinham uma métrica medida a olho, sem contar as sílabas, apenas alinhando-os verticalmente à esquerda e à direita, à vista desarmada, no ecran do computador.

E estava muito bem entretido, colando palavras (e espaços e vírgulas e pontos e tudo, até apóstrofes e hífens) inspirado pelo enquadramento do desvanecente disco solar, no entardecer da planura alentejana, quando... prrrrreeee!!!
- O disco do meu portátil aterrou de cabeça!
Centenas de fotografias, dezenas de textos, montes de contactos, e... sei lá que mais, já eram!

terça-feira, novembro 20, 2007

a Fonte 168



(Mãe-d'água em Carnaxide)

Mãe-d'água é o nome de uma sereia que habita as águas dos rios da Amazónia.


Como todas as outras sereias (as da Mitologia Grega), também esta é dona de indescritível beleza e canto maravilhoso, que encanta os pescadores quando passam muito tempo sozinhos a navegar. Muitos, não resistem ao seu delicioso canto e à sua beleza estonteante e são levados pela miragem dos seus olhos verdes, para morar com ela nas profundezas das águas onde desaparecem.

Quem sair para pescar, a horas mortas deve tomar cuidado para não incomodar a Mãe-d'água, nos seus domínios, posto que, durante a noite, ela facilmente se melindra e encanta o invasor castigando-o com uma febre alta que nenhum médico conseguirá curar. Apenas os rituais e mezinhas dos curandeiros índios lhes podem valer.

vou-membora


Vou-me embora, vou partir
mas tenho esperança
de correr o mundo inteiro, quero ir
quero ver e conhecer rosa branca
e a vida do marinheiro sem dormir

(Alentejano Desconhecido)


Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei.

(Manuel Bandeira)


Vou-me embora, vou-me embora
Vou sair dessa cidade
Vou-me embora, vou-me embora
Vou morar lá na Trindade

(Neto Trindade)


Vou-me embora pra Bahia,
Porque lá é meu lugar.
Tem a festa do Bonfim,
E o Mercado Popular.

(Capoeira Desconhecido)

Poema Esquecido

Praia Grande, Sintra Ao captar esta imagem, criei uma poesia. Decerto, inebriado por um momento de solidão, em que me senti inserido na pai...