Hoje, na cidade.
sábado, junho 30, 2007
sexta-feira, junho 29, 2007
a Fonte 125
(Fonte dos Ladrões, Sintra)
Mariana ao chegar à fonte,
Descalçou os tamanquinhos.
Estafada de subir o monte,
Vem refrescar os pèzinhos.
Estava na conversa, distraída
Quando um marau ali passou
E de rompante, numa corrida
Os tamanquinhos lhe roubou.
Que azar lhe havia de suceder
Pobrezinha, desditosa pequena
Agora vai ter muito que sofrer
A caminhar descalça. Que pena!
Descalçou os tamanquinhos.
Estafada de subir o monte,
Vem refrescar os pèzinhos.
Estava na conversa, distraída
Quando um marau ali passou
E de rompante, numa corrida
Os tamanquinhos lhe roubou.
Que azar lhe havia de suceder
Pobrezinha, desditosa pequena
Agora vai ter muito que sofrer
A caminhar descalça. Que pena!
Altos e Baixos
Cá em baixo:
- a fachada da Igreja do Socorro, a antiga Mesquita da Mouraria.
Lá no alto:
- o frontão e a torre da Igreja da Graça, antigo Mosteiro Agostiniano.
quinta-feira, junho 28, 2007
a Fonte 124
Na íngreme Rua de Sotto Mayor, eis uma fontinha que tem direito a uma descrição à maneira de historiador (copiada do site da CMS):
"Pequeno chafariz de concepção revivalista inscrito em arco trilobado, de pedra
tosca.
Um painel de azulejos neo-mudéjares, serve de espaldar ao fontanário finamente esculpido em mármore rosado.
Assente em plinto rectilíneo, o tanque moldurado com duas pias interiores é alimentado por torneira que sobressai do torso sextavado, ornado de rosetas e semi-esferas.
A este sobrepõe-se fuste de feição circular, sustentando a escultura naturalista de uma águia que segura, nas garras, cartela pendente com a inscrição: C.M.S. MCMXV."
a Pele
Muitas casas do centro da cidade (Lisboa) estão a precisar de operações de estética.
Têm a pele está a cair por causa dos anos de exposição ao sol, ao ar do mar, à poluição do ar, ao passar do tempo, ao abandono.
quarta-feira, junho 27, 2007
a Fonte 123
Outra na Várzea de Sintra
Com parede feita de barro.
A água desta fonte pelintra,
Só serve p'ra lavar o carro.
É uma obra bem desengraçada;
Nem merece ficar na memória.
Que fotografia mal empregada
Desta fonte não reza a história.
(OBicho, 2007)
terça-feira, junho 26, 2007
o Baton
Batom Grená
A moça dos meus sonhos
Me apareceu pelo salão
No olhar me sugerindo
Mil fantasias ao coração
A dama se enrolou
De charme em seu boá
Na boca a tentação
De um batom grená
Um dia eu talvez queira
Esse batom só pra mim
Manchando os meus lençóis
De poesias e amor sem fim
(Thereza Tinoco)
a Fonte 122
Em Sintra, a Fonte dos Pisões.
Data de 1931.
Azulejos da Fábrica Constancia (Lisboa).
Um conjunto ornamental de putos (putti) em baixo relevo sobre a bica.
Vista daqui 34
segunda-feira, junho 25, 2007
Que importa
(Sino da Basílica da Estrela)
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro.
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário.
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável.
Depois agarraram uns desempregados
Mas como eu tinha o meu emprego
Também não me importei.
Agora que me estão levando
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.
(Bertold Brecht)
a Fonte 121
Chafariz com duas bicas de bronze.
Largo da Igreja de São Pedro de Penaferrim, Sintra.
É do tempo da Maria Cachucha, quer dizer, uma obra oitocentista.
domingo, junho 24, 2007
Papoulas
E hoje, ficamos a saber que:
a cultura de Papoulas este ano no Afganistão teve um espantoso incremento de 60% sobre o ano anterior e renderá um recorde de 6.100 Toneladas este ano.
Corro em volta de mim sem me encontrar...
