"Aúúúú... aúúúúúú fresquinha!" O pregão dos aguadeiros encheu ontem a Baixa lisboeta, recuperando uma prática que já não se via pelo menos desde a segunda metade do século passado. Em plena Rua Augusta, a fervilhar de gente à hora de almoço, os cinco aguadeiros do grupo Etnográfico Raízes, trajando a rigor, apregoaram a água fresquinha que tinham para oferecer aos transeuntes.
(Jornal de Notícias, 20 de Maio de 2008)
"A retirada das últimas barracas e fiteiros do largo, promovida neste final de semana pela Prefeitura do Recife dentro do plano de revitalização da cidade, provocou muita polêmica entre os vendedores ambulantes.
Luzinete Torres da Silva, 61 anos, há 20 anos vendendo lanches no local, disse ao nosso reporter, que no box para onde a transferiram, no mercado, só conseguiu apurar R$0,10 pela venda de um cigarro durante todo um dia de trabalho."(Jornal do Comércio, Recife, 20 de julho de 1998)
3 comentários:
Este fontanário da rede municipal de águas livres, como muitos outros da cidade, tinha uma Bica reservada aos Aguadeiros e outra para o Povo em geral, para facilitar a tarefa dos aguadeiros e pacificar os ânimos no seio das hostes que faziam fila para encher os potes, cântaros e barris, com a preciosa água. Porque era frequente, no século XIX, escassear a água corrente em Lisboa, havia grandes disputas (por vezes assaz violentas) pelos lugares nas filas em redor dos chafarizes.
As minhas avós, recebiam a água em casa, tinham uns potes grandes com uma tampa em bico e uma torneira, no peal (penso que se chamava assim), logo na entrada da cozinha, a água era deliciosa....
Nada mudou, a luta continua, sempre por um lugar melhor...
bj
bela
Em casa da minha avó, havia um desses potes.
Quando vim morar em Odivelas, vinha todas as semanas, uma camionete de Caneças, carregada de bilhas cheias de água da Fonte do Santissimo, que hoje está desactivada. Como era boa e fresca.
E como as bilhas de barro eram lindas, sobretudo se comparadas com os garrafões feios e poluentes de hoje.
Era uma água pura, e o barro das bilhas não precisava de ir para n
nenhum "bilhão" para ser reciclado.
Que saudosistas andamos todos!
Maria
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