segunda-feira, maio 30, 2011

Rodas do Tempo (4)



Dos nossos medos
nasce a nossa coragem
e nas nossas dúvidas
vivem as nossas certezas.
Os sonhos anunciam
outra realidade possível
e os delírios outra razão.
Na desorientação
esperam-nos achados
porque é preciso perdermo-nos
para nos voltar a encontrar.

(Eduardo Galeano)

sábado, maio 28, 2011

Amanhecer CCLXIX



Lisboa

Não é um sítio qualquer
É Lisboa, cidade do Tejo
A minha cidade mulher
Quase tudo o que desejo

terça-feira, maio 24, 2011

a ver navios 113



Triste
Muito
Desgosto
Imenso
Sentimento angustiante que nasce cá dentro e vai crescendo...
Sensação incómoda do mundo exterior que me rodeia e me invade...
Tudo junto, é horrivelmente degradante do espírito, pesadelo da mente; é mal do corpo, doença fisiológica, sofrimento físico.

domingo, maio 22, 2011

A Fonte 578


Arouca
Nada sei de especial que possa contar acerca este degradado e seco fontanário colado na parede exterior (poente) do Mosteiro que foi a casa de clausura de D. Mafalda, Santa e Rainha, filha de D. Sancho I de Portugal.
É mais uma lembrança da minha última, mas não derradadeira, espero eu, passagem pelo extraordinário vale de Arouca.

sábado, maio 21, 2011

Amanhecer CCLXVIII



Há uma primavera em cada vida:
é preciso cantá-la assim florida,
pois se Deus nos deu voz, foi para cantar!
E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada...

(Florbela Espanca)

domingo, maio 15, 2011

A Fonte 577



Pinhão (Alto Douro Vinhateiro)
Durante uma das últimas cheias, o nível das águas do rio passou acima desta velha porta na rua que leva ao cais do Douro.

«Durante séculos o Douro foi temido.

Os homens afastavam-se das margens com medo das cheias violentas de Invernos chuvosos e das febres palustres de Verão quando o Douro era um fio, no leito seco.
Por isso as povoações ribeirinhas que hoje existem são relativamente recentes, como o Pinhão e a Régua, Pocinho ou Barca d'Alva, outrora pequenos núcleos de cabanas de barqueiros e pescadores.

Cachões e rápidos, só com destreza e fé dos marinheiros e um barco apropriado se passavam. O pior era o da Valeira, até final do século XVIII fragão intransponível donde as águas reprimidas caíam em açude, no cenário dantesco da penedia abrupta das margens.

Mesmo depois de quebrados os rochedos que impediam aos barcos a passagem (1792), só com o credo na boca e a alma entregue a S. Salvador do Mundo, que lá em cima velava, os marinheiros, de braços tesos, ganhavam coragem para seguir em frente. Muitos lá ficaram...

Entre os naufrágios conta-se o do Barão de Forrester que aí morreu, dizem, com o cinturão de libras de ouro que o levou ao fundo. Mais sorte teve D. Antónia Ferreira, a sua anfitriã dos dias passados na Quinta do Vesúvio, que, na tradição popular, teria ficado a boiar nas saias rufadas em balão.»

sábado, maio 14, 2011

Amanhecer CCLXVII



LISBOA QUE AMANHECE

Não sei se dura sempre esse teu beijo
Ou apenas o que resta desta noite
O vento, enfim, parou
Já mal o vejo
Por sobre o Tejo
E já tudo pode ser
Tudo aquilo que parece
Na Lisboa que amanhece

(Sérgio Godinho)

quinta-feira, maio 12, 2011

A Fonte 576


Arouca
Sacristia da Capela da Misericórdia.
Classificada imóvel de interesse público (por Decreto de 1959).
Mandada construir por devotos em 1612, mesmo no centro histórico da Vila.

quarta-feira, maio 11, 2011

janelas de vida


Fontanelas (Sintra)
Nos arcos da mesma janela, diferentes olhares espreitam a rua.
Há uma criança que deita um olhar de esperança.
Ao lado de um velhote que deixa um olhar de saudade.
Um e outro, lançam o seu olhar muito para além do adro da capela de Nossa Senhora.
Um antevê o futuro que ele deseja conhecer o mais breve possível. Que pode ser já amanhã.
Outro revê o passado que sente cada dia mais distante, mais apagado na memória do povo.
É assim mesmo a vida... feita de memórias e lembranças do tempo que vai mudando.

«Lembro a casa passo
o teatro verdadeiro,
com Amélia Rey Colaço
e seu esposo Robles Monteiro»


(quadra do poeta popular José Valentim, gravada na lápide que assinala a casa de férias, de Fontanelas, do famoso casal do teatro português)

terça-feira, maio 10, 2011

A Fonte 575



Castedo do Douro (Alijó)
Vista desde o miradouro onde se ergue a Capela de Santa Marinha, a aldeia estende-se em suave declive até à beira dos escarpados socalcos dos vinhedos sobre a margem direita do Douro.

sábado, maio 07, 2011

Amanhecer CCLXVI


Preparando o fogo para a Alvorada - há festa na aldeia.
O nascer do dia de hoje vai ser bastante ruidoso.
Daqui a pouco, o silvo e o estralejar dos foguetes e o ribombar dos morteiros vai causar grande alvoroço nas capoeiras das galinhas e fazer com que os canídeos se recolham e encolham de medo, bem lá no fundo das respectivas casotas.

terça-feira, maio 03, 2011

A Fonte 574


AROUCA

Se eu tivesse queda para as letras, como tenho para comer e passear, muito haveria de escrever acerca deste lugar, onde tenho sempre vontade de voltar, quanto mais não seja para saborear um prato de vitela arouquesa, lamber os dedos com uns doces originais e respirar o ar puro que sopra dos agrestes cumes das serranias que rodeiam esta Vila.

domingo, maio 01, 2011

Dois em um



Esta imagem fica bem neste dia 1º de Maio de 2011:
- Dia da Mãe,
aqui muito bem representado na expressão destas duas figuras;
- Dia do Trabalhador,
que foi o José Franco o autor desta escultura em barro.

Poema Esquecido

Praia Grande, Sintra Ao captar esta imagem, criei uma poesia. Decerto, inebriado por um momento de solidão, em que me senti inserido na pai...