Perto tinha de si
a gente exausta
e livremente
contemplava
tantos rostos,
tanto desespero.
Nas mulheres do campo
batia o seu coração,
para ajudá-las na saída;
e pelos olhos dos namorados
pedia licença
de passar
como um Inca pelos rios.
Era moço de recados,
servente, outra vez criança
num comboio,
canceroso
que vai para o hospital,
o aleijado que estende
ali a mão,
soldado que se despede,
emigrante que regressa
mais humilhado.
E gota infortunada
ou lágrima
escondida
ao lado do seu povo.
("Metro de Lisboa", António Osório)
Sem comentários:
Enviar um comentário