
Estou entregue à bicharada! Não sei como vou continuar?
Faz dois dias que estou a adiar qualquer coisa, que não sei bem o que vai ser?
E agora, mais outro dia.
Não vou escrever... ainda, ou talvez nunca?
Já o mesmo não se passa com a comunicação - isso é que é tramado, já não consigo passar uns diazitos sem vir aqui ao Blog escrever (e ler) alguma coisa para (e de) a gente amiga que se debruça sobre as minhas locubrações - DEIXAR DE COMUNICAR É LIXADO!!!
(fim da parte I)
"Na idéia tão confortável de hoje ainda não ser amanhã,sem mais nada em que pensar... apenas existir.
De pelo menos neste momento não ter responsabilidades nenhumas,
De não ter personalidade propriamente, mas sentir-me ali,"
Le Portugal se trouve là-bas, dans un endroit
du Sud-Ouest de l'Europe le plus éloigné de Paris.
Le Portugal est le dernier coeur Européen avant la Mer.
Nous avons tous les fleuves dont nous avions besoin.
Le taje en est le plus grand: il est né en Espagne,
comme d'autres, mais il n'a voulu y rester.
Nous avons aussi des vendeuse de poisson
qui vont dans les rues comme des bateaux sur Mer.
- Elles ont le goût du sel. Dans leurs panniers
elles portent la Mer.
(Histoire du Portugal par Coeur)
Já sei, pois claro, está visto que tudo isto não passa de um monte de suposições, ideias parvas que estão a invadir a minha consciência. Pode ser, mas... que porra, de onde é que elas vieram? E porque vieram? Essas coisas não caiem do céu! Será isto o princípio de uma fatal desorientação ou dissociação psico-social galopante, ou os prodromos de uma doença mental eminente?
Pode ser uma vulgar psicose ou uma neurose, que um qualquer psicólogo (ou até talvez um psiquiatra) consegue identificar sem hesitação. Depois de um bocadinho de introspecção, reflexão e consulta dos manuais da especialidade, o diagnóstico mais provável aponta para uma dissociação que se encontra numa fase de agravamento.
Cá p'ra mim trata-se de uma afecção, conhecida como "Perturbação Maníaco-depressiva", cada dia mais disseminada no seio desta nossa "civilação global" em que a solidão é a contradição.
Quanto à etiologia, tudo aponta para o que é mais frequente, os vulgares problemas afectivos mal resolvidos. O resultado de um lento acumular de emoções não expressas exteriormente. Aos poucos, o "depósito vai enchendo" até que chega a um nível de concentração tal que torna impossível a coexistência pacífica das emoções enclausuras.
A partir de certo ponto, desencadeiam-se os inevitáveis conflitos interiores, que varrem o subconsciente como um tornado, arrastando para a consciência todo o lixo, tudo o que há de pior á superfície do planeta - o pensamento, o raciocínio, aquilo que, dizem (os entendidos), distingue o homem da besta. Um ser racional descontrolado é mil vezes mais perigoso que o mais selvagem predador da terra ou do mar.
Quando a razão, é subjugada por conflitos internos - frustações, de sentimentos recalcados, processos de atracção-repulsa pendentes - a mente completa entra em estado de guerra. A mais destruidora das guerras é a Guerra Civil. Dentro desta Nação que é a minha mente decorrem batalhas fratricidas entre os Estados que a compõem (ou decompõem), o consciente, o subconsciente, o inconsciente, as emoções, a afectividade, os instintos e... sei lá que mais.
E depois, num conflito interno, a ingerência externa (amigos, companheiros, familiares, conselheiros, médicos) é bem recebida por uma facção, mas pode ser combatida por outras, originando por vezes "mal entendidos" que podem acabar por se transformar num futuro "mal estar" de relacões.
Quando esta guerra terminar (pois de algum modo terá um fim), não sei quem terá capacidade para avaliar os estragos e preparar a recuperação, no caso de subsistir, física ou psiquicamente, recuperação possível.
(razão, tinha o Mestre Almada...)
Quis-te tanto que gostei de mim!
Tu eras a que não serás sem mim!
Vivias de eu viver em ti
e mataste a vida que te dei
por não seres como eu te queria.
Eu vivia em ti o que em ti eu via.
E aquela que não será sem mim
tu viste-a como eu
e talvez para ti também
a única mulher que eu vi!
(Almada Negreiros)- o título original deste poema é pesado: "Homem carregando cadáver de mulher nos ombros"
Praia Grande, Sintra Ao captar esta imagem, criei uma poesia. Decerto, inebriado por um momento de solidão, em que me senti inserido na pai...