Vou vomitar! Haja alguém aí que puxe o autoclismo.
Há muitos, muitos anos atrás, descobri que, sem (conscientemente) o querer, tinha definido um objectivo para o resto da vida.
Para perseguir esse objectivo, deixei tudo, mudei tudo, comecei de novo uma vida renovada, reconstruída do nada.
Claro que foi difícil, mas no fundo, em abono da verdade, acho que não me custou nada - a recuperação material, não teve grande importância;
quando comparada com o objectivo que me desafiava, uma qualquer dificuldade material, insignificante, era... apagada!
O verdadeiro conforto, então, não era propriamente uma questão física;
também não era coisa que estivesse exclusivamente ao alcance do espírito;
era fundamentalmente uma questão sentimental - sentimentos não se explicam;
diz o povo - "o amor não dura p'ra sempre" - com razão ou talvez não, pois há sentimentos inesquecíveis!
Quanto ao objectivo, perdeu-se, mas eu não o perdi de vista; manteve-se sempre no meu horizonte imediato; encontrava-se no fim de cada dia e na renovada esperança do dia seguinte.
Agora, próximo do regresso ao nada, no termo da grande viagem - "no comboio descendente, de Queluz à Cruz Quebrada" - uma vida (em busca do prazer) vivida em função de nada - de quem não consegui, nunca, satisfazer.
Agora, próximo do regresso ao nada, no termo da grande viagem - "no comboio descendente, de Queluz à Cruz Quebrada" - uma vida (em busca do prazer) vivida em função de nada - de quem não consegui, nunca, satisfazer.
1 comentário:
Nada disso Gigi.
Tu não estás a perder-te
Tu estás a encontrar-te
Não estás a regressar ao nada
Estás a sair dele
Escreve, a chorar.
Faz bem!
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