terça-feira, setembro 16, 2008

a ver navios 31


"A ver navios",
expressão tipicamente Portuguesa, de origem muito antiga, que se usa ainda hoje.
Deriva da atitude contemplativa de populares, que se instalavam nos lugares mais altos da cidade de Lisboa, prescrutando o horizonte, à espera de que uma lenda se tornasse realidade.
Mais portugueses de outros lugares, ainda hoje têm o hábito de se plantarem à beira-mar, a ver navios, na esperança de, um dia verem regressar à Pátria el-Rei D. Sebastião, desaparecido há quase 500 anos, na batalha de Alcácer-Quibir, em Marrocos, no Verão de 1578.

7 comentários:

Anónimo disse...

Talvez seja esse o mal dos portugueses. Passamos a vida à espera de um D. Sebastião que, virá num dia de nevoeiro, olhando o mar que, um dia já foi nosso, ouvindo um fado triste, bebendo um copo, a meditar sobre a beleza da palavra "Saudade" que, não tem tradução em mais nenhuma língua e, não fazemos nada para mudar o mundo em que vivemos. Assistimos à rebaldaria em que se tornou o país, continuando a ter saudades, bebendo copos, cantando o fado e, esperando com um fatalismo doentio, que as coisas mudem, por milagre.
Desculpa, Bicho. Hoje a Maria está num daqueles dias de revolta em que lhe apetece virar o mundo de pernas para o ar. "Ai quem me dera ter outra vez vinte anos"! Nesse tempo, tinha tempo e esperança de conseguir ajudar a mudar o mundo. Agora, sei que nada fiz, nem já farei e é por isso que, por vezes, acordo amarga, desiludida, zangada comigo. É a próximidade do Outono estação, ou do Outono da minha vida?
Nada que um café e um Gauloise não curem.
Maria

O Bicho disse...

Então e um daqueles sorrisos, ainda que ligeiros, mas sinceros, de compreensão aí do "velho Chefe"?
Era uma boa contribuição para essa cura - é o que eu acho...

O Bicho disse...

Outra coisa que é preciso dizer, Maria:
"Mudar o Mundo", é facil. Não custa nada - O QUE CUSTA MUITO A MUDAR É O NOSSO MUNDO INTERIOR. Isso sim!
O resto, todo o Mundo se modifica, mesmo sem a gente querer, logo assim que nascemos, pelo simples facto de passarmos a ter existência física(?) e espiritual(?), a partir desse momento.
Gostava de explanar melhor este tema um dia destes...

Anónimo disse...

Tenho impressão que, o "velho Chefe", também não está nos dias dele. Vou ver se o arrasto para o cinema, pode ser que isto mude.
Esta casa gira à volta dos meus humores, sabes? Quando eu acordo zangada comigo e com o mundo, fica tudo de trombas até o cão.
Vou tentar mudar de disposição. A minha cabeça é esquesita. Há dias em que nem eu, me entendo e, nem sei por quê.
Maria

Anónimo disse...

Pois é o meu mundo hoje que está a dar-me cabo do juízo. Estou numa de:
"Eu não sei se vá, se fique.
Não sei se fique, se vá.
Se for lá, não fico aqui,
Se fico aqui, não vou lá."

Não sei quem é o autor, mas define aquilo que sinto.
Confuso? Não. É só mais uma maluquice da
Maria

O Bicho disse...

Compreendo.
São coisas de Sagitários.
Olha, eu tenho um amigo (também do nosso Signo, mas parece que de outra "estirpe" - mais optimista) que costumava dizer:
- Meu amigo, o Sagitário é como alguns medicamentos líquidos ou os frascos de spray - "só funciona bem, s'agitáreo antes d'usareo!"

Anónimo disse...

gostei demais! Amei mesmo! Ai que saudades da aurora de minha vida e de quem ora de quem de alguem que um belo dia a minha memoria resolveu dar um than e pq tudo e tao curto e pq a vida e tao curta e porque o tempo se esvai e perde-se tudo e o tempo nos devora e nos leva a outra dimensao, my god, aonde e que vamos e pra onde pra onde o deus me responda, sera que camoes resolveu adentrar dentro de mim, entao e isso e porisso que tbem as vezes sou triste por que o tempo, amaria ver novamente aquela poesia do tempo!

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