Sentado fora do mundo
Esquecido desde quando,
Olhar fixo no sobrado
Reflectindo,
Entre adormecido e desperto
O pensamento vagueando
Perdido no tempo deserto
Algures entre o passado
E o nada, que é o futuro,
Refletindo:
Vivo, ou estou enganado?
Lá ao fundo, podem ver-se as "Ruínas Fingidas".
Uma construção cenográfica típica do romantismo do séc. XIX, projecto do arquitecto-cenógrafo italiano Cinatti.
Aproveitando uma torre e um troço da muralha medieval do séc. XIV pre-existentes, acoplaram-se outros materiais arquitectónicos provenientes das ruínas de vários monumentos civis e religiosos da cidade, com especial relevo para os elementos de janelas geminadas de estilo manuelino-mudéjar.
O texto, muitas vezes, não diz nada, é conversa fiada. Outras vezes fala de mim, ou do ser que dentro de mim agita as águas turvas do pensamento, fazendo afluir à consciência coisas (que se podem chamar ideias) que transbordam para o mundo das letras - coisa esquisita esta.
A fotografia, por vezes fraca, é só para encher. Outras vezes (sem modéstia) a maior parte delas, acho bonita, eu gosto de ver.
No princípio as imagens, eram quase sempre do mesmo lugar (Colares, Sintra), mas o tempo tudo muda e eu não fujo à regra, por isso comecei a diversificar os lugares do meu despertar aos Sábados. É uma estranha condição - percebo que, cada vez mais, alguma coisa em mim procura contrariar a tendência para a rotina.
A natural aquisição de hábitos - os cheiros, a luz, os sons - a repetição dos dias, semana após semana, mais um mês, um ano... à medida que vamos envelhecendo, ficamos menos rsistentes, ganhamos mais receios, encontramos protecção na estabilidade. O objectivo então é evitar o mais possível as surpresas - daí a agradável sensação de conforto do lar.
Viajar é romper com a rotina, ir à procura de novidades, coisas para descobrir, desafios novos pela frente em cada dia e em cada noite, desequilibrar a imaginação com a incerteza.
A incerteza, o inesperado, o desconhecido - os sais da vida, incentivos para o progresso do Homem.
Quem não consegue aprender, está morto para o mundo, ou está morto para a vida.
Mas quando se fala em aprender, neste caso, não é só adquirir conhecimentos relativos à cultura, às coisas da escola, as letras, as ciências e por aí fora.
Mais do que isso tudo, é assimilar e guardar para mais tarde recordar a experiência (toda) da vida.
Quem não consegue aprender, querendo, é porque sofre (pensamos nós) de alguma forma de bloqueio intelectual - de ordem físiológica ou emocional.
Mas também se pode dar o caso de, simplesmente não querer..
São contraditórias as informações acerca da construção deste monumento de arquitectura civil.
Há registos da permissão concedida por D. Manuel I a um munícipe para a construção de um poço no Rossio em 1497, posteriormente transformado em chafariz público em 1501. Outras informações apontam para o ano de 1592, a mando de D. Filipe II.
Seja como for, "nem água vai, nem água vem" das bicas deste monumento que
«se encontra em processo de classificação como Imóvel de Interesse Público, desde 2007 integrado no conjunto de fontes e chafarizes, urbanos e peri-urbanos de Évora, este é um chafariz com figurações maneiristas, patentes na estilização dos elementos arquitectónicos, com notáveis características ornamentais, de que é exemplo a taça com original desenho em forma de cálice de flor.»
É terça feira, hoje está em Évora, no Domingo em Castelo de Vide e depois em Monforte e por aí fora... lá está a rapariga (do Sérgio Godinho), uma figuraça de mulher cigana, de pé sobre o estrado das camisolas, como se fora o palco, alteando a voz, bem ao estilo das vedetas do Teatro de Revista do Parque Maier de Lisboa:
«E é p'rácabar, ó minha gente. Hoje é tudo a seis érios. Ist'aqui é mais barato có Pingo Doce! Aiii, pró senhor, chegue-se cá, são cinco truces bem ajustinhas, à medida, por seis éros.»
E eu comprei, até estava a precisar...
Lamento não ter conseguido evitar que os automóveis ficassem na imagem, mas hoje é mesmo assim, encontramos carros estacionados por tudo quanto é lugar. Em qualquer cidade e vila, grande ou pequena, é igual.
É claro que não podemos mandar os carros embora para longe da vista, mas as autarquias podiam pelo menos, procurar soluções para regular da melhor forma o estacionamento nas zonas urbanas de interesse histórico e turístico.
depois pela R. da Freiria de Baixo, R. do Cenáculo, Portas de Moura, etc.,No sossego da noite alentejana, «no interior, felizmente», dizia o amigo Zé, «ainda distante do bulício das terras do litoral».
um passeio no fresco da noite para desentorpecer as articulações e reactivar a circulação do sangue, relentada pelas horas passadas no conchego do chaminé junto ao borralho do lume de azinho.
Na noite de Fim de Ano, a festa teve lugar á volta da fogueira.Este ano, não foi o fogo de artifício, lá nos ares, o responsável pelo invulgar ajuntamento das pessoas neste largo da cidade património da Unesco.
Desta vez foi o fogo do braseiro, ali no chão, que fez acorrer o pessoal à rua, na noite fria da grande planície. Foi o calor do tradicional madeiro que aqui se manteve aceso desde o Natal até ao Ano Novo - sem dúvida alguma, muito mais quente e duradouro do que os cinco ou dez minutos do costumeiro fogo-de-vista.
Praia Grande, Sintra Ao captar esta imagem, criei uma poesia. Decerto, inebriado por um momento de solidão, em que me senti inserido na pai...