quinta-feira, novembro 03, 2011

o Abraço



Abraça-me. Veste o meu corpo de ti, para que em ti eu possa buscar o sentido dos sentidos, o sentido da vida.
Procura-me com os teus antigos braços de criança, para desamarrar em mim a eternidade, essa soma formidável de todos os momentos livres que a um e a outro pertenceram.
Abraça-me. Quero morrer de ti em mim, espantado de amor.
Abraça-me. Uma vez só. Uma vez mais.
Uma vez que nem sei se tu existes.


(Joaquim Pessoa, in "Ano Comum")

1 comentário:

Maria disse...

Bicho
Bela foto, belo texto, digno de quem o escreveu. Gosto muito do Joaquim Pessoa.
Abraço grande
Maria

Poema Esquecido

Praia Grande, Sintra Ao captar esta imagem, criei uma poesia. Decerto, inebriado por um momento de solidão, em que me senti inserido na pai...