Acordo com um som diferente do habitual
- os sinos de uma igreja qualquer atravessam o postigo de madeira da janela, ressoam nas rudes paredes caiadas do quarto e rebatem na minha cabeça.
Abro a janela e recuo de imediato para me resguardar
- a luz e o ar irrompem pela casa dentro, como se estivessem lá fora, contidos, à espera de uma abertura para entrar e preencher este espaço que lhes estava vedado:
A luz é um espasmo de branco e azul emoldurado nas aduelas da pequena janela medieval que paraliza o meu olhar ficando gravado no cérebro como uma chapa de um negativo fotográfico de antigamente.
O ar é uma espécie de fluido que resvala por entre a roupa e a pele e invade os meus brônquiso até preencher os alvéolos que restam dos meus fracos pulmões com uma mistura quente de cheiros fortes, terra seca, terra molhada, alecrim do monte, visco do mato e rosas.
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