quarta-feira, setembro 02, 2009

fora de horas


À passagem pelo jardim de Vila Franca de Xira,

olho para o relógio e pergunto-me,
- Cheguei atrasado?
- Não, tu és atrasado... por natureza.
diz o outro eu, o meu contra,
- Então, venho a tempo?
outra pergunta escusada, idiota,
- Nem pensar, tu nasceste fora de tempo.
retruca o meu íntimo inimigo, que me acompanha para todo o lado
- Quero dizer, ainda é cedo?
emendei, refazendo a pergunta, a jeito da resposta do contrapeso que carrego quase - até acho que podia riscar o quase - sempre comigo
- Não é tarde, nem é cedo! Não sabemos que horas são.

Pois não. Algum iconoclasta espatifou o velho relógio público, muito provavelmente para roubar aquela coisa que apontava as horas, a qual decerto era feita em cobre.
Ora bolas. São horas de ir andando daqui p'ra fora, não vá alguém pensar que fui eu o malandro - chiça... tal é esta mania da perseguição com que eu ando.

Sem comentários:

Poema Esquecido

Praia Grande, Sintra Ao captar esta imagem, criei uma poesia. Decerto, inebriado por um momento de solidão, em que me senti inserido na pai...