(autoretrato, numa passagem pedonal sobre a linha do comboio)
Por vezes, esqueço que estou velho e cansado não, mas chateado sim, desta vida sem jeito, sem sentido e desafio o meu filhote Miguel (10 anos) a fazer-me companhia num passeio a pé por Lisboa.
Nas tardes em que ele não tem aulas e eu tenho qualquer (pretexto ou) assunto para resolver na minha cidade, aí vamos nós. Ele adora andar no comboio, e eu também.
O comboio, leva-nos quase desde a porta de casa, até ao centro da Cidade, na velha Estação do Rossio. Durante a viagem, dá para apreciar as mudanças na paisagem e fazer as palavras cruzadas ou ler um jornal daqueles que são distribuidos gratuitamente nas estações.
É um descanso, quando comparado com o trabalhão (o stress, o risco) de conduzir um automóvel até Lisboa e lá encontrar um lugar de estacionamento... e depois fazer o percurso de volta.
Todas as manhãs, me sinto um estúpido a olhar, sem entender como é que é possível existir ainda, neste tempo de crise, aquela interminável fila de carros na minha rua aguardando a vez para entrar no afamado "IC19" a fim de se dirigirem a Lisboa.O curioso é que, são raros, mesmo muito raros os carros que levam mais alguém para além do condutor. Chamam a isso, qualidade de vida? E o Burro sou Eu? Ah, não... Pois claro, Burro era o Luis Felipe Scolari.
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