DESALENTO
Tão grande, tão intenso, tão profundo… o sentimento de angústia que me invadiu por completo. Começou, sei lá quando, muito insidiosamente, a transtornar uma parte das minhas reacções afectivas. A intromissão não foi aoesar disso sub-reptícia, foi bem notada pois eu, desde que comecei a conhecer-me, acho que sempre estive atento ao que me afectava os sentimentos primários, mas isso, parece que acabou por não servir de nada.
Tão grande, tão intenso, tão profundo… o sentimento de angústia que me invadiu por completo. Começou, sei lá quando, muito insidiosamente, a transtornar uma parte das minhas reacções afectivas. A intromissão não foi aoesar disso sub-reptícia, foi bem notada pois eu, desde que comecei a conhecer-me, acho que sempre estive atento ao que me afectava os sentimentos primários, mas isso, parece que acabou por não servir de nada.
Deixei-me ficar, a ver, a ver-me, como um espectador atento, aflito, mas incapaz de interferir no desenrolar do drama, impotente para prestar qualquer ajuda ao personagem principal do filme, durante o imparável deslizamento deste em direcção ao abismo da solidão. E quando o nosso herói, atinge o limite do peso que lhe é possível suportar em consciência, acelera vertiginosamente o salto para o mergulho na depressão profunda e arrasta-me inexoravelmente com ele.
Agora, vou debater-me contra as correntes desencontradas dos rios que fluem incessantes na profundidade do meu subconsciente - vai ser muito complicado não naufragar, afundar-me por completo na mistura de águas frescas, lamas, lodo, gelo, cinzas e lava, que compõem aquela espécie de gelatina que preenche todos os meus estados de espírito.
Mais uma vez, penso que, apesar de tudo vou conseguir – ainda tenho vontade disso - vir ao de cima. Só espero não demorar muito, pois cada vez, tenho menos fôlego. Não levo botija de oxigénio, levo só um balãozinho com uma restiazinha de esperança – não é muita, mas sinto que é quanto basta.
5 comentários:
Bicho:
Como te entendo! Ando há 20 dias a tentar, não me afundar, pensei que tinha conseguido e, há poucos minutos descobri que só consegui mascarar a angústia, o desecanto, as memorias más. Mas não vou desistir. Vou esbracejar, bater os pés e, manter-me à tona, custe o que custar.
Estas nuvens hão-de passar. O meu chefe, não merece aturar as minhas luas. Por ele, vou reagir.
Beijo e a compreenção da
Maria
Obrigado, Maria.
Sabes, isto alivia razoavelmente (eu diria antes, aparentemente) quando consigo escrever estas... como lhe chamar, coisas, impressões ou "estados d'alma" como diz a Cristina.
Quando as cinzas do vulcão começam a cair sobre nós, temos de ter o discernimento suficiente para procurar abrigo rápido, caso contrário ficaremos soterrados.
Tens todas as hipóteses de te abrigares. É só quereres e procurares os refúgios certos.
Sabes Bicho, o nosso problema parece ser sempre o maior. PArece mas não é. Pensa nisso e vais ver que começas a renascer das cinzas em vez de nelas mergulhares.
Viens faire un petit tour à Bruxelles para matar a angustia.
Tu sais, le début de l'autmne est propice à cet "état d'âme",j'en sais quelque chose!!!
Bisous.
Merci, Cristina.
J'aime bien voyager. Changer temporairement de lieu, cést aussi une solution pour la melancolie.
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