Tudo oscila e se abate como espuma...
Um disco de ouro surge a voltear...
Fecho os meus olhos com vapor de bruma...
Que droga foi a que me inoculei?
Ópio d'inferno em vez de paraíso?...
Que sortilégio a mim próprio lancei?
Como é que em dor genial eu me eterizo?
Nem ópio nem morfina. O que me ardeu,
Foi álcool mais raro e penetrante:
É só de mim que eu ando delirante -
Manhã tão longe que me anoiteceu.
(Mário de Sá Carneiro, 1913)
sábado, junho 23, 2007
Amanhecer LXXXI
Manhã cedo vem o Sol de mansinho em Montemor;
agora vem como que rastejando, rente ao chão;
demora o seu tempo a passar a copa das árvores;
ainda mais difícil é ultrapassar os muros;
mas, daqui a pouco, logo, logo o sol vai subir;
então vai abraçar e abrasar toda a paisagem;
é assim no Alentejo no Verão que já começou!
sexta-feira, junho 22, 2007
terça-feira, junho 19, 2007
segunda-feira, junho 18, 2007
a Fonte 120
SABUGO, ANNO DE 1782
NO QUINTO ANNO DO FELIX REYNADO
DAS MAGESTADES FIDELISSIMAS
D. MARIA I E D. PEDRO III
O SENADO DA CAMARA DE CINTRA
SENDO PREZIDENTE O DOUTOR
JOZE DINIZ DE OLIVEIRA
MANDOU FAZER ESTA FONTE
EM BENEFICIO DO PUBLICO
domingo, junho 17, 2007
Hedonismo
Ando a tentar perceber o que é que está na base da contestação ao fenómeno que chamam globalização, isto é, quais são os
Perigos da Globalização (I)
Hedonismo - o prazer pelo prazer - sexo, drogas e música, parece que, são objetivos prioritários para a juventude actual.
Dizem os críticos que, até o velho Freud ficaria espantado com esta exacerbação da líbido social.
Perigos da Globalização (I)
Hedonismo - o prazer pelo prazer - sexo, drogas e música, parece que, são objetivos prioritários para a juventude actual.
Músicas que fazem a apologia ao crime organizado, ao uso de drogas e à prática de sexo livre em grupo, fazem sucesso nos "tops" musicais, porque encontram no mundo globalizado um ser humano que procura satisfazer as suas necessidades básicas através do prazer.
Dizem os críticos que, até o velho Freud ficaria espantado com esta exacerbação da líbido social.
PiRosa
Desde que haja Rosas
Não quero rosas, porque são pirosas.
Quero só flores que não possam haver.
Pois que hei-de fazer das cosas
Que qualquer mão pode colher?
Quero só flores que não possam haver.
Pois que hei-de fazer das cosas
Que qualquer mão pode colher?
(apócrifo de Fernando Pessoa, 1935)
a Fonte 119
Poesias Inéditas
A lavadeira no tanque
Bate roupa em pedra bem.
Canta porque canta e é triste
Porque canta porque existe;
Por isso é alegre também.
(Fernando Pessoa, 1933)
sábado, junho 16, 2007
FloRosa
Não parece nada mal; quer dizer, não tem aspecto de quem está mesmo à beira de fenecer.
Mas, a verdade é que, amanhã esta beleza, já era!
Toda esta frescura, ilusória vivacidade, não dura mais que um dia, ou dois, quando muito, depois de abrir as frágeis pétalas para expor os òrgãos do interior do cálice.
A Rosa que te dei
E a rosa que te dei
Não foi criada num jardim
Por isso tinha mais significado para mim
A rosa que te dei
Era uma terna e simples flor
Que fez nascer em nós
Um grande amor
E a rua, no mês de junho
Tinha balões, e riso de crianças
O velho da concertina
E a menina que tinha loiras tranças
Dediquei-te uma canção fora de moda
Mas que me era tão querida
Guardei-a entre as mil folhas, desse romance.
Que é o livro da vida.
(José Cid, 1974)
Amanhecer LXXX
Parece que hoje, o Sol não vai ter grandes hipóteses de se mostrar.
