quarta-feira, janeiro 25, 2006

Rio acima

(Forte na Barra do Tejo, Paço-de-Arcos)

Continuando nosso caminho por este rio acima,
tudo quanto a vista alcançava era embarcações com toldos de seda e muitos estandartes, guiões e bandeiras e varandas pintadas de diversas pinturas. Ali se trocam e oferecem todas as sortes de caças e carnes quantas se criam na terra, que nós andávamos como pasmados como requeria tão espantosa e quase incrível maravilha.
Noutras embarcações vêm grande soma de amas para crianças enjeitadas e outras, pelo tempo que cada um quiser, mulheres velhas que servem de parteiras dando mézinhas para botarem crianças, e fazerem parir ou não parir. Noutros barcos há homens honrados que servem de correctores de casamentos e consolam mulheres enlutadas por morte de maridos e filhos e outras coisas desta maneira.
Em barcaças de muitas cores, com invenções de muitos perfumes e cheiros muito suaves vêm homens e mulheres tangendo em vários instrumentos para darem música a quem os quiser ouvir.
(Peregrinação de Fernão Mendes Pinto)

2 comentários:

Anónimo disse...

O nosso amigo Fernão, podia mentir muito mal, mas escrevia muito bem.
Eu e Maria, a comer "mon chéris" e mes chéries" ao sabor das "estórias" do Fernão, transformar-nos-iamos em mamutes do reino.
Quim

Anónimo disse...

Linda mente.VIVA o chocolate,VIVA. E andam eles na droga quando o dito tem sabores e sensações que eles nem podem adivinhar e só engorda se o pessoal não circular.A dos mamutes adorei,já me estou a ver eu e tu numa chaise longue cheia de almofadas a trincar aqueles da regina que tinham um recheio de caramelo, nunca mais os vi tinham um sabor maravilhoso.Que saudades.E depois uma bruta soneca,tendo de fundo aquele pôr do sol das Azenhas.è vedade o Gi nunca fala de chocolate,será que não gosta? era capaz de lhe fazer bem, e de certeza que não engordava porque pedala muito.Beijinhos e vê lá se guardas um chéri para mim.

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