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O Homem das Castanhas
Quem quer quentes e boas, quentinhas?
A estalarem cinzentas, na brasa.
Quem quer quentes e boas, quentinhas?
Quem compra leva mais calor p'ra casa.
A mágoa que transporta a miséria ambulante,
passeia na cidade o dia inteiro.
É como se empurrasse o Outono diante;
é como se empurrasse o nevoeiro.
Quem sabe a desventura do seu fado?
Quem olha para o homem das castanhas?
Nunca ninguém pensou que ali ao lado
ardem no fogareiro dores tamanhas.
(Ary dos Santos)
1 comentário:
Bonito poema, gostei muito. Existem frases soltas que caberiam até uma reflexão isolada como - A mágoa que transporta a miséria ambulantte, muito bonito.
Um abraço
Naeno
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