Nem mesmo no clima especial, diferente, do Vale de Colares e Praia das Maçãs.
Vou ficar por aqui, dentro de casa, à espera que o tempo melhore.
sexta-feira, junho 15, 2007
o Carteirista
Acusação no princípio da Tarde
Viajo atrás do guarda-freio um saco de livros na mão
o eléctrico quase cheio e na paragem da Sé lá saem
ao que diz o condutor e com ciência pura os carteiristas
muito nervoso aquele que saiu pela porta da frente
E ao dobrar a esquina da Catedral subindo à luz
da Graça insinua então o advogado dos passageiros
atirando na minha direcção a nuca e o polegar dirigido também
mas à frente do peito resguardado
e contando por certo que eu não o visse que andaria eu à cata
pois então das carteiras das vizinhas
Meio mundo ficou de rosto para mim
e eu como se todo o mundo
tivesse cristalizado no clarão da coisa inusitada
Nisto de carteiristas
o saber de experiência feito do guarda-freios faz lei..
(Abel Neves)
a Fonte 117
Reflexos de vida no Parque de Monserrate, Sintra - a água é uma componente fundamental (essencial, não principal) da vida.
Qual é a principal?
Não sei, mas posso adiantar que é algo (não alguma coisa) que não se vê, não se ouve, não se apalpa; não tem cor - tem sim senhor, tem todas as cores; nem odor - ah, mas tem e cheira bem, cheira a Lisboa?
Pois... é algo que se sente ou se pressente enquanto está presente e que se percebe que fica a faltar quando se vai embora.
Sardinheira
O que será que esta flor tem a ver com sardinhas?
Nem sequer cheira a sardinhada.
Nunca comi nenhuma flor nem provei nenhum bocado da planta - será que tem sabor a sardinha assada?
A coincidência que reconheço é que, este tipo de plantas se desenvolve melhor (cresce bastante e fica bem florida) durante o período em que as sardinhas em Portugal são de melhor qualidade, isto é mais gordinhas e saborosas.
quinta-feira, junho 14, 2007
a Fonte 116
Esta não sei como se chama, fica no largo principal da Vidigueira
Passou o dia 13 de Junho e eu não consegui fotografar uma fonte dedicada ao Santo Padroeiro de Lisboa.
Estive para ir a Vila Real de Santo António a ver se lá encontrava alguma fonte digna do santo, mas a viajem foi adiada para o próximo mês.
Entretanto ouvi dizer que, não muito longe daqui, em Benavente há uma Fonte de Santo António.
o Anticiclone
Estamos à porta do Verão, mas o bom tempo "foi p'ró Camões!"
Porque o velho Anticiclone dos Açores mudou de sítio, o tempo aqui por Lisboa, ficou um bocado desajustado - chove e faz vento, hoje.
quarta-feira, junho 13, 2007
a Festa 2
Gente sentada nas escadas
Festejando de copo na mão.
-Para mim, são bem passadas,
Quentinhas em cima do pão.
Pelos cantinhos da velh'Alfama
Páteos, travessas, becos e vielas
As pedras da calçada são a cama,
P'ra uma noite de grandes pielas.
(Escrita em dia, Bicho, 2007)
Os arcos
(Terreiro do Paço - Lisboa)
Persigo de forma recorrente, o tempo das mágoas passadas.
Esqueço para sempre o âmago do ser e não permanecer fora e dentro de um tempo que não é contínuo; é um ciclo recidivante de ocorrências e reencontros físicos e metafísicos; tudo aponta para uma crescente superioridade dos sentimentos irrefutáveis na condição de pré-qualquer coisa que não consigo descrever nem denominar;
precursores ou percursores, são os inevitáveis sucedâneos da vida de milhares de milhões de modos vivida e talvez até revivida em lapsos a que se podem chamar, feridas no tempo, pois da mesma forma que uma ferida corporal se define como sendo uma solução de continuidade num tecido orgânico, uma ferida temporal se poderá definir como uma solução de continuidade num espaço de tempo?
a Festa
De Alfama, à Bica e Madragoa
Até às tantas da madrugada
Há grande festa em Lisboa.
