quarta-feira, maio 17, 2006
Fabuloso 1
A RAPOSA E A CEGONHA
Quis a raposa matreira
Que excede a todos na ronha,
Lá por piques de outro tempo,
Pregar uma partida à cegonha.
Topando-a, lhe diz: "Comadre,
Tenho amanhã belas migas,
E eu nada como com gosto,
Sem convidar as amigas.
De lá ir jantar comigo
Quero que tenha a bondade
Vá em jejum, porque pode
Tirar-lhe o almoço a vontade."
Agradeceu-lhe a cegonha
Uma oferenda tão singela.
E contava que teria
Uma grande fartadela.
Ao sítio aprazado foi,
Era meio dia em ponto,
E com efeito a raposa
Já tinha o banquete pronto.
Espalhadas num lajedo,
Pôs as migas do jantar.
E à cegonha diz: "Comadre,
Aqui as tenho a esfriar."
No longo bico a cegonha
Nada podia apanhar;
E a raposa com ar de mofa,
Mamou inteiro o jantar.
Ficando morta de fome,
Não disse nada a cegonha;
Mas logo jurou vingar-se
Daquela pouca vergonha.
LA FONTAINE (Fábulas, L1 - XVIII)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Poema Esquecido
Praia Grande, Sintra Ao captar esta imagem, criei uma poesia. Decerto, inebriado por um momento de solidão, em que me senti inserido na pai...
-
Em 1961, o pai de Piero Manzoni diz ao filho " que ele era um artista de merda ". Nem é tarde, nem é cedo, Piero leva a coisa à le...
-
Costa Oeste, Miradouro das Azenhas do Mar Quando eu nasci, as frases que hão-de salvar a humanidade já estavam todas escritas, só faltava...
Sem comentários:
Enviar um comentário