terça-feira, maio 01, 2007

Maio


Maio maduro Maio
Quem te pintou
Quem te quebrou o encanto
Nunca te amou
Raiava o Sol já no Sul
E uma falua vinha
Lá de Istambul

Sempre depois da sesta
Chamando as flores
Era o dia da festa
Maio de amores
Era o dia de cantar
E uma falua andava
Ao longe a varar

Maio com meu amigo
Quem dera já
Sempre depois do trigo
Se cantará
Qu'importa a fúria do mar
Que a voz não te esmoreça
Vamos lutar

Numa rua comprida
El-rei pastor
Vende o soro da vida
Que mata a dor
Venham ver, Maio nasceu
Que a voz não te esmoreça
A turba rompeu.

(Zeca Afonso, 1971)

1 comentário:

Carla D'elvas disse...

gosto do poema do zeca :)
a foto é linda!
estas florzinhas, fazem parte das minhas memórias de infância...
adorava apanhá-las ;)
existiam e existem, nas arribas das praias, das avencas e bafureira, constituíndo parte da flora protegida desta área :)
a tua (chorão), n sei onde nasceu...

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