É a noite da sardinha assada.
Olha aqui no “Retiro da Coxa”,
São de Sesimbra. Fresquinhas!
Ora vamos lá! Não seja trouxa,
Hoje é dia de comer sardinhas.
(Escrita em dia, Bicho, 2007)
terça-feira, junho 12, 2007
Autoretrato 18
segunda-feira, junho 11, 2007
Flor esta 3
"Non son degno di te"
Non son degno di te, non ti merito più,
ma al mondo no, non esiste nessuno
che non ha sbagliato una volta!
E va bene così me ne vado da te,
ma quando la sera tu resterai sola
ricorda qualcuno che amava te.
Sui monti di pietra può nascere un fiore...
in me questa sera è nato l'amore per te!
(Gianni Morandi)
ma al mondo no, non esiste nessuno
che non ha sbagliato una volta!
E va bene così me ne vado da te,
ma quando la sera tu resterai sola
ricorda qualcuno che amava te.
Sui monti di pietra può nascere un fiore...
in me questa sera è nato l'amore per te!
(Gianni Morandi)
Vista daqui 33
Balada de Lisboa
Às vezes pergunto se
Às vezes pergunto quem
Esta é a cidade onde estás
Com quem nunca mais vem
Tão longe de mim tão perto
Ninguém assim por ninguém.
(Manuel Alegre, 1989)
domingo, junho 10, 2007
a Fonte 114
Esta é uma das três fontes Boas
- A DOS NABOS, A DA BRINCOSA E A DO NÃO ME LEMBRO -
que se podem encontrar ali pelas bandas da Ericeira.
sábado, junho 09, 2007
sexta-feira, junho 08, 2007
Considerando
O que dizem os existencialistas:
A existência é algo em aberto, sempre em mudança, sem nenhuma espécie de fado ou fatalismo.- Bom, então se é assim, afinal EU EXISTO!
A vida é para ser vivida com dúvidas, incertezas, inquietação, desespero e angústia, que são estados inerentes à existência humana.
a Fonte 113
(Lisboa, Alfama, Beco da Judiaria)
Ele há por aí fontes que nunca mais acabam... por esta terra fora.Acho melhor começarem a guardar estas imagens e tomar nota dos lugares, pois os entendidos, andam praí a dizer que, mais dia menos dia, vai acabar a água doce.
Vista daqui 32
Balada de Lisboa
Esta é a cidade onde estás
Como quem não volta mais
Tão dentro de mim tão que
Nunca ninguém por ninguém
Em cada dia regressas
Em cada dia te vais.
Em cada rua me foges
Em cada rua te vejo
Tão doente da viagem
Teu rosto de sol e Tejo
Esta é a cidade onde moras
Como quem está de passagem.
(Manuel Alegre, 1989)
quinta-feira, junho 07, 2007
Vista daqui 31
Balada de Lisboa
Em cada esquina te vais
Em cada esquina te vejo
Esta é a cidade que tem
Teu nome escrito no cais
A cidade onde desenho
Teu rosto com sol e Tejo.
Caravelas te levaram
Caravelas te perderam
Esta é a cidade onde chegas
Nas manhãs da tua ausência
Tão perto de mim tão longe
Tão fora de seres presente.
(Manuel Alegre, 1989)
quarta-feira, junho 06, 2007
Repensar
A observação deste solitário Menir dos Almendres,
fez-me pensar e repensar, que contrariando a teoria
Cartesiana ("cogito ergo sum") eu cheguei à conclusão:
NÃO EXISTO!
NÃO EXISTO!
terça-feira, junho 05, 2007
Existencialismo
(Mosteiro Cristão sobre ruínas de uma primitiva Vila Romana)
Enquanto admirava estas gravuras de S. Cucufate, na Vidigueira, continuava a matutar num velho problema:
- SERÁ QUE EU EXISTO???
segunda-feira, junho 04, 2007
domingo, junho 03, 2007
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Poema Esquecido
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