Paiva Raposo, originário de uma família de lavradores ribatejanos, viera jovem para Lisboa, depressa se perdendo nas noites do jogo e da bebida da capital.
Arruinado, embarcou para Moçambique, onde reconstruiu a sua vida. Mais tarde, ao regressar à Metrópole, trouxe consigo um Leão, que deixaria exposto num local público de Lisboa a partir de Maio de 1869.
Relato do Diário de Notícias:
«..continua a afluência de povo de todas as classes ao Jardim da Estrela a ver e admirar o formoso leão. Aglomera-se tal quantidade de pessoas junto à grade, que só com dificuldade se pode ver o bicho.
Só na tarde do dia 17 de Maio de 1869, estimava-se que no Jardim da Estrela estivessem entre nove a dez mil pessoas, generalizando-se as discussões entre os visitantes, com os detrás a protestar por os da frente não arredarem de junto do leão.
Quando este, já em stress, arremetia contra as grades, os visitantes mais próximos fugiam do local, atropelando os que esperavam na retaguarda.
Em consequência deste caos, era cada vez mais visível a degradação do próprio Jardim, com muitas plantas a ficarem destruídas à passagem das multidões...»
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