quinta-feira, junho 25, 2009

a ver navios 78


Não sei dele, o navio que eu tinha aqui "pespegado"
para animar este "post" cujo texto, por sinal, é uma trampa.
Para não variar muito, não escrevo coisa que se aproveite - nem uma elegia ao sentimento de amor, nem sequer um elogio ao sentido de fraternidade - nada que se possa considerar uma prosa decente, que uma pessoa consegue ler e entender sem ter necessidade de fazer um esforço desgraçado para perceber.
Quer dizer, estamos cada vez mais na mesma. Estou.!? Ah, pois não... quem dera que assim fosse. Estou nada na mesma. Estou muito pior:
os neurónios vão fenecendo,
as sinapses vão mirrando,
os mediadores químicos vão secando,
os impulso electricos vão desvanecendo
os pensamentos ficam parados,
o raciocínio mais embotado,
as ideias menos claras,
as memórias adulteradas.

No entanto, mesmo assim, continuo e estou igual a mim mesmo.
Quanto ao barco (não era um grande navio) zarpou e enquanto eu escrevia isto, foi vogando por esse mar afora, na velocidade de cruzeiro (talvez uns vinte nós) e deixou uma boia salva-vidas ali pendurada para nós (talvez uns vinte de nós) que conseguimos ler isto nos lembramos que ele esteve aqui.
Adeus!!! Boa viagem...

2 comentários:

Mié disse...

Eu gosto de te ler, sem esforço :)

gosto das memórias/imagens por onde por onde passas e que aqui deixas .

Quanto ao resto, são apenas rastos que o tempo vai deixando em nós.

Boa viagem!

beijo

Maria disse...

Bicho:
O navio foi para longe, deixou a bóia para ti. Meu amigo, a partir de certa altura, somos todos barcos à deriva. Agarra-te às bóias: a Fátima, os filhos, os netos.
Quanto ao resto, eu percebo sempre o que escreves e, às vezes o que deixas por dizer.
Sabes que eu sou meia bruxa?
O teu amigo, que como sabes diz que é ateu, tem medo dos meus pressentimentos.
Arriba, homem! Já cá tens a tua flor. Aproveita o momento.
Beijinho.

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