Dá-me tudo o que eu perdi
Tem pena e dá-me a vida
A vida que eu já vivi.
As horas p'ra mim são dias
Os dias p'ra mim são anos
Recordação é saudade
Saudades são desenganos.
Ò tempo volta p'ra trás
Mata as minhas esperanças vâs
Vê que até o próprio sol
Volta todas as manhãs.
Porque será que o passado
E o amor são tão iguais
Porque será que o amor
Quando vai não volta mais.
(António Mourão, 1965)
Nota: a expressão (alheamento, desalento) e postura (desinteresse, abandono) desta senhora sentada no poial de sua casa na Ericeira, fez-me sentir que ela vivia um momento de tristeza e amargura muito grandes.
Provavelmente, a solidão, o desgosto da falta de um companheiro amigo; pode ter saudades dos filhos; ou sentir muito a falta dos netos; e quando pensei nisto, lembrei-me que o meu filho mais novo, não conheceu as suas Avós.
De tal forma, me tocou, este sentimento intenso (ainda agora ao descrevê-lo me sensibiliza) que estive a ponto de não fazer a fotografia - decidi disparar de qualquer maneira, à sorte, sem sequer olhar; saiu bem (e ainda bem), apenas, por mero acaso.
1 comentário:
envelhecer serenamente, mts vezes c dores, mas mesmo assim, conservando a alegria da vida bem vivida, da missão executada.
cada "etapa" da vida é a melhor idade no seu devido tempo :)
prometi a mim mesmo viver bem, cada uma delas!
acho q a isto se dá o nome de felicidade :)
a foto é linda!
:)
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