Barril de Alva (Arganil)
Fonte de água potável (apesar do aviso que diz "ÁGUA NÃO CONTROLADA") num belo espaço de lazer, junto à ponte sobre o rio, com praia fluvial, um bom restaurante e até um parque de estacionamento para auto-caravanas.
Os painéis de azulejo em redor da fonte são alusivos a Miguel Torga, o poeta que ao passar aqui, no século passado, escreveu:
"É bonito o Alva! Manso, claro, calado, sem a tragédia do Doiro, nem a grandeza do Tejo, é bem o rio da Beira que define a Beira.
O Mondego envenenou-se em Coimbra dum lirismo de borla e capelo, que o comprometeu; o Zêzere deu-lhe para uma retórica de sermão do encontro, que lhe tira o sentido; o Ceira, com a façanha do Cabril, esgotou-se.
De maneira que ficou a representar a sua terra, a Beira das ovelhas, dos pinhais e duma tenacidade sem palavras, este veio de água pura, que desce da Estrela, toca um milheiro, ou dois de rodas, lava os avós, os filhos e os netos da mesma família e acaba pudicamente quando tem a missão cumprida."
1 comentário:
Curiosas as considerações que Miguel Torga tece em
relação aos diferentes rios. Foi um homem das montanhas
e conhece quase profundamente aquelas regiões.
Enviar um comentário