À tardinha, no cais do Ginjal de Cacilhas,
vamos a uma "Caldeirada à Fragateira"...
na base, dizem que tem:
tomate, cebola e batata,
tudo cortado às rodelas,
em camadas sobrepostas
e de maneira alternada,
a cobrir o fundo do tacho
pode-se refogue em banha
e de seguida, o principal:
em cima dispôr o peixe,
peixe diverso, em postas
ou cortado aos bocados
tamboril, congro ou safio
enguia, anchova e raia
e atenção tomar cuidado
ao veneno do peixe-aranha
para dar gosto, pode ser
apenas uma sardinha,
mas nunca, usar taínha;
antigamente era berbigão,
hoje, ameijoas e camarão;
para bem temperar:
regar com vinho branco
e deitar um fio de azeite
e sal, apenas uma colher
uma pitada de colorau
o bastante para dar cor
algumas folhas de louro
e um raminho de salsa
uns pozinhos de pimenta
havia mais umas coisas,
para compôr esta poesia,
alem de pôr a coisa a rimar
mas, ao fim e ao cabo, isto é
"uma caldeirada à maneira!"
vamos a ela que se faz tarde
antes que o prato arrefeça;
o resto, fica para outra vez.
É isso mesmo que eu acho.
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