Sertã (monumento de homenagem ao Padre Manuel Antunes)
Depois do excelente almoço (no Delfim, ou Ponte Velha) vou sentar-me aqui e fazer de conta que estou a seguir o discurso, dissertação do Prof. Antunes.
«Ele aí vem, o homem-espuma. Ligeiro, agitado, caprichoso, vão. Sem densidade e sem espessura. Sem raízes e sem passado. Nasceu hoje. Produto de uma sociedade sem pai e sem mãe, de uma sociedade espantosamente tumultuária e espantosamente célere no seu curso declivoso, o destino desse homem parece flutuar num momento e num momento sumir-se. Apareceu e desapareceu,...
O homem-espuma sucede ao homem-máquina, um conquistador por natureza. Na terra, no ar e no mar, o seu império vastíssimo tende a alargar-se a tudo, a transformar tudo, a dominar tudo e absolutamente tudo. O homo mechanicus é o homem da ruptura. Da ruptura do equilíbrio entre ele e o seu meio (natural); entre ele e o outro (ou os outros); entre ele e ele; angústia, ansiedade, insatisfação, inquietude contínua, morbidez subjectiva,..»
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