segunda-feira, janeiro 26, 2009

a Fonte 328



Terena (Alandroal)
Vila alentejana próxima da "Ribeira de Lucefecit", é dos sítios de que eu gosto muito e sempre achei esquisito e fora do comum "o rio de que seu nome não digo".
Eis uma explicação:
«A etimologia deste estranho e enigmático hidrónimo, ou hidrotopónimo - o único conhecido em território português e, creio, em toda a Península (se não em todo o Mundo) - suscita dúvidas por parte de diversos investigadores, mas de uma forma geral, atribui-se-lhe uma raiz latina, proveniente de "lucifer".
Em toda a Península Ibérica, o único santuário comprovadamente dedicado à divindade indígena conhecida por Endovélico, é o templo hoje dedicado a Nossa Senhora da Boa Nova, situa em Terena, junto à ribeira de Luceféce, ou Lucifécit.
Numa das "Cantigas de Santa Maria de Terena", (séc. XIII, intitulada "Como Santa Maria livrou u ome bõo en Terena de mão de seus emigos que o querian matar a torto, porque ll' apõyan que matara a ssa moller") Afonso X, o Sábio, refere-se a este rio como, "O rio de que seu nome non digo".
Lucifer, começou por ser o "Príncipe da Luz" (Portador da Luz, ou Estrela da Manhã), e acaba, por via de interpolações cristãs, transformado no "Príncipe das Trevas", o senhor do Mal, a origem do erro contra Deus. E por isso é Lucifer, senhor dos demónios, o nome dado à ribeira em cuja proximidade geográfica se eguia o grande templo dedicado a Endovélico, onde se encontrava uma extraordinária abundância de imagens de antigas "deidades" ou que assim foram entendidas pelas populações cristãs - isto é, de "demónios".»
Excertos de um interessante artigo publicado no www.celtiberia.net/.

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