segunda-feira, fevereiro 08, 2010

a ver navios 92

No intervalo de mais uma voltinha a acelerar o aspirador cá de casa,
vou à janela espreitar a nesga de mar que, os prédios erguidos no meu horizonte, já não me deixam abarcar.
No princípio, era assim, podia olhar o mar da minha janela. Só tinha direito a um vislumbre da foz do Tejo, onde ocasionalmente, com o "zoom" da máquina fotográfica no máximo, conseguia captar a passagem de um navio, se fosse daqueles mesmo grandes.
Era uma mania, era, pois! Um vício quase diário, olhar ao longe o meu bocadinho de mar, ainda que, representado por apenas uma estreita faixa entre o céu pintado de azul forte (ou como o de hoje, carregado de escuras núvens de chuva) e o pano de chão esverdeado do vale do Jamor.

Era um prazer. Escolhi morar nesta casa por causa da vista daquela janela virada p'ró mar -  um pequeno privilégio.
Agora, já não dá p´ra ver nada de jeito, mas ainda assim, não se apagou em mim, o impulso que me faz, de quando em vez, chegar à janela e olhar... para nada.

Sem comentários:

Poema Esquecido

Praia Grande, Sintra Ao captar esta imagem, criei uma poesia. Decerto, inebriado por um momento de solidão, em que me senti inserido na pai...