aí sentado no poial, a meio das escadinhas, com um olhar tão ausente deste mundo;
no seu rosto, aflora uma expressão tão estranha, como se estivesse distante, longe desse corpo, já vivido;
tão fora deste tempo, que nem parece coisa sua, homem de acção e energia, que não se deixa abalar pela tristeza;
você que tem sempre na ponta da língua um verso, uma quadra, um dichote prazenteiro, que toda a vizinhança conhecida e reconhecida lhe suscita?»
«A esta hora, nem vivalma,
a calçada está quase morta, como se fizesse companhia aos vizinhos do Bairro, que foram abalando e que aos poucos me foram deixando, como hoje, aqui nas escadinhas, completamente só!
Só e mais nada, amigos, compadres... velhos amigos, que saudades.
Enfim, falta pouco para mudar isto.
O quê, ir-me embora desta terra? Não, ainda não. O que vamos mudar é esta monotonia.
Vamos convocar a vizinhança e pôr mãos à obra porque está na hora de começar a preparar o Bairro para receber as Festas dos Santos Populares de Lisboa.»
- Vamos a isso, que Lisboa é coisa boa!!!
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